Jornalista Paulo Silva, 48 anos de profissão. Exemplo de credibilidade e ética

Paulão, no estúdio da Rádio Difusora, com Humberto Moreira e Aníbal Sérgio

Aos 68 anos de idade e quase meio século trabalhando em rádio e jornal, com passagens por assessorias de comunicação, Paulo Silva, o Paulão, é referência na imprensa amapaense. É tido como um dos melhores jornalistas, mais ético e de maior credibilidade.
Conheço o Paulão desde o início da sua carreira. Eu trabalhava no Jornal do Povo quando ele ingressou no jornalismo como repórter esportivo da Rádio Difusora, fazendo parte de uma equipe composta por Humberto Moreira e outros craques da cobertura esportiva como Almir Menezes, Milton Sapiranga Barbosa, entre outros.
Nos conhecemos no velho estádio Glicério de Souza Marques cobrindo o campeonato amapaense de futebol em 1975. Ele pela Difusora, eu pelo Jornal do Povo. Nossa amizade – que já dura quase 50 anos – é firme, inabalável e muito bonita.
Eu poderia aqui contar muitas coisas sobre a carreira do Paulão, mas prefiro que ele mesmo conte.
Então fiz um bate-papo com ele no estilo pingue-pongue.
Acompanhe.

O que te levou a escolher a profissão de jornalista?
Ouvindo rádio e lendo jornais aprendi que o jornalista é um profissional fundamental para a sociedade, pois tem como papel principal levar informação aos cidadãos. Sua função é investigar, apurar e relatar os acontecimentos, seja em nível local, regional, nacional ou internacional. E isso sempre me fascinou, daí a escolha. Antes eu tive chance de ser policial militar, mas não daria certo.

Entrevistando o então ministro Mário Andreazza

Há quanto tempo?
Agora em junho completo 48 anos.

Lembras a primeira matéria?
Foi para o rádio, em junho de 1975, quando o Esporte Clube Macapá estava em Rondônia disputando o primeiro Copão da Amazônia. E no jornal foi para o Correio Amapaense, que funcionava em um prédio da rua Cândido Mendes com a Cora de Carvalho, a convite do Edi Prado. Foi sobre esporte, mas não lembro o assunto nem o ano.

Teve alguma influência? De quem?
No rádio esportivo local tive o Humberto Moreira como narrador e o Luiz Melo como repórter (mais tarde trabalhamos juntos na Rádio Nacional). Também me inspirei no Deni Menezes como repórter esportivo e no Ricardo Boechat e  José Paulo de Andrade, ambos da Rádio Bandeirante, no jornalismo político.
Aqui no Amapá meu mestre no jornalismo político foi o Corrêa Neto, com quem cheguei a dividir microfone na Rádio Difusora.

Onde já trabalhou?
Passei praticamente por todos os veículos de comunicação (rádios e jornais) do Amapá. Fui diretor da Rádio Difusora por duas vezes (governos Annbal Barcellos e Pedro Paulo) e da Rádio Nacional (Radiobras), de 1988 a 1989. Também fui editor de esportes e de política de diversos jornais e editor e diretor de O Liberal Amapá (Grupo Maiorana).

Entrevistando o jogador Dirceu, da Seleção Brasileira (Copa de 1982)

E atualmente?
Atualmente escrevo para o jornal Diário do Amapá e apresento programa jornalístico na Rádio Difusora de Macapá, onde iniciei a carreira e tenho como minha segunda casa.

Você já trabalhou em rádio, jornal e assessoria. Qual você mais gosta?
Rádio e jornal, nessa ordem. Como assessor de imprensa passei pela Federação das Indústrias do Amapá, pela antiga LBA e pela Câmara Municipal de Macapá, onde fiquei por seis anos.

Traça um paralelo entre o jornalismo de antes (sem a tecnologia que temos hoje) e o de hoje. As dificuldades e vantagens daquela época e as de agora.
É claro que a internet mudou diversos aspectos da vida e hábitos pessoais e uma das principais mudanças foi em relação ao consumo de informação. O que antes era acessível apenas em rádio, televisão, jornal impresso e revista, agora fica tudo à disposição dos cliques no celular. E se a informação era criada em redações jornalísticas por profissionais da área, hoje, qualquer pessoa pode divulgar e criar qualquer tipo de informação. Esse cenário trouxe junto a questão da credibilidade, principalmente depois do fenômeno das fake news. Mas o jornalismo segue sendo fascinante.

Entrevistando o jorgador Helinho, da Seleção Brasileira de Basquete

Qual a matéria ou fato inesquecível?
A tristeza da cobertura do naufrágio do Novo Amapá para a Rádio Nacional (janeiro de 1981). Eu fiquei em Santana e o Humberto Moreira foi para o local da tragédia. Passamos vários dias nessa cobertura, e depois tivemos que tomar vacina e passar por exames médicos.

Que matéria/entrevista gostaria de ter feito e ainda não fez?
Matéria e entrevista com Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos.

Todo jornalista já pagou, pelo menos, um mico na vida. Qual o maior mico que você pagou?
Um foi na transmissão de FlaxFlu, no Maracanã, ao lado do Humberto Moreira, Rodolfo Juarez e Estevão Picanço. Eu informei que havia uma máquina cortando grama, quando na verdade estava pintando a grande e a pequena área. Eu outra situação, no estádio do Morumbi, o equipamento de VHF que levamos daqui tinha a mesma frequência da polícia de São Paulo, e quando liguei chamando o Humberto na cabine do estádio a polícia respondeu. Desligamos o VHF e fomos esticar fio.

Qual matéria ou entrevista que mais te marcou?
A tragédia do Novo Amapá e as entrevistas com pessoas que perderam familiares. Acompanhei, por exemplo, o caso de uma senhora que sofreu ataque cardíaco e morreu ao ser informada que o filho estava entre os mortos, mas logo depois o filho chegou junto com alguns sobreviventes e foi viver a dor de velar e sepultar a mãe.

Uma coisa muito legal dessa profissão é…
O reconhecimento das pessoas, principalmente das mais humildes.

No estádio Zerão com Humberto Moreira e Vicente Cruz

Como é teu dia a dia?    
Acordar 5 horas da manhã, tomar banho, café, dar uma passada pela internet para ver o que os jornais estão dizendo e sair pra Rádio por volta das 6h30, pois o programa vai das 7 às 9 horas. Depois volto pra casa e passo a escrever para o Diário do Amapá.

Vida de jornalista é…
Fascinante, mas tem seus perigos e nem dá dinheiro, a não ser para quem entra em esquemas desabonadores.

Que dicas você daria para quem está começando agora?
As mesmas que recebi antes, ou seja, ter boas fontes e checar sempre as informações que recebe; construir uma ótima agenda e respeitar seu ouvinte, telespectador ou leitor, além de buscar credibilidade. Tem muita gente que você ouve, lê, mas não acredita nelas, principalmente as que idolatram governantes e gestores.

O que fazes fora do trampo?
Antes o fim de semana tinha muito suco de cevada e churrasco em casa ou na casa de amigos, mas hoje, aos 68 anos, pisei no freio. Geralmente saio com Janete e com meus filhos para algum barzinho pelo menos uma vez por mês. Quando estou em casa aproveito para ler jornais na internet, ver televisão e ler – ou reler – livros que ganho de amigos, principalmente os que tratam de jornalismo. Tenho uma bela biblioteca sobre jornalismo, incluindo manuais de redação.

Fala um pouco sobre tua passagem como diretor de rádio, editor de jornais e também as coberturas de jogos de futebol fora do estado.
Me sinto realizado com a profissão que escolhi. Entrei como repórter esportivo na Difusora e – sem derrubar ninguém – fui galgando posições. Em 1978 passei para a Rádio Nacional (Radiobras) e cheguei ao cargo de gerente, escolhido por meus colegas.
Na Rádio Difusora fui diretor por duas vezes, sempre por escolha dos governadores, sem apadrinhamento político.
O mesmo ocorreu com os jornais por onde passei, com destaque para o Diário do Amapá, Jornal do Dia, A Gazeta e o Liberal. Foi um aprendizado que segue até hoje. Já as coberturas esportivas e políticas me levaram a conhecer 14 estados e o Distrito Federal.Na antiga sede da Federação Amapaense de Desportos (atual Federação Amapaense de Futebol) com os dirigentes Pedro Assis, Brito Lima, Manoel Dias e Newton Douglas

Me conta uns casos pitorescos.
A invasão de nossa cabine no estádio Aluizio Ferreira, em Porto Velho (RO), com o Nilson Montoril metendo o dedo na cara do oficial da PM; a leitura de mais de três mil nomes do vestibular da UFPA pelo orelhão (eu e o Humberto Moreira esquecemos de levar o equipamento), para ficar apenas nessas duas.

Paulo Silva chegou a trabalhar com meu saudoso pai, o poeta e jornalista Alcy Araújo. E me disse o seguinte: “Trabalhei com seu pai, o titio Alcy Araújo, que foi um dos meus incentivadores. E tenho dois livros dele (Ave Ternura e Autogeografia) que ganhei de você e estou lendo. Em julho viajo para exames e consultas em Rondônia, e vou levar para continuar lendo.”

Há 4 anos o senador Lucas Barreto protocolou projeto de lei que defende a liberdade de imprensa. Até hoje não foi votado

Em maio de 2019 o senador Lucas Barreto protocolou o  Projeto de Lei n° 2989 que defende a liberdade de imprensa. Até hoje, passados quatro anos, o projeto não foi votado.
Em sua justificativa, Lucas Barreto ressaltou que a maior expressão da democracia é a liberdade de expressão e de imprensa, que assegurar a liberdade de imprensa constitui-se requisito indispensável à fruição das demais liberdades fundamentais.
Como hoje é o  Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, é um bom dia para se cobrar dos senadores a votação do projeto.
Sindicatos de jornalistas, associações e Fenaj deveriam se mobilizar para que esse projeto entre em pauta, pois se depender da maioria dos políticos  jamais será votado, pois essa maioria só gosta mesmo é de elogios, não aceita críticas nem que seus mal feitos sejam divulgados.

Do governador Clécio Luís sobre o jornalista Fran Tavares

“Infelizmente terminamos este dia com a triste notícia do falecimento do nosso querido Fran Tavares, aos 61 anos. Um grande jornalista e cronista esportivo, que fez história na TV e no rádio amapaense.
Com uma voz inconfundível e jargões criativos, Fran era referência quando o assunto era o esporte amapaense. Tenho certeza de que o seu talento inspirou e irá inspirar toda uma geração inteira de comunicadores.
Ele fez carreira na narração esportiva levando para os quatro cantos do estado, através das ondas do rádio, as emoções das partidas de futebol dos clubes amapaenses e de outros estados.
Na televisão, fez história com seu jeito único de apresentar matérias que mostravam a realidade, a força de vontade e as conquistas dos atletas em várias modalidades. Foi idealizador da Copa Imprensa de Futebol.
Atualmente ele nos emprestava seu talento atuando na Secretaria do Desporto e Lazer, a Sedel, mais especificamente em um local que certamente ele se sentia em casa, no nosso Estádio Zerão.
Deixo aqui meus sentimentos e força aos familiares, amigos e toda a imprensa neste momento triste.”

Imprensa de luto – Morre Fran Tavares – uma das maiores referências do jornalismo esportivo do Amapá

Faleceu o jornalista Fran Tavares – uma das maiores referências do jornalismo esportivo no Amapá.
Fran foi repórter e apresentador do Globo Esporte Amapá por 21 anos, também trabalhou em emissoras de rádio. Foi o idealizador da Copa Imprensa de Futebol, criada para aproximar cada vez mais os trabalhadores de todos os veículos de comunicação.
Não se sabe ainda a causa da morte. Fran era hipertenso. Seu corpo foi encontrado por um familiar na tarde de hoje em seu quarto.

Repercussão

“Infelizmente terminamos este dia com a triste notícia do falecimento do nosso querido Fran Tavares, aos 61 anos. Um grande jornalista e cronista esportivo, que fez história na TV e no rádio amapaense. Com uma voz inconfundível e jargões criativos, Fran era referência quando o assunto era o esporte amapaense. Tenho certeza de que o seu talento inspirou e irá inspirar toda uma geração inteira de comunicadores.” (Governador Clécio Luís)

“Fran Tavares deixa um legado de responsabilidade, respeito e fidalguia. Zeloso jornalista, de fino trato e de leve convivência.” (Vereador Dudu Tavares)

“Fran Tavares, ainda adolescente, começou narrando futebol no campinho da paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Buritizal, e depois conseguiu espaço em emissoras de rádio como locutor esportivo. No início dos anos 1990 foi para a TV Amapá, onde brilhou na reportagem e apresentação do GE e outras áreas. Um profissional exemplar e um amigo inesquecível.” (Jornalista Oscar Filho)

“Perde o jornalismo esportivo do Amapá. Fran, era um grande profissional. Fran era da boa safra, gostava do que fazia. Jornalismo esportivo perde uma voz importante.” (Jornalista Sândala Barros)

“Uma perda grande pra imprensa Amapaense. Trabalhamos juntos na Rádio Amapá FM e na TV Amapá.” (Jornalista Rodolfo Santos)

“O jornalismo esportivo do Amapá sofreu uma grande perda! O comunicador Francisco Ubaiara Tavares, faleceu no fim da tarde de hoje (10). Fran Tavares foi repórter e narrador esportivo, deixando sua marca na imprensa esportiva. Meus sinceros sentimentos aos amigos e familiares.” (Senador Davi Alcolumbre)

“A imprensa do Amapá perdeu hoje Fran Tavares, competente e dedicado profissional, um amigo, grande referência no jornalismo esportivo. Que Deus conforte os corações de seus familiares neste momento de dor.” (Senador Lucas Barreto)

Nota de pesar do Sindicato dos Jornalistas
É com pesar que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá (Sindjor) recebeu na tarde desta quarta-feira, 10 de maio, a notícia da morte do jornalista e cronista esportivo, Francisco Ubaiara Tavares, o “Fran Tavares”.
Fran deixou um grande legado no jornalismo esportivo, a maior parte da carreira como apresentador e repórter do Globo Esporte Amapá.
Neste momento de dor e comoção, rogamos a Deus o conforto necessário aos familiares e amigos.

10º Prêmio Sebrae de Jornalismo

O 10º Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ) está com inscrições abertas desde 4 de abril, para premiar as melhores notícias sobre empreendedorismo e pequenos negócios veiculadas em diferentes canais da imprensa brasileira. A intenção é reconhecer autores de trabalhos jornalísticos que colocam em evidência os temas relacionados ao universo de microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.

O tema central desta edição é “A contribuição dos pequenos negócios para o desenvolvimento econômico e social do país”. São quatro categorias: Texto, Áudio, Vídeo e Foto. Haverá também a premiação especial de Empreendedorismo Social, para conteúdos que abordem esse tema, e o Grande Prêmio Sebrae de Jornalismo, que será escolhido entre os vencedores das categorias principais pela excelência do material apresentado.

As inscrições podem ser feitas de forma rápida e fácil pelo site www.premiosebraejornalismo.com.br. O prazo para se inscrever vai até 5 de junho.

Podem concorrer matérias veiculadas de 1º de julho de 2022 a 4 de junho de 2023, assim como podcasts e vídeos veiculados em plataformas digitais nesse mesmo período.

(Ascom/Sebrae)

Portal Alyne Kaiser comemora dois anos com show de Wanderley Andrade

Vai ter show com Wanderley Andrade pra festejar os 2 anos do Portal Alyne Kaiser

A festa vai comemorar o sucesso do Portal, com mais de 30 mil acessos únicos diários em média, alcançando picos de até 60 mil acessos diariamente

O portal Alyne Kaiser chegou ao seu 2º aniversário consolidado como um dos principais veículos de informações da Amazônia. O dinamismo e eficiência ao noticiar fatos atende aos leitores exigentes e que buscam diariamente na internet as notícias de assuntos variados. A celeridade, fontes seguras, compartilhamento em redes sociais, atualização a cada fato importante, caiu no gosto dos leitores, e não demorou para que se tornasse um dos mais acessados meios de comunicação virtual.

Para comemorar os 2 anos com o público e leitores e ainda ajudar famílias carentes, a produtora Farofa Tropical está preparando uma mega festa com o artista Wanderley Andrade, o ladrão de coração. Parte do valor arrecadado será investido na compra de cestas básicas para distribuição entre famílias do projeto Mães Solidárias, que desde 2015 recebe apoio da jornalista Alyne Kaiser, diretora do portal.

Nestes dois anos o leitor acompanhou a evolução do Portal Alyne Kaiser, um espaço amplo e democrático onde qualquer pessoa tem liberdade de expor suas opiniões e demandas, para fazer reivindicações e também elogiar o que merece aplausos. Estas características conquistaram a confiança dos leitores e anunciantes, que têm o site como um ambiente de informação, democracia e utilidade pública.

Os investimentos em inovações para atender o público não param, e recentemente, o portal lançou uma versão para smartphones com mais opções, e em formato mais leve e acessível. Brevemente outros produtos com a marca Alyne Kaiser serão apresentados, como o Kaiser Cast e o Kaiser TV.

Para comemorar todo este crescimento com leitores e anunciantes, e ainda ajudar as famílias necessitadas, Wanderley Andrade vai fazer um show que vai ficar para a história do evento no Amapá. Para completar a festa, vai ter pagode com o grupo Tudo ou Nada e DJ.

O evento ocorrerá na sede do Maracatu da Favela. Mais informações no número e reservas de mesas, ingressos e camarotes pelo fone 96981373130.

(Texto e fotos: Assessoria de comunicação)

Para não esquecer Bonfim Salgado

Tributo a um “velho jornalista”
Por José Machado*
É difícil mensurar o sentimento de vazio, quando perdemos um amigo. Foi assim quando soubemos de sua passagem para o plano superior.
Um apaixonado pela vida, cheio de otimismo, perseverança, e fazia questão de compartilhar essas virtudes com os que viviam ao seu redor. Para ele, viver era ver e participar. De sorriso largo, era atencioso com qualquer pessoa e todos o admiravam pelo jeito cordial e prestativo. Por isso, era muito querido.

Em função de minha atividade como Cerimonialista, e por ‘fina ironia ‘concedeu-me um título de nobreza e tratava-me como Dom Machado. Aliás o Feijão (ex-deputado) ainda o faz.

O saudoso “velho jornalista” Bonfim Salgado
Com ele, tudo era sempre engraçado e divertido, sem beirar a irresponsabilidade. Até nas situações mais sérias e preocupantes, buscava pensar a crítica irônica do humor risível mesmo onde havia tensão.
Um pequeno criador de bovinos do Curiau, que já havia perdido várias reses para uma onça, após várias incursões pelos órgãos ambientalistas sem que apresentassem solução, o procurou à emissora onde tínhamos(equipe) do Jornal Meio Ambiente um programa domingueiro.
Após contar sua história, enfatizou que a Promotora o instruiu a fazer uma foto da onça, para anexar ao processo. Após sonoras gargalhadas, fez o seguinte comentário:
-Dona onça, sua reputação está feia com ranhuras do tamanho de suas patas, faça uma bela pose para sair bem na foto, para enviarmos à promotora!
O objetivo era promover o riso, a mais antiga e ainda a mais terrível forma de crítica. Só ele dá alma e luz à “Santa Ironia”.
No dia seguinte, recebeu uma notificação para prestar esclarecimentos na Promotoria.
Sua inteligência facilitava o diálogo com desenvoltura sobre qualquer assunto, que se refletia em seus ensaios, artigos e palestras. Mas isso nunca fez dele um homem orgulhoso, pernóstico ou afetado.
Assim como os grandes mestres, foi um exemplo de humildade e tinha verdadeira mania de agradar a todos. Era admirável nessas demonstrações. Como todo humano era falhanço, mas suas virtudes superavam seus defeitos.
Bonfim participava de saraus de poesia. Na foto, Bonfim declamando, os poetas e escritores César Bernardo de Souza e Alcinéa Cavalcante e o professor Antônio Munhoz, em 2011

Ele tinha o dom da palavra, fez da vida poesia com rimas e imagens. Poeta, escritor e militante da Literatura.

Do exílio voluntário ao Rio de Janeiro onde morou 17 anos, aproveitou para graduar-se em Comércio Exterior. Mas foi no jornalismo onde se encontrou.
Trabalhador do conhecimento, o ‘velho jornalista’, se destacou pela capacidade de transformar informações em valores para a vida.
Costumava dizer “Sou um milionário, um milionário sem dinheiro, um milionário de assuntos e nada mais”.
Foi embora o indivíduo culto. Fica a lembrança, e a saudade do homem apaixonado pela família e pelos amigos. Sua perda gerou comoção entre os colegas-, as lembranças felizes que ele deixou são frutos do bom relacionamento.
Sua partida súbita, sem despedida em 12 de março de 2012 nos deixou entristecidos. Mas suas histórias e memórias jamais serão esquecidas.
O Flâneur, seguiu em nuvens brancas, que o levaram ao descanso eterno. Tomara que o Paraíso não seja mera fantasia. Assim, o viajante divertidamente,continuará escrevendo,declamando suas poesias e tomando os sorvetes de baunilha que tanto adorava em taças da Eternidade…
*José Machado é jornalista, radialista e cronista

Elas informam

As jornalistas Luciane Alves e Keila Góes já ultimam  os detalhes para apresentação de um programa na Internet com muita informação, entrevistas e entretenimento.
O programa tem estreia marcada para a próxima segunda feira, 6. Ele irá ao ar de segunda a sexta das 18h às 20h no Facebook, canal Elas Informam.
Sucesso, meninas!