Palavras Cruzadas – Por Débora Borralho

debora1bO mais lido
Por Débora Borralho

A literatura de Best-Seller era vista por mim como algo negativo por ser considerada “literatura de massa” e não ter tanto prestígio perante os teóricos. A expressão inglesa “best-seller” é oriunda de um período em que a Literatura era para poucos e fazia referência aos livros mais vendidos do momento na sociedade americana.

Claro que hoje a expressão ainda faz referência aos títulos mais vendidos, mas não em um momento em que a Literatura é para poucos. Hoje a literatura é para todos e isso faz toda a diferença!

Mesmo que muitos livros recebam a nomenclatura de “best-seller” sem possuir a devida qualidade literária para tal fato, comecei a achar inusitado que as vendas de determinados livros só crescessem e passei a reanalisar as minhas ideias acerca do assunto. Afinal, se vendia tanto, deveria ter algo bom. Li livros encantadores, outros não (talvez me falte maturidade literária para ler e gostar do que escreve o Paulo Coelho).

Entra semana e sai semana, observo que alguns títulos mudam e outros parecem intocáveis na lista dos mais vendidos. Ponto para “O Pequeno Príncipe” que sempre está lá. Ocorre que depois de um tempo, percebi que os títulos mudavam, mas os temas eram mantidos. Não é preciso ser nenhum especialista para traçar um perfil dos leitores e do que eles querem ler. E se espalharam inúmeras sagas, trilogias, livros que ensinam como uma criança deve ser educada, outros que querem levantar a estima da mulher independente, alguns que mostram romances de adolescentes e outros que ensinam a ganhar dinheiro e ser um grande líder.

É bom mudarmos um pouco, mas sempre devemos lembrar das raízes. Continuo preferindo aqueles clássicos que outrora foram best-sellers em sua época e que hoje andam esquecidos nas prateleiras das livrarias, só que nem por isso deixarei de gostar de Cinquenta Tons de Cinza, mas isso eu conto para vocês só na próxima semana…

Palavras Cruzadas – Por Débora Borralho

debora1bQuais livros vamos deixar para o futuro?
Por Débora Borralho

Há alguns anos, dediquei-me ao estudo da importância da Religião para a Literatura e como os últimos acontecimentos mundiais também envolvem o tema religião, resolvi compartilhar com vocês um pouco do meu pensamento sobre o assunto.

Primeiramente, temos que ter em mente que a Religião é fundamental para a formação da sociedade e que ela é uma das mais antigas manifestações do homem. Portanto, interfere nas mais diversas áreas. A Literatura, por sua vez, é uma espécie de reflexo da sociedade. Nela, observam-se minuciosamente os anseios de uma população e seus sofrimentos, além de captarmos a ideologia dominante da época.

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Palavras cruzadas

Débora Borralho
Débora Borralho

Perdoa-me por me traíres
Por Débora Borralho

É complicado começar o ano falando de traição, mas temos que iniciá-lo encarando todas as adversidades que nos são impostas pela vida, para mostrar que somos dignos e merecedores de cada dia na terra.

No momento em que depositamos a nossa confiança em alguém corremos o sério risco de nos magoar e nunca estamos preparados para isso. Dói. Dói muito confiar em um amigo, em um parente, em um profissional, em um amor e perceber que não deveríamos ter feito isso.
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Os milagres que acontecem – Por Gabriel Birkhann

gabrielOs milagres que acontecem
Por Gabriel Birkhann

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.
José Saramago, escritor e Nobel de Literatura português

Em meio a tantas notícias ruins e negativas no final de ano, acontecem fatos que se tornam especiais exatamente por seres positivos, e que, ao serem noticiados, espalham ainda mais uma onda de mais amor e confiança.

Uma dessas notícias é a que envolve um acidente entre dois ônibus e carro de passeio em São Paulo, às vésperas do Natal.

Conforme está no site do programa “Fantástico” da TV Globo:
“Carro do casal ficou embaixo de um ônibus, que pesa 20 toneladas e prensado na traseira de outro em São Paulo, na véspera do Natal”.
É de fato um milagre. Um milagre do final de ano, daqueles que, pimba!, fazem com que nós fiquemos espantados, de olhos arregalados!
No carro estavam Alexandre e a mulher dele, a Dona Edivânia, que tiveram apenas ferimentos leves.

É claro que o tempo que durou o resgate (pouco mais de oito minutos) contribuiu e muito para a sobrevivência do casal, mas não se pode negar que foi um milagre, ou, para alguns, “sorte”, já que ninguém, vendo as imagens, poderia acreditar na sobrevivência de quem estivesse lá dentro.

O que podemos tirar disso tudo? Que devemos aproveitar cada minuto de nossas vidas, com segurança, atenção, conforto, de acordo com nossas possibilidades.
E que, quando algo acontecer desse modo (Deus nos livre!) que nós saibamos agradecer pela nossa vida e sobrevivência.

Alexandre e Dona Edivânia, que os anos futuros sejam abençoados! À todos, o mesmo!

FELIZ 2015!

Palavras Cruzadas – Crime e Castigo

debora1bCrime e Castigo
Por Débora Borralho

A história de um jovem que planejou, cometeu um crime e vive atordoado psicologicamente devido a tal feito é um dos maiores clássicos da Literatura até hoje. Não, não pretendo aqui analisar a obra de Dostoiévski com a maestria que lhe é devida, mas quero contar para vocês que a Literatura está presente em tudo na minha vida, até nos momentos ruins.

Como estudante da área, parece até vulgar falar de um crime com tanta impropriedade, mas creio que todos ficam sem rumo após serem mais uma vítima entre as tantas outras que aparecem diariamente nas delegacias e que observam que nada é feito para assegurar o nosso direito constitucional de segurança.

Após ser assaltada, ficar reclusa no meu universo particular, assustada e, de certa forma, traumatizada, não conseguia pensar em mais nada a não ser na impunidade que existia. Logo me veio em mente a história narrada em Crime e Castigo.

Talvez o assaltante não tenha nenhum remorso do que fez comigo e minha irmã. Talvez ele viva sem nenhuma punição legal e continue a cometer mais crimes, mas o castigo sempre vem. Não poder andar com a cabeça erguida, nem ter alguém que se orgulhe do que ele faz deve ser um grande castigo. Espero que um dia, assim como Raskólnikov, ele também perceba que todo crime tem castigo e que o pior sofrimento físico é aquele que machuca a alma.

Clube do Filme

igor2O Farrapo Humano

O sonho de Don Birman ( Ray Milland) era se tornar escritor. Aos 19 anos, o promissor estudante tem seus contos publicados em revistas famosas e recebe proposta: mudar para a cidade grande e seguir o seu objetivo. Lá, ele tentafil1 escrever um, dois, três romances sem sucesso algum. Uma voz interior o convence de que beber um pouco pode ajudar mais no exercício criativo. Não demora muito para o álcool, somado aos seus sonhos frustados, comecem a corroer a dignidade e controlar as ações do pobre homem.

Essa é a história por trás do protagonista de Farrapo Humano ( The lost weekend,1954), filme dirigido pelo diretor Billy Wilder.Sem didatismos ou lição de moral, o diretor constrói ,com bastante cuidado, a personalidade do personagem principal e a sua relação com a bebida. Logo após a abertura do filme, vemos o protagonista arrumando as malas para um fim de semana com o irmão em uma fazenda. Na janela do quarto, uma bebida está presa por uma corda, esperando a hora de ser embalada com as outras coisas da viagem.
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Uma crônica de Natal

gabrielUma crônica de Natal
Por Gabriel Birkhann

Escrever sobre o Natal parece ser fácil. Mas não o é.

Escrever sobre o Natal é difícil, pois o Natal é uma festa que tem muitas facetas. A “sagrada” e a “profana”, como gostamos muito de dizer nos estudos de História.

É a Festa da Igreja em comemoração ao nascimento do menino Jesus. É a festa do comércio, onde proliferam mercadorias. É a festa das crianças, do Papai Noel.

O Natal é o que nós colocamos que ele é: pode ser ruim, como para o personagem Grinch do filme “How the Grinch Stole Christmas” (em tradução livre “Como o Grinch roubou o Natal”).

Pode ser bom, como para as crianças que, todos os anos, enviam cartinhas ao Polo Norte, esperando que o Papai Noel os responda.

O Natal é o momento da reunião da família, da Ceia tão esperada. É o momento da solidariedade, tão notada nas pessoas que respondem às cartinhas enviadas pelos correios, muitas vezes com presentes.

Não deixe que o (“seu”) Natal seja roubado de você. Mas também não o guarde somente para si: compartilhe-o.

Tenha em mente que o Natal é isso: vem do latim e tem o sentido de “nascer”. Que o Natal seja isso: a época onde os bons sentimentos floresçam, se espalhem, que sejam multiplicados.

(Pode não ter sido fácil escrever sobre o Natal, mas até que ficou bom né? Rs)

Feliz Natal e Próspero Ano-Novo! 2015: ‘Here we go’!

 “Happy New Year”, como canta o ABBA (captem a parte mais feliz, pessoal!).

P.S: Acabo de me lembrar: o Natal não é unânime. Afinal, peru não gosta.

Palavras Cruzadas

O Tempo

Débora Borralho
Débora Borralho

Estava inquieta, pensando em escrever sobre Emily Dickinson e o poema Wild Nights, quando um pedido inusitado me fez ficar refletindo por duas semanas.

Pediram-me para escrever sobre o tempo. Passei um tempo pensando, um tempo escrevendo, um tempo lendo…

Fiquei um tempo sem escrever.

Pediram-me para associar o amor com o tempo. Fiquei um tempo pensando, um tempo associando, mas o tempo todo amando.

Poderia ter sido prática e ter escrito sobre os amores da literatura que ultrapassam as barreiras do tempo e inspiram até hoje muitas pessoas. Poderia ter escrito sobre o tempo em famosas histórias de amor e ter feito uma análise bem óbvia. Não era o que eu queria. Preferi flutuar nos sonhos mais românticos e pensar na relação entre esses dois substantivos: o tempo e o amor.

Descobri que o tempo nos prepara para o amor. Descobri que o amor resiste ao tempo. Quando se ama, não faz sentido contar o tempo, ele perde totalmente a lógica. As horas viram minutos se estamos perto. As horas viram minutos se estamos longe.

É tempo de amar, sem dúvida! É tempo de amar sem tempo! Amar, sempre amar, até o fim dos tempos.