Um poema para os amigos

Poema para o Amigo
Alcinéa Cavalcante

É possível que eu te conte
uma história de príncipes e fadas
que escutarás com o olhar perdido na infância.
Ou que te conte uma piada tão engraçada
que rolaremos de tanto rir.
Nossas gargalhadas contagiarão os passantes
e de repente todo mundo estará rindo
sem nem saber por que.

É possível
que eu faça um café com tapioca e te chame
pois café, tapioca e amigo tem tudo a ver.

É possível que eu chegue na tua casa sem avisar
só pra te ofertar uma rosa que acabara de nascer
e te oferecer um Johrei.

É possível que eu te ofereça uma música no rádio
ou te mande, pelo Correio,
uma carta numa folha de papel almaço.

É possível que eu te ligue
no meio da noite
no meio do dia
a qualquer hora
– mesmo na mais imprópria –
só pra dizer:
Amigo, eu amo você.

Quanta honra!

Email que recebi do Projeto e Editora Palavra é Arte:

“Alcinéa, boa tarde

Lemos alguns textos de sua autoria publicados no Recanto das Letras e só temos elogios a fazer a respeito da forma como escreve. Entretanto, um, cujo título é “agenda”; nos chamou bastante a atenção e é justamente por isso que estamos lhe escrevendo. Como sabemos, a arte de escrever textos poéticos é habilidade de uns poucos eleitos.
Nós do PROJETO e EDITORA PALAVRA É ARTE – sediados na região de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, estamos convidando alguns bons autores, como você, para compor uma de nossas próximas coletâneas de poesias.
Estas são obras com textos de vários autores das mais diversas regiões do Brasil, e temos interesse que participe de uma delas.
Nestas edições daremos preferência aos poetas que têm capacidade de escrever versos sobre temas variados em suas diferentes modalidades.

(…)

Um grande e fraterno abraço,
Dadilane Leal  – Coordenadora da seleção de edição de textos”

Visita indesejada

Tem uma saudade batendo na minha porta.
Não vou abrir.
Conheço bem essa figura.
Entra
se aboleta no sofá
e não quer mais ir embora.
Abusada
invade a cozinha
adentra o quarto
deita na cama.
Não vou abrir a porta, não.
Não estou pra esse tipo de visita.
Gosto daquela saudade
que chega de mansinho
trazendo lembranças perfumadas,
um verso e um riso
toma uma cafezinho
e vai embora.
(Alcinéa Cavalcante)

Eu – sex e feliz

nea1aSexta-feira passada, 19, acordei sex e feliz. Aliás, feliz eu já era. Então, corrigindo: acordei sex e mais nea3afeliz.
Ser sex e feliz é uma bênção. Há tanta gente sex que não é feliz e há tanta gente feliz sem ser sex.
Mas como eu ia dizendo, acordei sex. Feliz. Tenho a melhor família do mundo; tenho os amigos que todos gostariam de ter; tenho um jardim onde as borboletas passeiam; um quintal que é morada de passarinhos; tenho amor e saúde.
E foi assim, com família,amor, saúde, amigos, flores, poesia, doces, música, borboletas e passarinhos que na sexta-feira, 19, me tornei sex… sexagenária.

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Meus cabelos, que meu pai dizia que eram cor de mel, aos poucos vão ficando charmosamente prateados; o corpo que era de modelo ao longo do tempo foi ganhando um quilinho aqui um acolá e hoje está rechonchudinho (meu cabelereiro diz que mulheres como eu não ficam gordas, ficam com excesso de gostosura); a vista está um pouco cansada, mas isso não faz grande diferença para mim que uso óculos desde criança. Das doenças comuns nessa idade, a única que tenho é hipertensão. Não reclamo. Controlo. Afinal, é a lei natural da vida e sou imensamente grata a Deus e a Meishu-Sama por não ter outros males.

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Canto, leio, brinco, escrevo, passeio, solto versos ao vento,espalho poesias na cidade, corro atrás de notícia, brinco carnaval, curto marabaixo, rezo,dou gargalhadas com a família… enfim, sou uma velhinha muito bacana. Vocês não acham?

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Quando fiz 50 anos eu disse que estava do meio-dia para a tarde. E pintei minha tarde de céu azulzinho. Hoje, aos 60, digo que estou no entardecer e enfeito este entardecer com o por-do-sol mais lindo que se pode ter, porque envelhecer é uma graça de Deus. É mais um motivo pra ser feliz.

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E eu, claro, não desperdiço nenhuma oportunidade de ser feliz. Agradeço a Deus, a Meishu-Sama, ao meu marido (eterno namorado), ao meu filho (maior tesouro), meus irmãos e cunhados (que são os melhores do mundo), meus sobrinhos (que são lindos) e aos meus amigos, pois sem eles eu não seria tão feliz assim.

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(P.S – Fiquei vários dias sem atualizar o blog porque desde sexta-feira estava festejando meu aniversário. Afinal, 60 anos é pra gente festejar por dias e dias. É festa que não para nunca. E eu mereço. Né não?).