
O TEMPO
Floriano Lima*
Hoje passando pelo Igarapé das Mulheres, o encontrei!
A memória fotográfica foi benéfica nesse momento. Acho eu, que mais de 30 anos não o avistava! Observei as rugas, o andar lento e curvo, sem pressa como que deixando o tempo fluir!
Na minha cabeça fiz um “flashback” e voltei para o campo onde hoje é o Teatro das Bacabeiras e depois para a Praça Veiga Cabral e me coloquei dentro daquelas barquinhas de madeira bruta, com cores dos times mais famosos, e entre elas a barquinha do Paysandu que era o meu time, e ali começava a disputa com a do Remo, para ver quem embalava mais alto.
Eram as “barquinhas do arraial”, feitas pela mão desse cidadão, que segurava com braço forte, quando acabava o tempo da brincadeira. O cumprimentei e lhe disse: Obrigado por nos proporcionar uma brincadeira tão singela e marcante!
Entrei no carro,e olhei em mim mesmo algumas rugas, muitos cabelos brancos, as vezes um leve cansaço e vi em mim a marca implacável do tempo! Mas o melhor, foi que vi que o “garoto” continua em mim de maneira indelével e esse vai comigo!
*Floriano Lima é administrador, fotógrafo, músico e cronista