Tiago Quingosta lança seu primeiro livro solo sábado no Mercado Central

O primeiro livro solo do escritor Tiago Quingosta, Aluvional é a segunda obra da Trilogia das Águas, em que são abordadas temáticas relacionadas às experiências de vida do autor na Amazônia, cuja voz é a manifestação identitária de um homem do norte.

Durante seis capítulos e 60 poemas – entre os quais está Imersio, seu trabalho audiovisual, disponível no Youtube – ele percorre seu amadurecimento enquanto escritor e artista, apresentando versos de um homem forte e condizentes com suas dores e realidades.

Aluvional traz a poesia amazônica na sua ambientação e utilização das palavras para descrever o que sente, para fazer o leitor mergulhar nas águas do maior rio em volume de água do mundo, o rio Amazonas, aborda uma jornada poética em meio à maior floresta tropical do mundo.

O lançamento será sábado, às 16h no Mercado Central.

(Ascom)

Jornalista e poeta cearense lança livro de poemas com homenagem ao Igarapé das Mulheres

Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras (Radiadora, 2021) é o título do livro que será lançado pelo jornalista cearense Alberto Perdigão, nesta terça-feira (6), às 19 horas, no bar Banca Rio’s Beer (Av. Mendonça Furtado, 1773 – Central). O livro de 128 páginas é uma coletânea de 60 poesias, parte delas escritas durante a crise sanitária que atingiu o país.
As poesias de Perdigão falam de presença e ausência, de amor e desamor, numa linguagem que vai do lírico ao existencial. “Todos sentimos o isolamento, as mortes, as perdas, mas também entramos dentro de nós mesmos”, afirma o autor, numa referência ao pico da pandemia. “Também ouvimos nossas sombras, vimos nossos silêncios e nos tornamos iguais na dor”, completa.
O lançamento de Únicos terá música ao vivo e sessão de autógrafos. Aberto ao público.

Igarapé das Mulheres
Um dos poemas descreve o Igarapé das Mulheres, em Macapá. Perdigão retrata com leveza e lirismo o movimento da maré e dos barcos, da luz e das pessoas, num lugar de chegadas e de partidas, de encontros e desencontros. Os versos surgiram depois de um ensaio fotográfico realizado pelo jornalista, na orla de Macapá, em 2018, e publicado na revista Passagens da Universidade Federal do Ceará.

O autor
Alberto Perdigão é natural de Fortaleza, onde atua como jornalista e professor. É autor de outros três livros acadêmicos: Comunicação Pública e TV Digital: (EdUece, 2010), Comunicação Pública e Inclusão Política (RDS, 2014) e Política e Literatura de Cordel (RDS, 2022). “Estou feliz de lançar o Únicos em Macapá, que é minha cidade afetiva”,

Venda
O livro Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras está à venda no site da editora, em l1nq.com/sZjcF. Entrega grátis em todo o Brasil.
Ficha
Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras (Fortaleza, Editora Radiadora, 2021).
Capa: Gil Dicelli.
Ilustração da capa: Sérvulo Esmeraldo.
Diagramação: Etevaldo Gomes.
Fotos: Gentil Barreira e Erasmo Silva.
Impressão: RDS Gráfica e Editora.

Elson Martins lança “Acre: um Estado de Espírito”, sexta-feira em Macapá

Nos anos 70, do meio da floresta, no estado do Acre, o jornalista Elson Martins ousou falar de Amazônia, registrar fatos e contar os problemas e belezas da região, em uma época em que o mundo tinha sede de informações do Norte do Brasil. Parte dessas experiências Elson compartilhou em seu livro “Acre: um Estado de Espírito”. A publicação é a compilação de crônicas, entrevistas e matérias já publicadas e será lançado dia 19 de agosto, em Macapá, em uma noite de autógrafos, na Confraria Semblano as 20h.

Fundador do jornal Varadouro, que circulou em todas as capitais do país, ele atuava principalmente como correspondente do jornal O Estado de São Paulo, e colaborava com outros jornais e revistas. “Acre: Um Estado de Espirito” tem a mesma emoção e verdade que ele carrega desde que, nos anos cinquenta, saiu do Acre para estudar em Belo Horizonte com passagens por Belém e Amapá.

Elson nasceu no Município de Sena Madureira, no seringal Nova Olinda, no Acre. Em 1959, passou pelo Amapá e concluiu o segundo grau no Colégio Amapaense (CA). Editou por algum tempo o jornal O Castelo, do Grêmio Rui Barbosa, do CA, e A Voz Católica, da Prelazia. Ao retornar de sua temporada em BH, no início da década de setenta, estava como membro do partido clandestino ALN. Mas sua militância tinha como arma o jornalismo.

Sua luta em defesa da Amazônia o fez amigo pessoal do líder seringueiro Chico Mendes, cuja história foi registrada na minissérie da Rede Globo, “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes”. Por ser testemunha viva desta saga, Elson foi convidado pela autora de novelas Glória Perez para ser consultor, e acabou se tornando personagem.

Elson retornou ao Amapá em 1991 e permaneceu até 2002 editando o jornal Folha do Amapá. Tanto no Acre como no Amapá inspirou jovens jornalistas ideológicos que atuaram com ética e compromisso social. Agora ele lança seu primeiro livro em Macapá, prometendo outros quatro que falarão de sua trajetória jornalística de mais de 50 anos (ele completou 83 em junho). O lançamento de “Acre-Um Estado de Espírito” ocorrerá na Confraria Semblano.

O livro tem como ilustração de capa uma bela pintura do pintor acreano Fernando França, que vive em Fortaleza (Ceará). A publicação impressa pode ser comprada através do Instagram @regadordehistórias, ou ainda adquirida em formato e-book, no endereço www.lojaxapuri.info. Na noite do lançamento estará à venda pelo valor de R$ 40,00.

(Mariléia Maciel)

Como o Brasil deixou de ser colônia

Celebrado em 2022, o Bicentenário da Independência do Brasil incita comemorações e também o resgate histórico do processo de separação de Portugal. Neste sentido, a editora Almedina Brasil lança E Deixou de Ser Colônia, obra coletiva organizada pelo historiador João Paulo Pimenta.

A novidade reúne artigos assinados por doutores em história e oferece uma síntese factual com enfoque analítico rigoroso sobre os acontecimentos que levaram à independência e suas consequências. Este trabalho, porém, é feito de forma fluída e educativa sem deixar de cativar o leitor.

Dentre os temas abordados no livro estão a crise do Antigo Regime, a relação entre os povos indígenas e o processo de independência, a situação dos negros escravizados no Brasil Império, a receptividade da imprensa para as pautas republicanas e outros tópicos importantes para contextualizar as particularidades da época.

O organizador da obra, João Paulo Pimenta, é doutor em História e professor do Departamento de História da USP desde 2004. É, ainda, especialista na História do Brasil e da América dos séculos XVIII e XIX e nos processos de independência e construção dos estados nacionais americanos.

E deixou de ser colônia é leitura indicada para estudantes, historiadores e apaixonados pelo tema. O livro representa uma oportunidade de profunda reflexão sobre um marco histórico que influenciou transformações econômicas, sociais e repercute até hoje na realidade do país.

Ficha técnica

Livro: E deixou de ser colônia
Organizador: João Paulo Pimenta
Editora: Almedina Brasil
ISBN: 978856293887
Páginas: 422
Formato: 23.00cm x 16.00cm
Preço: R$ 119,20
Onde encontrar: Almedina Brasil Amazon

(Ascom)

Hoje – 123 anos do nascimento do escritor e jornalista Ernest Hemingway

“Somos todos aprendizes de uma arte na qual ninguém é mestre” (Ernest Hemingway)

Há exatos 123 nascia em Oak Park, nas proximidades de Chicago, nos Estados Unidos, o escritor e jornalista norte-americano. Um dos mais famosos escritores do mundo.
Ernest Heminguay cometeu suicídio no dia 2 de julho de1961, em Ketchum, Idaho, EUA.

Já contei várias vezes pra vocês que sou apaixonada por Hemingway. E conto de novo republicando isto que escrevi e publiquei aqui numa tarde de janeiro de 2013.

Saudades do velho Hem

Nesta tarde quieta e de céu cinzento em Macapá, sinto saudade dele.
Folheio um velho bloco de anotações que me diz que em 28 de outubro de 1954 Ernest Hemingway recebia o Nobel da Literatura por seu livro “O Velho e o Mar”, publicado dois anos antes.

Olho o “Velho e o Mar”, aqui diante de mim, na estante onde estão também “Por quem os sinos dobram”, “O sol também se levanta”, “Adeus às armas” (este foi o primeiro livro dele que li e daí começou minha paixão), “Paris é uma festa”, entre outros. Já li toda sua obra e tenho quase todos seus livros. Gosto do seu estilo, com frases curtas, parágrafos breves que nos dão a sensação de fotografias em movimento.

Fixo o olhar numa foto dele que guardo com todo carinho. Hem, sentado à beira de um rio, faz anotações à lápis num moleskine (eu também adoro fazer anotações em moleskine), e pergunto-lhe:

Meu velho e querido Hem, há quanto tempo não conversamos? Mais de um ano talvez. Que tal voltarmos a conversar hoje?

Conto-lhe que sexta-feira, tomando chandon no meu pátio, eu, Cláudia e Charles Chelala falamos sobre ele e suas obras.

hem3E numa outra foto Hem abre um  sorriso para mim.

Então peço-lhe que me fale, mais uma vez, da relação do homem com o mar. Me encante, de novo, com a história daquele velho pescador, corajoso como ele só, que passou meses no mar, com seus sonhos, esperanças e persistência, lutando pela sobrevivência, falando sozinho, e sem perder, em momento algum, a confiança na vida. Preciso, mais uma vez, Hem, daquela mensagem de confiança na grandeza interior do ser humano.

Ernest Hemingway, como sempre, aceita meu convite. Então, retiro da estante, com o cuidado de quem colhe uma rosa, o livro O Velho e o Mar, e começo a reler, ou melhor a conversar com Hem e com o velho pescador Santiago.”

Raquel Braga lança dois livros da Bienal

A escritora amapaense Raquel Braga lança os livros Divagações e Os Estatutos do Homem Pós-Pandemia na sexta-feira, 8, e no sábado, 9, durante a 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2022 – palco de encontro das maiores editoras do Brasil.

Raquel é poeta, contista e cronista, membro da Associação Literária do Estado do Amapá (Alieap), da Rede de Escritoras Brasileiras (Rebra) e da Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes (Febacla), onde ocupa a Cadeira de número 96, cujo patrono é Oscar Niemeyer.

Divagações é o primeiro livro solo da autora. Já a obra “Os Estatutos do Homem Pós- Pandemia”  foi publicada em 2020, baseado no poema “Os Estatutos do Homem”, de Thiago de Mello.

Para Raquel, participar de uma Bienal, ao lado de grandes autores, é um momento de realização para um escritor.

“Vou apresentar ao público meus dois trabalhos solo. Divagações é um livro pelo qual sou apaixonada, porque o considero uma bela viagem pelo universo feminino, onde tantos sentimentos que habitam a alma da mulher vêm à tona. Em Os Estatutos do Homem Pós- Pandemia, o leitor desfruta de uma literatura mais engajada, que retrata a triste realidade vivida pela humanidade diante da pandemia da Covid-19″, explica a autora.

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo, este ano, retornou de modo presencial e vem superando a expectativa da organização do evento, que esperava a venda de 600 mil ingressos, mas já ultrapassou 1 milhão de entradas vendidas.

Raquel Braga
Iniciou sua trajetória como escritora em 2013, quando participou da coletânea Poetas na Linha Imaginária. Depois, participou das coletâneas Poesia na Boca do Rio (2015), Quinze Dedos de Prosa (2015), e Poemas, poesias e outras rimas (2017).

No ano de 2021 a autora esteve presente nas antologias: Cronistas na Linha do Equador; Literatura Amapaense – Poemas Escolhidos; 16 Sonetistas do Amapá; 61 Cronistas do Amapá; Pequenos Poemas – 50 Poetas; Pandemia: Conto, Crônica e Poesia; e Memórias de Um Apagão.

Em 2021, fez parte da antologia Esboços da Alma, da Scortecci Editora, e, em 2022, da antologia. A Reinauguração da Vida, idealizada e organizada pela Rebra.

(Kelly Pantoja)

Em novo livro, Willi Bolle propõe conhecer a Amazônia pelas letras de Dalcídio Jurandir

Amanhã, 30 de junho, o professor Willi Bolle lançará em Belém, na Livraria Fox, o seu novo livro “Boca do Amazonas: sociedade e cultura em Dalcídio Jurandir”, editado pela Edições Sesc. Ele é professor titular de Literatura da Universidade de São Paulo e crítico literário, conhecido no Brasil e no exterior pelo estudo de autores como Guimarães Rosa e o filósofo Walter Benjamin, de quem organizou a edição das “Passagens” para a língua portuguesa.

Em seu novo livro, Bolle propõe uma interpretação da obra do escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909-1979), apresentando o “Ciclo do Extremo Norte”, composto por dez romances publicados de 1941 a 1978, como forma de compreender melhor a sociedade e a cultura da Amazônia.

O encontro com a obra de Dalcídio se deu a partir de Belém, onde o autor esteve diversas vezes, a fim de ministrar palestras e cursos sobre Walter Benjamin. Pela mesma razão, passou uma temporada na cidade como professor visitante do Núcleo de Estudos Amazônicos (Naea), na Universidade Federal do Pará.

Seu interesse pelo escritor paraense surgiu em 1998, após a participação na banca de mestrado de Paulo Nunes, também professor de literatura e um dos maiores especialistas em Dalcídio.

Para Willi Bolle, o estudo de Dalcídio completa uma trilogia iniciada em 1994 com “Fisiognomia da Metrópole Moderna”, cuja terceira edição acaba de ser publicada pela EdUSP, e continuada em 2004 com “Grandesertão.br: o romance de formação do Brasil”, também em fase de relançamento.

Uma trilogia que representa meu projeto de uma topografia cultural do Brasil, num percurso que vai da metrópole/megacidade através do sertão até a Amazônia”, aponta o autor na introdução do “Boca do Amazonas”.

Outra característica que acompanha o esforço de leitura do ciclo dalcidiano por Bolle foi o de aproximá-lo com o filósofo alemão Walter Benjamin.

Comecei os estudos sobre o retrato da Amazônia em Dalcídio Jurandir com uma pesquisa sobre a metrópole Belém, pelo prisma do romance Belém do Grão-Pará e, ao mesmo tempo, das Passagens, de Walter Benjamin – para apresentar a obra do romancista paraense, desde o início, numa perspectiva comparada e à luz de um autor de projeção internacional”, afirma.

A atualidade da obra de Dalcídio também passou a ser melhor compreendida e afirmada por Bolle a partir de leituras dramáticas e da montagem de peças com base nos romances, em colaboração com professores e estudantes da Escola Dr. Celso Malcher, localizada na Terra Firme, entre os anos de 2009 e 2014.

Ele conta que a relação com o teatro iniciou ainda na juventude e firmou-se com a formação como ator nos anos 1980 pela Escola de Arte Dramática da USP, universidade na qual já atuava também como professor de literatura.

Belém, Brasil – Vindo de Berlim, Willi Bolle conta que chegou ao Brasil em 1966, aos 22 anos, entusiasmado pela leitura de “Grande Sertão: Veredas”. A ideia era conhecer o país à luz do romance. Esteve pessoalmente com Guimarães Rosa no mesmo dia do desembarque da viagem de navio que o transportou do porto de Hamburgo ao Rio de Janeiro. Em São Paulo, seguiu com os estudos do romance que o motivou desde a graduação em Literatura.

Um ano após a viagem, em 1967, veio de ônibus de São Paulo até a capital paraense pela recém-inaugurada Belém-Brasília (BR-316), para realizar o desejo de conhecer a Amazônia. Em Belém, encontrou o filósofo Benedito Nunes, cujos estudos sobre Guimarães Rosa conhecera através de jornais. Antes de retornar, esteve na Serra do Tumucumaque, localizada na fronteira entre o norte do Brasil e a região sul do Suriname e da Guiana Francesa. Na volta, em Óbidos, no oeste do Pará, perdeu a “carona” em um voo da Força Aérea Brasileira e, por meio de outro voo, chegou em Manaus, de onde, por intermédio do governador, conseguiu retornar a Minas Gerais, também de carona em uma linha aérea militar, para concluir a graduação em São Paulo.

Mais de duas décadas depois, por meio do Instituto Goethe, participou da organização do evento “Sete Perguntas a Walter Benjamin”, em São Paulo.

O evento repercutiu no Brasil inteiro e recebi um convite para dar uma conferência aqui em Belém, no final de 1990. Quem me apresentou ao público foi o Benedito Nunes. Reencontrei Belém e o Benedito 23 anos depois”, relata.

No primeiro semestre de 1991, a convite do filósofo, realizou um curso sobre Benjamin no então Departamento de Filosofia. A partir do ano seguinte, sob o intermédio da professora Edna Castro, realizou diversos cursos no Naea, da UFPA.

Naturalizado brasileiro, o professor segue, a partir de seus estudos, diálogos, participação em eventos e bancas, colocando Dalcídio em contato com outros autores e a capital paraense em diálogo com outras cidades, como São Paulo e Berlim.

Novo livro – Segundo o “Boca do Amazonas”, o romance em série ou romance-fluvial dalcidiano acompanha o caminho de formação de Alfredo, alter ego do escritor. O jovem protagoniza o ciclo, dos 10 aos 20 anos de idade, durante a década de 1920, marcada pelo declínio da economia da borracha, pela estagnação e por tentativas de reestruturação. Por sua riqueza de detalhes e da caracterização da região através da linguagem, da memória, da imaginação e das indagações das personagens, trata-se também de um romance social, com elementos etnográficos.

Optei por estudar a Amazônia à luz da obra de Dalcídio Jurandir, porque seu ciclo de dez romances, com cerca de três mil páginas, oferece uma apresentação da história cotidiana e da cultura da Amazônia que é exemplar em termos de amplitude e fidelidade aos detalhes”, justifica Bolle logo na introdução de “Boca do Amazonas”.

Como se sabe, a Amazônia, apesar de ocupar 60% do território brasileiro, desperta um interesse apenas marginal na grande maioria da população, inclusive nos intelectuais, e também na mídia. Com isso a proposta de fazer conhecer essa região – que, segundo Euclides da Cunha, situa-se à ‘margem da história’ do Brasil – por meio de uma obra que também ficou à margem, a saber, do cânone literário, tem algo de paradoxal, mas ao mesmo tempo, de homeopático”, prossegue o autor.

No novo livro, a obra de Dalcídio Jurandir é inicialmente situada no contexto da história política, econômica, social e cultural da Amazônia. São descritos também o processo de criação do ciclo romanesco e a sua recepção.

Nos capítulos principais, o leitor passa a conhecer, com base nos dez romances, quatro cenários da vida cotidiana social e cultural da Amazônia: a ilha de Marajó; a metrópole regional Belém; a periferia de Belém; e a vila de Gurupá.

Segundo o autor, é possível destacar três aspectos acerca da contribuição do ciclo romanesco de Dalcídio Jurandir para o conhecimento da Amazônia: 1) a descrição da cultura cotidiana dos que vivem na periferia da sociedade; 2) o engajamento por uma educação de qualidade para todos; 3) e a importância dada às falas dos habitantes da Amazônia. “O romancista captou na boca do povo dizeres significativos, que são documentos da memória cultural e do desejo dessas pessoas de se tornarem sujeitos da História”, enfatiza.

“Com tudo isso, o retrato exemplar da Amazônia apresentada no Ciclo do Extremo Norte estimula também a reflexão sobre os problemas sociais e educacionais de todo o Brasil”.

(Yasmim Ribeiro)

Tempos do meu tempo

Começo a semana lendo esse maravilhoso livro do sensacional poeta Luiz Jorge Ferreira, lançado em 1982. Menino do Laguinho, Luiz Jorge é médico super conceituado em São Paulo e poeta e escritor festejado por este Brasil a fora.

“Tempos do meu tempo é uma época passada ou é o presente palpitando? Qual é o seu tempo?”, pergunta Carlos Nilson Costa no prefácio. E responde: “Ora, poeta não tem tempo. É perene”. Sim. Concordo.
Sentada no sofá, ouvindo Mozart (bem baixinho), nesta manhã ensolarada de segunda-feira, de mãos dadas com o livro, começo meu passeio pelo Laguinho, Trapiche, Pacoval, Fortaleza e outros lugares onde no encantador silêncio dos versos de Luiz Jorge escuto a alegria da cidade e da nossa bela juventude.
Obrigada, poeta!

Lançamento do 2⁰ box da série “Amapá em Letras” traz homenagem ao camponês e sindicalista Pedro Ramos

Amanhã (01), acontece o lançamento do segundo box de livros da série “Amapá em Letras”, às 18h, no Museu Sacaca. A coletânea reúne as obras literárias: “Mano Pedro”; “Confiança no Amapá” e ” Fortaleza de São José de Macapá”. Os livros foram editados pelo Conselho Editorial do Senado Federal, por meio do senador Randolfe Rodrigues (Rede).

No evento de lançamento do box, duas das obras já haviam sido lançadas anteriormente. O “Confiança no Amapá”, do primeiro governador do estado, Janary Nunes, lançado em janeiro, em Macapá, que contará com a presença do filho de Janary, Rudá Nunes, representando a família. E também o livro “Fortaleza de São José de Macapá”, do escritor e pesquisador Fernando Canto, que contou com uma grande festa de lançamento no final de 2021.

Agora, o box traz como grande novidade a obra “Mano Pedro – Socioambientalismo, ecologia dos saberes e artesanias das práticas na Amazônia”, de Marco Antonio Chagas. O livro é uma compilação de textos e artigos sobre o camponês e líder ambientalista Pedro Ramos de Sousa, fundador do Conselho Nacional de Seringueiros, ao lado de Chico Mendes.

Ramos participou, durante o período em que o Amapá era Território Federal, na criação de diversos sindicatos e cooperativas de trabalhadores rurais amapaenses, além de atuar na linha de frente na luta pela Reforma Agrária e pela criação de assentamentos e reservas agroextrativistas.

“O Pedro Ramos, em 2021, foi a primeira pessoa a ser homenageada com o título de Doutor Honoris Causa na Universidade do Estado do Amapá (UEAP). A publicação dessa obra é mais uma forma de prestar honras a um grande nome e personalidade de nosso estado”, disse o autor do livro Marco Antonio Chagas.

A iniciativa faz parte da atuação do senador Randolfe Rodrigues, enquanto presidente do Conselho Editorial do Senado. “A ideia com a publicação destas e outras obras é resgatar importantes histórias e a cultura do Amapá, além de fomentar a literatura”, explicou o parlamentar.

(Ascom)