Quantos Amapás existem?

Quantos Amapás existem?
Cléo Farias de Araújo

É comum, em certos lugares, no início de uma administração, “esquecer-se” de reformas de prédios que precisam ser feitas, de manter-se chefes competentes, substituindo-se-os, por “qualquer um”, nos “ajustes” que a nova “administração” faz.

O texto introdutório tem a ver com o abandono da escola Barão do Rio Branco, no início da avenida FAB.
– Tem que derrubar e construir outro, pois o prédio é velho. É do tempo do Janari- Podem dizer os filhos da modernidade.
Ora, Niceto Alcalá-Zamora y Castillo, já dizia que nunca se deve desprezar os tijolos de uma construção antiga, pois ali contém História pura.
Logo, se o pensamento de “derrubar” ou “deixar pra lá”, por “não fazer parte das nossas prioridades”, poderia ensejar, em simples exercício intelectual, que o presente depende do passado, assim como o futuro depende desses dois primeiros, pra tentar existir.
Se o que Janari e outros governantes mais antigos fizeram, não serve mais, ou “não deveria existir”, logo, o Amapá de agora, sem o alicerce de outrora, também não existiria e, por tabela, o governo, também não.
Não se pode apagar a História, tentando se fazer a própria. Por outro prisma, a ambição pessoal, sem contribuição com a coletividade, é louco “jus sperneandi”.
Ora, meu povo, se não pelos feitos do Janari, refaçam a escola, em atenção a quem defendeu este pedaço de chão, no caso, José Maria da Silva Paranhos, o Barão, que empresta o título à escola.Não devemos esquecer que Amapá, na verdade, significa uma pá de serviços a quem ama esta terra.

  • Lei 0886/2005 – Institui normas para o tombamento de bens pelo Estado do Amapá, a fim de integrar ao Patrimônio Público.

    Art. 2º. Efetua-se o tombamento, de ofício ou mediante proposta, por resolução do Conselho Estadual de Cultura, após aprovação pela maioria absoluta de seus membros.

    § 1º As propostas de tombamento podem ser feitas por pessoas físicas e jurídicas, devendo ser encaminhadas por escrito ao Conselho Estadual de Cultura, que após análise deferirá o pedido dando início ao processo de tombamento, encaminhando as propostas a Fundação Estadual de Cultura do Amapá, onde será submetido o bem, objeto da proposta, a exame técnico, sendo emitido parecer e enviado ao Conselho Estadual de Cultura para sentença final.

  • Que bom voltar a ler seus escritos, caro Cleo.
    É uma tristeza ver que nossos poucos monumentos históricos começam a figurar na lista de abandonados.
    Até a residencia oficial do GEA está entregue as baratas. Um descalabro.
    Velhos prédios que marcaram nossa infância e juventude, sendo deteriorados.
    Aí, nesse velho Barão, fiz minha prova de admissão ao ginásio, vindo lá da Escola Paroquial Padre Dário.
    Isso demonstra a falta de raiz do hoje amapaense. São todos flutuantes, aqui chegados pensando em se dar bem, em levar vantagem. Que se lixe a história, não sou daqui desse pedaço.
    O amapaense, aquele que verdadeiramente se importa com sua terra e suas coisas, é um forasteiro em seu próprio torrão. Uma pena, mas perdemos a identidade.

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