Feliz aniversário, amada irmã!

Era junho. Frio. Fim de tarde no Rio de Janeiro. Eis que mamãe chega do médico e anuncia que está grávida, que a cegonha traria mais um bebê para nossa família. Olhei em direção ao Cristo Redentor depois virei-me para minha mãe e disse: “Quero que seja uma menina”. Tanto papai como mamãe disseram que fosse menina ou menino o bebê que estava a caminho seria muito amado. Mas eu continuei na torcida por uma menina, pois já tinha dois irmãos, dois príncipes; faltava uma princesa. Voltamos para Macapá, os meses passaram, a medida que a barriga da minha mãe ia crescendo, meu desejo de ter uma irmãzinha crescia também. Me imaginava com ela no colo, me imaginava levando-a para passear, penteando seus cabelos, embalando-a na rede e arrumando seus brinquedos.
No dia 29 de janeiro foi festa em casa, um jantar que reuniu intelectuais amigos dos meus pais. Não sei ou não lembro o que estavam comemorando, só sei que a festa foi até altas horas. Algum tempo depois que os convidados foram embora, mamãe começou a sentir as dores do parto. Chovia forte e por baixo de chuva papai teve que sair para ir buscar a parteira.
Eu quase não dormi, pois estava ansiosa para ver o rostinho da minha irmã. Sim. Não sei porque eu tinha certeza que era uma menina.
Pouco antes das sete levantei-me. Papai estava sentado na sala. Rumei em direção ao quarto deles e ele me barrou. “Não pode entrar aí. Espere o bebê nascer. Ele já vai nascer”. Nisso ouvi um chorinho vindo do quarto. Papai levantou-se, me abraçou e disse: “Acabou de nascer”. Eu, claro, queria entrar no quarto e mais uma vez fui barrada. Minutos depois a porta abriu-se. Papai entrou e eu entrei atrás. E lá estava a minha irmãzinha tão esperada. Que felicidade!
Ela linda, chorona, cabelos tão lisos e bochechudinha.
Talvez seja desnecessário dizer que fiz tudo que imaginei e um pouco mais. Brincava com ela, empurrava seu carrinho, arrumava suas bonecas, contava-lhe historinhas, embalava-a na rede (um dia embalei tão alto que caímos as duas. Chorei mais do que ela), penteava seus cabelos.
Quando estava maiorzinha, gostava de a tardinha arrumá-la bem bonita, com vestidinhos de renda ou cambraia bordada, sapatinhos brancos e ia passear com ela no bairro e na casa das minhas colegas.
Mais tarde ela até servia de escudo para mim. Sim. Quando eu queria ir namorar na sessão da tarde do Cine João XXIII levava-a comigo. Ela passava o filme todinho tomando sorvete e eu de mãos dadas com o namorado.
Apesar de muito paparicada por ser a caçula, não era uma menina tola. Muito inteligente era elogiada na escola e desde pequenina sempre foi muito responsável e solidária.
Minha menina cresceu, se tornou uma grande mulher, uma profissional respeitada, uma amiga que todos querem ter.
Em algumas situações ainda é meu escudo. Às vezes é minha filha;  outras vezes, minha mãe. E sempre será uma das pessoas que mais amo no mundo.
Neste dia 30 em que ela completa mais um ano de vida, eu, meus irmãos, seus filhos e sobrinhos temos muito a comemorar porque Alcilene é um dos maiores e mais valiosos presentes que Deus nos deu.
Mana, que jamais te falte a proteção divina e motivos para sorrir este sorriso tão lindo que trazes da infância; que teu coração continue puro como a pureza do teu olhar.
Nesta noite, em que teço essas lembranças e revivo o teu nascimento, chove em Macapá (como choveu quando papai foi buscar a parteira). Mas saiba que se cair uma chuva tão forte, daquelas de fazer o céu desabar, eu juntarei todas as estrelas para enfeitar os teus caminhos.
Deus te abençoe!
Te amo!

“Nada temas.
Eu tenho as mãos sortidas de carinho.
O coração úmido de ternura
desde que Deus inaugurou a tua presença”
(Alcy Araújo)

Felizes para sempre

Abençoados por Deus, família e amigos, o meu sobrinho Marcelino Cavalcante e sua amada Letícia casaram-se ontem numa bonita cerimônia religiosa, celebrada pelo apóstolo Kelson,  e recepção impecável.
Que sejam felizes para sempre é o meu desejo.

(Fotos: Alcilene Cavalcante)

Tem sorriso mais lindo?

Minha neta Alice – O sorriso mais lindo, mais sincero e mais espontâneo a alegrar nossas vidas.
A você, leitor e leitora do blog, desejo que nesta semana que se inicia você tenha inúmeros motivos para sorrir e receber sorrisos.

31 anos de saudade

20 de julho é Dia do Amigo e há exatos 31 anos  minha mãe, professora Delzuite Maria Carvalho Cavalcante, pioneira do magistério amapaense, partiu ao encontro do maior e melhor amigo: Deus.
A saudade é imensa. E ainda dói.

Paraense, Delzuite Cavalcante veio para o Amapá ainda muito jovem, a convite de Janary Nunes,  tão logo foi criado o Território Federal do Amapá. Lecionou em diversas regiões do interior, às margens de rios e estradas, desenvolvendo seu trabalho no Araguari, Aporema, Cajari e Campina Grande. Sob a luz de lamparinas preparou uma geração de jovens.
Em Macapá, lecionou no Alexandre Vaz Tavares. Fez parte do primeiro quadro de professores das escolas Coaracy Nunes e José de Anchieta. Trabalhou também com educação de adultos no Centro de Ensino Emílio Médici.

Poetisa, amante da cultura e da educação, ao deixar a sala de aula continuou seu trabalho em outros setores de formação da juventude, como a Divisão de Assistência ao Estudante e o Departamento de Assuntos Culturais (hoje Secult).

Delzuite Cavalcante era filha de um português, Domingos Pereira de Carvalho, com  Jacinta Alves Carvalho.

Casou-se em 1953 com o poeta e jornalista Alcy Araújo Cavalcante com quem teve quatro filhos: Alcione, Alcinéa, Alcilene e Alcy Filho. Teve duas filhas adotivas: Genassuema e Adélia.

Mãe, na saudade dos que te amam descansa na paz de Deus.

A mais linda miss caipira do mundo

Minha neta Alice, que ontem completou quatro meses, e ganhou um mini arraial com bandeirinhas, balões, fogueira, música junina e guloseimas.
Alice enfeita nossa vida de amor, alegrias, risos e ternura. É nosso imenso amor.
Nas fotos, nossa mais linda miss caipira do mundo no colo dos pais Márcio e Luciene