Jornalista paraense Cristina Serra é candidata à presidência da ABI

Duas chapas estão na disputa da associação   

Jornalista e escritora Cristina Serra na disputa pela presidência da ABI

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), sediada no Rio de Janeiro, realizará no próximo dia 29 de abril eleições para escolher sua nova diretoria. A jornalista e escritora Cristina Serra e a jornalista Helena Chagas, sua vice na chapa 1 “Democracia e Renovação”, disputam o pleito com a chapa 2 “ABI Luta pela Democracia”, encabeçada pelo jornalista Octávio Costa, com a também jornalista Regina Pimenta como vice. A votação acontece de forma virtual, para viabilizar a participação de associados de todo o Brasil.

As candidatas Cristina Serra e Helena Chagas, que podem ser as primeiras mulheres a dirigir a associação em 114 anos, propõem na chapa ABI – Democracia e Renovação a inclusão da diversidade regional com a representação de jornalistas nas diretorias e nos três conselhos, instâncias decisórias. “A defesa da regulação da mídia, para uma comunicação mais democrática, que representa, de fato, a diversidade e a pluralidade de opiniões” são propostas prioritárias das candidatas.

A chapa, que já tem diretorias no Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul, defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, e o combate a violência contra jornalistas. “Em muitos lugares do Brasil, especialmente fora dos grandes centros, o jornalismo é uma profissão de risco, e os profissionais têm que lidar com ameaças e intimidações frequentes de poderes políticos e econômicos locais”, diz o programa da chapa 1.

Ontem, 25,, Cristina Serra participou da roda de conversa “ABI é do Norte”, com o tema Diversidade regional e inclusiva no jornalismo. No evento on line, ela respondeu perguntas sobre as propostas da chapa 1 ABI-Democracia e Renovação, que podem ser acessadas na íntegra neste site: https://www.democraciaerenovacao.com.br. Atuaram como mediadores da live os jornalistas Kátia Brasil (AM), Simone Romero (PA) e Paulo Thadeu (RR); e como facilitadores Fábio Pontes (AC); Conceição Melquíades (AM); Cíntia Souza (AP); Bianca Levy (PA); Josi Gonçalves (RO); Érica Figueiredo (RR); e Gabriela Melo (TO).

Cristina Serra é paraense de Belém, iniciou o curso de jornalismo na UFPA e concluiu na Universidade Federal Fluminense. No Rio de Janeiro, trabalhou como repórter em diversos veículos, como o Jornal do Brasil, revista Veja e Rede Globo, consolidando uma trajetória de sucesso e sempre atenta a três temas: Amazônia, jornalismo e política. Cristina ficou conhecida nacionalmente atuando como repórter de diversos telejornais da Rede Globo, e chegou a ser correspondente internacional do Jornal Nacional em Nova Iorque, e integrou o quadro “As meninas do Jô”, no programa de Jô Soares. Em 2018, Cristina esteve em Macapá para o lançamento do seu livro “Tragédia em Mariana: a história do maior desastre ambiental do Brasil”, com relatos detalhados que apontam causas e consequências do rompimento da barragem de Fundão, localizada em Mariana, Minas Gerais (MG) e que deixou vários mortos e um rastro de lama e devastação. Atualmente, Cristina Serra é colunista do jornal Folha de São Paulo.

Dulcivânia Freitas com informações de https://abi-bahia.org.br 

A melhor profissão do mundo – Gabriel García Márquez

Discurso de Gabriel García Márquez, proferido na 52ª Assembleia da Sociedad Interamaricana de Prensa (SIP), em Los Angeles (EUA), em 7 de outubro de 1996

Há uns cinqüenta anos não estavam na moda escolas de jornalismo. Aprendia-se nas redações, nas oficinas, no botequim do outro lado da rua, nas noitadas de sexta-feira. O jornal todo era uma fábrica que formava e informava sem equívocos e gerava opinião num ambiente de participação no qual a moral era conservada em seu lugar.
Não haviam sido instituídas as reuniões de pauta, mas às cinco da tarde, sem convocação oficial, todo mundo fazia uma pausa para descansar das tensões do dia e confluía num lugar qualquer da redação para tomar café. Era uma tertúlia aberta em que se discutiam a quente os temas de cada seção e se davam os toques finais na edição do dia seguinte. Os que não aprendiam naquelas cátedras ambulantes e apaixonadas de vinte e quatro horas diárias, ou os que se aborreciam de tanto falar da mesma coisa, era porque queriam ou acreditavam ser jornalistas, mas na realidade não o eram.

O jornal cabia então em três grandes seções: notícias, crônicas e reportagens, e notas editoriais. A seção mais delicada e de grande prestígio era a editorial. O cargo mais desvalido era o de repórter, que tinha ao mesmo tempo a conotação de aprendiz e de ajudante de pedreiro. O tempo e a profissão mesma demonstraram que o sistema nervoso do jornalismo circula na realidade em sentido contrário. Dou fé: aos 19 anos, sendo o pior dos estudantes de direito, comecei minha carreira como redator de notas editoriais e fui subindo pouco a pouco e com muito trabalho pelos degraus das diferentes seções, até o nível máximo de repórter raso.

A prática da profissão, ela própria, impunha a necessidade de se formar uma base cultural, e o ambiente de trabalho se encarregava de incentivar essa formação. A leitura era um vício profissional. Os autodidatas costumam ser ávidos e rápidos, e os daquele tempo o fomos de sobra para seguir abrindo caminho na vida para a melhor profissão do mundo – como nós a chamávamos. Alberto Lleras Camargo, que foi sempre jornalista e duas vezes presidente da Colômbia, não tinha sequer o curso secundário.

A criação posterior de escolas de jornalismo foi uma reação escolástica contra o fato consumado de que o ofício carecia de respaldo acadêmico. Agora as escolas existem não apenas para a imprensa escrita como para todos os meios inventados e por inventar. Mas em sua expansão varreram até o nome humilde que o ofício teve desde suas origens no século XV, e que agora não é mais jornalismo, mas Ciências da Comunicação ou Comunicação Social.

O resultado não é, em geral, alentador. Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afã de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E em especial sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática.

Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial.

O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a premissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Alguns, conscientes de suas deficiências, sentem-se fraudados pela faculdade onde estudaram e não lhes treme a voz quando culpam seus professores por não lhes terem inculcado as virtudes que agora lhes são requeridas, especialmente a curiosidade pela vida.

É certo que tais críticas valem para a educação geral, pervertida pela massificação de escolas que seguem a linha viciada do informativo ao invés do formativo. Mas no caso específico do jornalismo parece que, além disso, a profissão não conseguiu evoluir com a mesma velocidade que seus instrumentos e os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro.

Quer dizer: as empresas empenharam-se a fundo na concorrência feroz da modernização material e deixaram para depois a formação de sua infantaria e os mecanismos de participação que no passado fortaleciam o espírito profissional. As redações são laboratórios assépticos para navegantes solitários, onde parece mais fácil comunicar-se com os fenômenos siderais do que com o coração dos leitores. A desumanização é galopante.

Não é fácil aceitar que o esplendor tecnológico e a vertigem das comunicações, que tanto desejávamos em nossos tempos, tenham servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento.

Os principiantes queixam-se de que os editores lhes concedem três horas para uma tarefa que na hora da verdade é impossível em menos de seis, que lhes encomendam material para duas colunas e na hora da verdade lhes concedem apenas meia coluna, e no pânico do fechamento ninguém tem tempo nem ânimo para lhes explicar por que, e menos ainda para lhes dizer uma palavra de consolo.

‘Nem sequer nos repreendem’, diz um repórter novato ansioso por ter comunicação direta com seus chefes. Nada: o editor, que antes era um paizão sábio e compassivo, mal tem forças e tempo para sobreviver ele mesmo ao cativeiro da tecnologia.

A pressa e a restrição de espaço, creio, minimizaram a reportagem, que sempre tivemos na conta de gênero mais brilhante, mas que é também o que requer mais tempo, mais investigação, mais reflexão e um domínio certeiro da arte de escrever. É, na realidade, a reconstituição minuciosa e verídica do fato. Quer dizer: a notícia completa, tal como sucedeu na realidade, para que o leitor a conheça como se tivesse estado no local dos acontecimentos.

O gravador é culpado pela glorificação viciosa da entrevista. O rádio e a televisão, por sua própria natureza, converteram-na em gênero supremo, mas também a imprensa escrita parece compartilhar a idéia equivocada de que a voz da verdade não é tanto a do jornalista que viu como a do entrevistado que declarou. Para muitos redatores de jornais, a transcrição é a prova de fogo: confundem o som das palavras, tropeçam na semântica, naufragam na ortografia e morrem de enfarte com a sintaxe.

Talvez a solução seja voltar ao velho bloco de anotações, para que o jornalista vá editando com sua inteligência à medida que escuta, e restitua o gravador a sua categoria verdadeira, que é a de testemunho inquestionável. De todo modo, é um consolo supor que muitas das transgressões da ética, e outras tantas que aviltam e envergonham o jornalismo de hoje, nem sempre se devem à imoralidade, mas igualmente à falta de domínio do ofício.

Talvez a desgraça das faculdades de Comunicação Social seja ensinar muitas coisas úteis para a profissão, porém muito pouco da profissão propriamente dita. Claro que devem persistir em seus programas humanísticos, embora menos ambiciosos e peremptórios, para ajudar a constituir a base cultural que os alunos não trazem do curso secundário.

Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.

O objetivo final deveria ser o retorno ao sistema primário de ensino em oficinas práticas formadas por pequenos grupos, com um aproveitamento crítico das experiências históricas, e em seu marco original de serviço público. Quer dizer: resgatar para a aprendizagem o espírito de tertúlia das cinco da tarde.

Um grupo de jornalistas independentes estamos tratando de fazê-lo, em Cartagena de Indias, para toda a América Latina, com um sistema de oficinas experimentais e itinerantes que leva o nome nada modesto de Fundação do Novo Jornalismo Ibero-Americano. É uma experiência piloto com jornalistas novos para trabalhar em alguma especialidade – reportagem, edição, entrevistas de rádio e televisão e tantas outras – sob a direção de um veterano da profissão.

A mídia faria bem em apoiar essa operação de resgate. Seja em suas redações, seja com cenários construídos intencionalmente, como os simuladores aéreos que reproduzem todos os incidentes de vôo, para que os estudantes aprendam a lidar com desastres antes que os encontrem de verdade atravessados em seu caminho. Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade.

Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.

O jornalista tem de ter duas qualidades básicas: a curiosidade e a humildade

Uma lição do saudoso jornalista Artur Xexeo:

“O jornalista tem de ter duas qualidades básicas. Uma é a curiosidade; acho que é possível ensinar isso. A outra é a humildade, pois esta é uma profissão que — talvez por ser associada a essa história de quarto poder — permite que você se ache melhor que os outros, tenha o nariz empinado e se sinta com o rei na barriga. Isto acaba prejudicando o trabalho. A gente detém, ou consegue, a informação por uma única razão: não porque é mais inteligente, mais bonito ou mais gostoso, mas porque sabe que tem a função de dividi-la com a sociedade. É preciso ter humildade o tempo todo para saber que você é só o “cavalo” dessa história, que não é melhor do que ninguém porque sabe antes das coisas.”

Hoje é Dia do Jornalista

É sempre bom lembrar que:

A ética deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.” (Gabriel Garcia Marquez)

O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.”
(Cláudio Abramo)

Jornalismo é investigação sempre – quer ele resulte na renúncia de um presidente da República ou no fechamento de um buraco de rua que atrapalha o trânsito.” (Ricardo Noblat, no livro “Jornalismo é…”)

O bem mais precioso na vida de um jornalista não é o seu emprego, mas a sua credibilidade”
(Eugênio Bucci, in “Sobre Ética e Imprensa”, Editora Cia das Letras)

Memórias da imprensa – O jornal Folha do Povo

Fundado em 1963 por Elfredo Távora e Amaury Farias, entre outros jornalistas, a Folha do Povo era um jornal semanal de oposição ao governo. Por causa disso seus jornalistas foram presos várias vezes.

Funcionava na avenida Mário Cruz. A foto registra uma das interdições do jornal, após o golpe de 1964. Um policial na porta principal impede a entrada e saída de qualquer pessoa. Neste dia quando Amaury Farias chegou ao jornal já estava lá à sua espera o delegado José Alves e um escrivão de polícia para prendê-lo.

Disse-lhe o delegado: “Amaury, na ausência do Elfredo (Elfredo Távora, editor-chefe do jornal, estava em Belém) tu és o responsável pelo jornal como redator-chefe, e aqui estamos por ordem do governador para te prender e fazer intervenção no jornal porque aqui funciona uma célula comunista.”

E lá foi o Amaury Farias preso mais uma vez. Ele e José Araguarino Mont’Alverne – que era um excelente repórter.

Vida de jornalista – A trajetória vitoriosa de Cleide Freires

Após 31 anos no jornalismo da TV Amapá e Rádio Amapá FM ( hoje CBN Macapá), a premiada jornalista  Cleide Freires trocou a TV e rádio pelo jornalismo digital.  “Saí da TV para fazer um trabalho na internet. Um projeto que sempre quis colocar em prática: o meu blog cleidefreires.com.br”, conta.
Conheci Cleide há mais de 30 anos quando foi minha aluna em um curso de elaboração de releases. Desde então acompanho seu trabalho, seu crescimento profissional e digo, sem medo de errar, que ela é um exemplo de profissional ética e responsável.
Num bate-papo rápido pelo whatsApp (por causa da pandemia evito encontros presenciais), Cleide me contou um pouco da sua história no jornalismo amapaense.
Acompanhe:

Como começou?
Fui contratada em 1990 pela TV Amapá ( hoje Rede Amazônica) . Comecei atuando na área comercial da emissora, mas foi por pouco tempo ( para não perder a vaga na época ) de “olho” na vaga que iria surgir com a implantação da Rádio Amapá FM ( hoje CBN Macapá), não lembro bem a data que comecei no rádio. Confesso que sempre fui apaixonada por “microfone”.

Então você acompanhou o nascimento da Amapá FM…
Sim. Brinco com os colegas de imprensa que vi o “parto” da Amapá FM. Vi tudo começar, do transporte de equipamentos à formação de pessoal para o quadro.
Recebi o tão esperado convite e  comecei a fazer os chamados “flashes” com notícias que eram lidas pelos locutores. Na época, o diretor era o Brazão, um cara exigente, mas que aprendi muito com ele. Não o vejo desde então. Mas tenho boas lembranças dele.

Além de redigir os “flashes” você apresentou programas?
Cheguei a apresentar na Amapá FM um programa sertanejo (acho que durou um ou dois meses apenas) – na época era um estouro nas paradas – e depois assumi o comando do Relax, um programa só de música instrumental que era apresentado pela minha querida e adorável amiga Tanha Silva, o qual acabei assumindo com a saída dela, mas também foi por pouco tempo.

Como foi a tua ida do rádio para a TV?
A minha saudosa amiga Simone Teran, nessa época, era âncora do Bom Dia Amapá (na TV) e sempre me procurava na rádio em busca das notícias. Foi assim que ela me descobri e solicitou de Manaus a minha transferência para o jornalismo da TV.

O que te levou a escolher o jornalismo?
Caí de paraquedas no jornalismo, mas acho que estava no “sangue”. Cheguei a participar de uma série de cursos no Senac, um deles era elaboração de releases, e a professora era a minha amiga e grande jornalista Alcinéa Cavalcante. Esse curso, claro, me ajudou nessa trajetória. Quando cheguei ao jornalismo da TV Amapá, novos desafios…. Um mundo fantástico, diferente, que me apaixonei. Conheci pessoas maravilhosas, grandes profissionais os quais tenho maior orgulho de citar: Corrêa Neto (esse homem foi fantástico na minha carreira,  aprendi muito com ele); Evandro Luis (que inspiração); Simone Teran, responsável por eu estar naquela época no jornalismo da TV. Eu passei então a ser produtora do Bom Dia Amapá junto com a Simone Teran , que era apresentadora  (saudades eternas da minha amiga)
Minha história na TV só estava começando.

E quando você pulou da produção para a telinha?
Não lembro bem a data, mas acho que em  1994. A Francy Rodrigues era a diretora de Jornalismo e foi ela a responsável por me tornar apresentadora de telejornal. Nessa data, gravei um piloto sobre eleições, e já aprovado foi direto pro ar. A partir de então, meu trabalho foi crescendo. Nossos nomes eram muitos parecidos: Francicleide e Francilene. E foi da Francy Rodrigues,a ideia de criar, a partir de então, um novo nome nas telas : Cleide Freires.
Eu agradeço muito a Francy Rodrigues por tudo que ela fez por mim. Graças a ela, tenho um nome, reconhecimento, credibilidade. Com ela aprendi muita coisa. Ter ética, amor à profissão, humildade e profissionalismo.

Além da TV Amapá e da Rádio Amapá FM, você trabalhou em outros veículos?
Não. Fui contratada pela TV Amapá aos 18 anos de idade. A empresa faz parte da minha vida, da minha história. Saí da TV para fazer um trabalho na internet. Um projeto que sempre quis colocar em prática. O meu blog – cleidefreires.com.br – está há pouco mais de 2 meses no ar e aos poucos vai ganhando a simpatia do público . Um desafio para mim que sempre atuei em TV. Tô muito feliz e espero que o público esteja gostando.

Falar em desafio, quais os maiores que você enfrentou?
Muitos, mas os desafios existem para nos amadurecer e fortalecer nas empreitadas da vida. Sofri preconceito por ser de família nordestina, mas isso nunca me impediu de seguir em frente com meu trabalho que sempre foi feito com garra, determinação e credibilidade. Uma coisa que falo com orgulho é que tenho credibilidade e respeito.

Qual matéria mais te marcou?
Naufrágios (Novo Amapá e Anne Karoline III) são matérias que me deixam comovidas….

Qual matéria gostarias de ter feito e ainda não fez? Por que?
Sempre trabalhei muito dentro da redação, mas se eu tivesse tido a oportunidade, como repórter, faria matérias sobre as belezas e riquezas do Amapá. Gente, esse estado é lindo e a gente não conhece nem metade.

Como era fazer jornalismo na época que você começou sem a tecnologia de hoje e como é hoje? Vantagens e desvantagens de ontem e de hoje?
Lembro que cheguei a operar o telex ( muita gente nem vai saber o que é e nem vou saber explicar – máquina bem antiga); depois aprendi a escrever as laudas ( lidas pelos apresentadores de telejornal) na máquina de escrever ( ficava com os dedos “amassados” de tanto digitar e um detalhe: não podia errar, que aí teria que escrever tudo de novo); alguém lembra do papel carbono? Pois é, tinha que levar uma cópia da lauda para o apresentador, produtor e operador.
A tecnologia foi avançando e eu comemorando cada equipamento moderno que chegava na redação da TV Amapá. Ficou tudo mais fácil, mais dinâmico, sem dúvida. E eu que presenciei toda mudança tecnológica, de equipamentos antigos para modernos, me emocionava. Pra se ter uma ideia, o teleprompeter ( pra quem não sabe é o TP – uma tela pela qual o apresentador lê a notícia) era no papel e depois evoluiu , facilitando a vida do apresentador.

Que dicas você daria pra quem está começando agora?
Primeiro, que Jornalista tem que amar a profissão, porque não é fácil. Mas confesso, que é algo encantador. Eu aconselho que não desista dos seus sonhos, acredite neles, seja qual for sua escolha, sua profissão. Faça seu trabalho com amor, dedicação e principalmente humildade. Somos jornalistas, mas também somos seres humanos. Nosso papel é prestar serviços à comunidade, levando informação verdadeira, apurada, checada, com total responsabilidade. Não julgamos ninguém.

Para finalizar o papo, Cleide falou dos amigos que fez na TV Amapá e de sua gratidão a eles, conheceu muitas pessoas maravilhosas e que guarda todas elas no coração.

Ela disse:
“Vou citar algumas delas: meu agradecimento especial aos saudosos Corrêa Neto e Simone Teran; Evandro Luiz, Júlio Duarte e Francy Rodrigues. Não poderia também deixar de citar um grande mestre na minha vida profissional, que faleceu em 2021, mas que me deixou um grande legado, meu querido Elizandro Oliveira ( um dos melhores chefes de jornalismo que tive na empresa).
Também gostaria de citar um cara fera que é o Ângelo Fernandes, coordenador do Núcleo de Rede – TV Amapá; graças a ele fiz várias participações ao vivo e boletins gravados em Rede Nacional, como Jornal da Globo, Hora 1 e Globonews. O Apagão no Amapá foi um dos assuntos.
E para finalizar, gostaria de citar o nome de uma pessoa que considero importante nessa minha trajetória na emissora: o jornalista e empresário Phelippe Daou que faleceu em 2016. Um homem íntegro, grande jornalista e empresário que sempre valorizou o trabalhador. Os funcionários tiveram a oportunidade de participar de cursos, capacitações, qualificações, ter acesso a planos de saúde e escolar e outros investimentos. Eu fiz vários cursos na Uniglobo e aproveitei cada um deles.

Sou grata à Deus, por tudo!”

No próximo dia 11, o ICDAM (Instituto Internacional de Comunicação e Preservação da Amazônia) vai homenagear cem jornalistas da Amazônia com o Troféu Imprensa. Cleide Freires está entre os cem.
A solenidade será no auditório da Assembleia Legislativa do Pará.
Parabéns, Cleide. Ver o seu trabalho reconhecido por tão importante instituto nos enche de orgulho.

Veja os vencedores estaduais no Prêmio Sebrae de Jornalismo 2021

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amapá (Sebrae) anunciou ontem os vencedores na 8ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo 2021 (PSJ), etapa estadual. O maior prêmio de jornalismo empreendedor realizado no Brasil recebeu 11 inscrições no estado. A solenidade de premiação ocorre na segunda quinzena de janeiro de 2022.

Segundo a gerente da Unidade de Comunicação e Marketing do Sebrae no Amapá (UMC), Sândala Barros, o Prêmio Sebrae de Jornalismo é uma iniciativa do Sebrae Nacional, em parceria com as unidades estaduais. “O objetivo é premiar os melhores trabalhos jornalísticos com temas que englobam o universo dos pequenos negócios, entre eles, empreendedorismo, produtividade e competitividade, inovação e startups, inclusão produtiva e sustentabilidade, transformação digital, políticas públicas e legislação, e acesso a crédito”

Júri
O júri técnico no estado do Amapá é composto pelo coordenador do Curso de Jornalismo e diretor da TV e Rádio da Universidade Federal do Amapá (Unifap), jornalista Paulo Giraldi; coordenadora da Comunicação da Embrapa no Amapá, jornalista Dulcivânia Freitas; e pela jornalista e escritora, Alcinéa Cavalcante.

Premiação
O primeiro lugar de cada categoria vai receber troféu e certificado. Os demais participantes receberão diploma de participação. Já os integrantes do júri técnico receberão diploma alusivo à sua contribuição na avaliação dos trabalhos.
Após vencer na etapa estadual, os jornalistas concorrem agora na etapa regional, que não terá premiação, mas credencia os vencedores para a disputa da premiação na etapa nacional.

Trabalhos Classificados
Prêmio Sebrae de Jornalismo – Categoria Texto
Vencedor Estadual
1º lugar: A aventura dos castanheiros no Amapá (Portal SelesNafes.com)
Subtema: Inclusão Produtiva e Sustentabilidade
Equipe: Marco Antônio P. Costa, Seles Nafes e Elder de Abreu
Série:

Link 1: https://selesnafes.com/2021/07/video-a-aventura-dos-castanheiros-no-amapa/?swcfpc=1

Link 2: https://selesnafes.com/2021/07/castanhas-do-iratapuru-a-odisseia-da-coleta/?swcfpc=1

Link 3: https://selesnafes.com/2021/08/das-cinzas-a-nova-fabrica-a-volta-por-cima-dos-castanheiros/

2º lugar: Startup do Amapá vence seleção e recebe investimento nacional (Portal SelesNafes.com)
Subtema: Inovação e Startups
Equipe: Marco Antônio P. Costa e Seles Nafes

Link: https://selesnafes.com/2021/06/startup-do-amapa-vence-selecao-e-recebe-investimento-nacional/

3º lugar: Honorato Júnior: Cartunista busca empreender no mercado da arte e aumentar produtividade (Amapá Digital)
Subtema: Empreendedorismo
Autor do trabalho: Marcio Bezerra

Link: https://amapadigital.net/noticias_amapa_view.php?id_noticia=129992

Prêmio Sebrae de Jornalismo – Categoria Vídeo
Vencedor Estadual
Compra de comidas típicas pela internet é opção para comemorar as festas juninas no Amapá (Rede Amazônica – Amapá)
Subtema: Empreendedorismo
Equipe do trabalho: Kelison Neves, Nixon Franck e Ângelo Fernandes

Link: https://globoplay.globo.com/v/9625637/?s=0s .

(Denyse Quintas)

Raimundo se arrancou – Homenagem ao Azevedo Picanço

Raimundo se arrancou
Alcione Cavalcante

RAIMUNDO, pra usar um de seus motes, SE ARRANCOU.
Com isso levou grande parte de nossa alegria.
RAIMUNDO, não foi o melhor puxador de samba do PIRATÃO, mas com foi certeza o MAIS FELIZ E O MAIS ANIMADO. Animação que emanava das cordas vocais e dos trejeitos inigualáveis e que inundava a avenida do samba e envolvia a todos, independentemente das cores de suas paixões carnavalesca. Pra nós do PIRATÃO, euforia só.
Voz a serviço da comunidade, que as ondas do rádio amplificaram e manterão viva no universo da infinidade de seus ouvintes cativados por sua simplicidade.
Coração enorme, muito maior que o Sambódromo. Quem com ele conviveu sabe bem disso.
Nos últimos tempos nos perguntávamos “QUEDÊ” Azevedo?
Só cabia uma resposta: Está com o Otimismo, com a Confiança e acima de tudo com a Esperança de quem acredita em Deus.
Com prestígio, acho que pediu pra ir exatamente no Dia da Consciência Negra. Foi atendido. Nunca mais o dia será o mesmo pra nós. A Majestosa nessa data irá rufar seus tambores nas nossas lembranças, sempre,
Pois é, amigo. É mesmo assim. Você sabe, mas precisamos registrar mais uma vez a nossa admiração por você, por tudo que representou pro nosso PIRATÃO.
Não esqueça de dar um etéreo abraço no Monteirinho, no Manuel Torres, no Jeconias, no Maranhão, no Gilson Rocha e a tantos outros piratistas, que lá no céu, rindo de nossas aflições o receberam com o carinho que você merece.
Um grande “TOCHA” pra você “MEU PRETO”.
Vá em paz.