Liesap cancela os desfiles das escolas de samba

Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
(Vinicius e Carlos Lyra)

A Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap) acaba de anunciar o cancelamento de toda a programação oficial da instituição, entre elas, o desfile das escolas de samba, que aconteceria nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2016.

A decisão foi tomada após uma longa reunião com o Governo do Estado que informou que diante da crise pela qual passa o Estado e o país não tem recursos para investir no carnaval, embora o período carnavalesco gere milhares de empregos diretos e indiretos.

O orçamento da Liesap apresentado ao governo foi o mesmo do carnaval passado: R$ 2,5 milhões, muito inferior ao duodécimo da Assembleia Legislativa que ultrapassa R$ 12 milhões.

“O carnaval amapaense não se faz somente com a contrapartida das agremiações, é necessário que o investimento do governo venha para somar com a grandiosidade que envolve um desfile de escola de samba. Isso inclui a infraestrutura que devemos construir para receber o público com segurança, conforto e bem estar e com isso oportunizar a geração de emprego e renda entre os grandes, médios e pequenos empresários”, disse o presidente da Liesap, Luiz Mota, o Geléia, que está a frente da instituição, desde o carnaval de 2013.

De acordo com a Liesap todo o calendário de eventos do carnaval-2016 foi cumprido desde o mês de junho, quando recebeu das escolas de Samba, o Enredo que cada agremiação iria desenvolver no carnaval de 2016, gravou o CD com os Sambas de Enredo no mês de outubro, e realizou o concurso da Musa do Carnaval Amapaense, no último dia 28 de novembro.

As escolas de samba, mesmo com dificuldades, se organizaram, fizeram seus projetos de carnaval, contrataram coreógrafos, intérpretes, artistas plásticos, carnavalescos e outros tantos profissionais que são peças fundamentais na execução de um desfile de carnaval.

O carnaval do Amapá é considerado um dos melhores da região norte. No carnaval de 2015, a Liesap recebeu no Sambódromo um público estimado em mais de 15 mil espectadores durante as duas noites de desfiles.

Nos últimos dez anos esta é a terceira vez que não há desfile das escolas de samba. A primeira foi no primeiro governo de Waldez Góes (PDT), atual governador, e a segunda no governo de Camilo Capiberibe (PSB). Todas as três vezes, o mesmo motivo: falta de dinheiro.

  • Pobre Amapá.
    O carnaval não é do governo.
    O carnaval é do povo.
    O governo tem o dinheiro do povo,
    O governo tem que devolver o dinheiro do povo.
    O carnaval sempre será do povo,

  • Verdade, até porque na hora do “oba oba”, Amapá é comparado com RJ e SP, mas na hora de cobrar responsabilidades e benefícios para o cidadão, não!
    Uma coisa é ajuda financeira, outra coisa é dependência, cordão umbilical.
    Não tem dinheiro pro carnaval porque o Governador tem que alimentar outros “parceros” sedentos, que num tempo não muito distante, jorraram “agua” para matar a sede da harmonia.
    Agora convenhamos, égua do “dinheirinho” mal gasto! Teve época que chegaram a receber 5 milhões, mais do que o orçamento de muitos órgãos públicos importantes.
    Mas essa seca não vai durar muito, WG sabe, como todos os outros, de que sem pão e circo, logo logo o pobre se revolta!
    O rico, os organizadores e patrocinadores não estão preocupados com a FESTA, mas sim com o bolso, égua da cambada hipócrita!
    A BANDA diverte muito mais do que aquele bando de amadores que acham que bem imitam as escolas de samba do RJ ou de SP.

  • Isso aqui deve ser o paraíso ou que mais próximo se parece com ele. Terra onde todos dão. Um venha nós danado.
    Esse costume antigo onde o governo é papai de todo mundo.
    Vamos ilustrar. Outro dia, num certo canal de televisão, em um desses programas que exploram a boa fé fé e solidariedade humana, mostrava um casal com uma escadinha de dez crianças, vindos de umas dessas ilhas marajoaras, usando o microfone para pedir. Apenas se justificando que tinham vindo a convite de amigos, para essa terra de gente boa, onde davam de tudo e, assim sendo, gostariam de uma cesta básica, um fogão, uma geladeira usada, etc, etc de etc… Quem sabe um pouco de madeira para uma invazãozinha em uma dessas ressacas circunvizinhas. Nada demais.
    É cultural minha gente! O venha a nós, claro.

  • Concluindo, informo, aos que interessar possa, que no carnaval carioca (acredito que o paulista também) os recursos repassados correspondem a comercialização do carnaval (direitos de transmissão, ingressos e etc.).
    O ônus do poder público é com a infraestrutura e seu bônus é o turismo (impostos arrecadados) e os programas sociais, nas comunidades, implementados pelas escolas (forma de se arrecadar recursos junto ao poder público e a iniciativa privada). Além de que, face da grandiosidade do evento, ganham publicidade e, por conseguinte, outras fontes de arrecadação, agregando novos colaboradores e investidores; bem como mantendo os antigos.
    “ISSO É FAZER CARNAVAL”

  • O Matta, em parte, tem razão. O carnaval do Rio e de São Paulo, por exemplo, possuem aporte público. Porém não com dinheiro “vivo” e sim com infra-estrutura para a efetivação dos desfiles das agremiações.
    No Rio o processo se iniciou, em 1982, durante .o governo Brizola/Darcy Ribeiro. Quando as grandes escolas criaram a Liga.e passaram a fazer a parte delas, buscando recursos através da profissionalização do carnaval. Hoje as escolas geram milhares de empregos diretos e indiretos, o ano inteiro, na chamada indústria do carnaval.
    Portanto, o que se observa é que a Liga e as escolas de Macapá não possuem e não buscam possuir uma gestão profissional para consolidar seus desfiles.
    Exemplo é a chamada “cidade do samba” que passa o ano inteiro, “entregue as baratas”, sem nenhuma atividade que gere renda.
    Poucas escolas possuem sede própria, porém não as utilizam adequadamente, afim de arrecadarem recursos. Vê-se que a Liga as Escolas, com raras exceções,, passam o ano todo “hibernando”, como urso polar, e querem resolver tudo em dois ou três meses, querendo, ainda, que o poder público “banque” parte do evento com dinheiro “vivo. Pois o poder público é obrigado a fazer outros investimentos como a reforma/manutenção do local.
    Isso que externei agora é o meu entendimento desde 1995, portanto há vinte anos que, para aqueles que me conhecem e são ligados ao carnaval, defendo esse entendimento. Só assim o carnaval (Liga e Escolas) poderá crescer e andar com suas “próprias pernas”. Para que isso ocorra é necessário que as diretorias da Liga e das Escolas ” as administrem como se as mesmas fossem um empreendimento pessoal, cujo objetivo é gerar recursos.

  • Ei Vitor: Os Desfiles Oficiais do Carnaval no Rio de Janeiro, em São Paulo e em qualquer lugar deste País
    são realizados com aporte financeiro público, portanto em Macapá não poderia ser diferente. Abs. Matta.

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