Entre aspas

“Político apanhado em malfeitos sempre se diz perseguido, mas não diz nome de quem o persegue. Prefere investir contra quem dá a notícia.”
Jornalista Paulo Silva, hoje no twitter

O jornalismo de hoje e a história de amanhã

Por João Estrella e Joyce Martins, no Observatório da Imprensa

A mídia alternativa da década de 1970 representou, sim, uma frente de combate à ditadura. Espaços heroicos que, em uma sociedade amordaçada, afirmaram o compromisso com a livre expressão de ideias e a liberdade editorial. Somente isso já bastaria para que se tornassem marcos da história brasileira. Entretanto, a mídia alternativa da década de 70 transcendeu o combate à ditadura. Transcendeu as questões do seu tempo e lançou bases para uma revolução jornalística. Daquela época e daquelas experiências nascem temáticas extremamente atuais, ainda mais após as manifestações que, desde junho, varrem o país.

Do humor às reportagens investigativas, do debate entre engajamento político e neutralidade, da nova dimensão da imagem e do projeto gráfico como parte do conteúdo, da cultura e dos costumes como alvo de interesse, tais publicações anteciparam o futuro. Anteciparam os dias de hoje. Constituem, simultaneamente, núcleos decisivos de memória e referências para pensarmos o oficio do jornalista, os caminhos a serem trilhados pela imprensa nacional. (Leia mais)

Golpe contra a liberdade de expressão

Do jornal Folha de S.Paulo

Levantamento aponta censura judicial a seis veículos em 2013

Levantamento da ANJ (Associação Nacional de Jornais) aponta seis casos de censura judicial a meios de comunicação do país desde o início deste ano. São situações em que decisões da Justiça impedem a publicação de reportagens pela imprensa.

Essas decisões atingiram a Folha e outros três meios de comunicação que, hoje, continuam sem poder publicar o conteúdo que foi alvo de contestação judicial.

Segundo o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, a situação é “absurda, lamentável e inconstitucional”. “O maior prejudicado nessas situações é o cidadão, que é tolhido de ter a informação que lhe interessa”.

De acordo com Pedreira, há uma tendência recorrente de que casos de censura judicial aumentem em anos eleitorais, principalmente durante eleições municipais.

“O objetivo de políticos e autoridades –de onde geralmente partem as ações– é ganhar tempo, retardar a divulgação de informações. Depois da eleição, mesmo que a decisão seja revertida por uma instância superior da Justiça, o impacto já passou”, afirma.

Em 2012, ano de eleições para prefeito e vereador em todo o país, um estudo semelhante da ANJ registrou dez ocorrências de restrição a veículos de comunicação feitas pelo Judiciário.

CASOS

O assunto voltou a ser tema de debate depois que a Justiça do Paraná proibiu o jornal “Gazeta do Povo”, o maior em circulação no Estado, de publicar reportagens sobre investigações abertas contra o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo.

O pedido foi feito no fim de julho pelo próprio magistrado, que assumiu a presidência do TJ em fevereiro. Camargo é alvo de investigações sigilosas no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), sob suspeita de tráfico de influência e venda de sentenças, que foram noticiadas pelo jornal.

A decisão determina que o veículo “se abstenha de publicar matérias jornalísticas que atinjam a honra, a boa fama e a respeitabilidade do autor” e ordena que a “Gazeta do Povo” exclua de seu site todos os textos publicados sobre o caso, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Outro caso de censura judicial ainda em vigor atinge o colunista José Simão, da Folha. A juíza Camila Castanho Opdebeeck, da 3ª Vara Cível de Indaiatuba (SP), determinou a retirada imediata de qualquer forma de veiculação eletrônica da coluna publicada no caderno “Ilustrada” em 22 de agosto de 2012.

O pedido foi formulado pela ex-candidata a vereadora em Indaiatuba Alzira Cetra Bassani (PPS). Na coluna, Simão faz uma sátira com o nome usado por ela na campanha eleitoral de 2012, Alzira Kibe Sfiha.

No despacho, a juíza do caso afirmou que “é preciso considerar a compatibilização, pelo princípio da proporcionalidade, do direito fundamental de liberdade de expressão com o direito à imagem da pessoa, de molde a justificar a remoção como determinada”.

A Folha cumpriu a decisão, mas recorreu. O julgamento do recurso está marcado para setembro.

Procurados, Camargo e Bassani não foram localizados até este fim de semana.

Os demais casos apontados pela ANJ são os da TV Anhanguera –afiliada da Rede Globo em Gurupi (TO)–, e da blogueira e jornalista do jornal “Diário de Goiás” Lenia Soares Santana. Estes dois, ao lado da Folha e da “Gazeta do Povo”, estão hoje censurados devido a decisão judicial.

Também aparecem no relatório decisões contra o jornal “O Fato Novo” –de Taquari (RS)– e o blog “Alcinéa Cavalcante: Liberdade de Expressão!” –de uma professora aposentada de Macapá (AP).

Retrato em preto e branco

joaosilvaA foto é dos anos 7o, início da TV Amapá – Jornalista João Silva apresentando o programa Câmera Aberta.  Ele foi o primeiro jornalista a produzir e apresentar programa de esportes na televisão amapaense. E era ao vivo. João foi também editor de esportes de vários jornais e correspondente da revista Placar. Na minha opinião, João Silva era – ou melhor ainda é – um dos melhores comentaristas esportivos do norte do país. Hoje ele  pilota um blog jornalístico, político e cultural. O endereço é www.joaosilvaap.com.br . Eu leio diariamente e recomendo.

Perguntas cretinas que repórteres adoram fazer

– A senhora está triste com a morte do seu filho?
– Está doendo muito? (para o acidentado que está gritando de dor)
– Feliz com a vitória? (para o técnico do time que acaba de ganhar o campeonato)
– Qual a sua maior esperança? (para a mãe que procura um filho desaparecido)
– Vão jogar água? (aos bombeiros que chegam para apagar um incêndio)

Amapá no G1

Com uma equipe jovem, dinâmica e talentosa, comandada por Lorena Kubota, entrou no ar sexta-feira a página do Amapá no G1, com matérias bem elaboradas, boas imagens e bom texto.
São 16 jornalistas compondo a redação do G1 em Macapá trabalhando dia e noite para levar a informação com qualidade para o resto do mundo através de um dos portais mais acessados da imprensa brasileira.
Sem medo de errar digo que os jornalistas que fazem parte do G1 Amapá estão entre os melhores da imprensa amapaense. É a nova geração de “coleguinhas” esbanjando talento e crescendo na profissão.
Sucesso!

É sempre bom lembrar

É sempre bom lembrar que:

“A ética deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.” (Gabriel Garcia Marquez)

“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.”
(Cláudio Abramo)

“O jornalista é um servidor público, não um político.” (James Linde)

“O bem mais precioso na vida de um jornalista não é o seu emprego, mas a sua credibilidade”
(Eugênio Bucci)