LIRISMO
Alcy Araújo Cavalcante
(1924-1989)
Não,
eu não te darei um mal-me-quer.
Eu te darei
uma rosa de todo ano
e uma estrela
e uma lua branca
muito branca
um lírio
– porque os polichinelos ficaram inanimados
no bazar.
Depois
farei o poema do nosso primeiro beijo
recostarás tua cabeça no meu peito
e meus dedos compridos
acariciação os teus cabelos
e Deus saberá que nós estamos nos amando
porque haverá luz
e um grande silêncio
no pensamento das coisas.
(Do livro Autogeografia)
2 Comentários para "Chá da tarde – Um poema de Alcy Araújo"
UM BONITO TÃO BONITO QUE LENDO EU CHORO
PENSANDO QUE ME DIVIRTO.
Simplesmente no coração.