Relendo “1922 – A semana que não terminou”

Já leram?
Estou relendo.
Hoje completa 100 anos da abertura da Semana da Arte Moderna. Neste livro, de 2012, o jornalista Marcos Augusto Gonçalves mescla reportagem e relato histórico revisitando os principais fatos e personagens da Semana da Arte Moderna que aconteceu em São Paulo no período de 13 e 17 de fevereiro de 1922.

Professora e alunos da Unifap lançam livros sobre desenvolvimento sustentável e ressacas de Macapá

A Universidade Federal do Amapá (Unifap) irá lançar no dia 16 de fevereiro os livros “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Tempo de Pandemia: Desejamos um Mundo melhor para 2030” e “Habitação Popular na Amazônia: O caso das ressacas na cidade de Macapá”. A live de lançamento será transmitida às 19h pelo canal oficial da Unifap no YouTube.

O livro “Habitação Popular na Amazônia: O caso das ressacas na cidade de Macapá” traz os resultados da pesquisa de doutorado da autora da publicação, profa. Dra. Bianca Moro, defendida na na Universidade Autónoma de México em 2015. A obra analisa os assentamentos precários da cidade de Macapá conhecidos como ressacas, enfocando a exclusão social e as configurações urbanas que as cidades brasileiras e latinoamericanas têm adquirido. A publicação está disponível em português desde o início de 2020 e seria lançado em março daquele ano, mas o evento foi impossibilitado pela pandemia de covid-19.

“O livro sobre as ressacas é resultado de muitos anos de pesquisa sobre esta temática. O material original está disponível em espanhol de forma gratuita na internet, mas era importante que estivesse em língua portuguesa para contribuir para a continuidade das pesquisas sobre o tema, pois ele contém uma importante investigação de campo que ocupa um capítulo inteiro, no qual constam 13 variáveis que revelam importantes características dessas áreas que envolve habitabilidade, perfil dos moradores, mobilidade, acessibilidade, posse, etc. São informações relevantes para o planejamento urbano da cidade”, observa Bianca Moro.

Bianca Moro desenvolve trabalho com as comunidades em áreas de ressacas há mais de dez anos. Desde 2009 a autora realiza um projeto de extensão na Unifap denominado “Planejando com a comunidade”, que leva alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo a trabalhar nas áreas de ressacas de Macapá. “Esses 12 anos de projeto permitiu dar visibilidade e voz para essas comunidades que estavam “invisíveis” na cidade. Era um verdadeiro tabu falar sobre esse assunto há uma década. Atualmente existe a conscientização de que este tema precisa fazer parte das prioridades nas políticas públicas de moradia para  alcançar o tão almejado direito à cidade”, avalia.

Desenvolvimento Sustentável – A coletânea “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Tempo de Pandemia: Desejamos um Mundo melhor para 2030”, organizada pela profa. Dra. Bianca Moro e por João Dias de Carvalho Júnior, conta com a participação de alunos da graduação de Arquitetura e Urbanismo da Unifap e é resultado da disciplina “Gestão e Políticas Públicas”, ministrada em 2021 pela docente. A publicação está disponível no final desta matéria e ganhará também um site, a ser lançado no dia do evento virtual.

“Na coletânea escrita com os alunos fomos motivados por um tema que abordamos em sala de aula, o documento “Transformando o nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Diante desta experiência perguntei: como podemos pensar em um mundo melhor para 2030? Que tipo de projeto você faria para ser incorporado às políticas públicas para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Senti uma enorme motivação de todo o grupo, mesmo em um momento difícil, provocado pela pandemia, a vontade e união coletiva prevaleceu”, afirma Bianca Moro.

Segundo a docente, a coletânea permite que as pessoas da área de planejamento de cidade e autoridades públicas saibam o que os jovens pensam sobre o assunto. “A geração do século XXI é diferente dos que foram educados no século XX. Cada pessoa é um indivíduo, nós (professores) temos que descobrir o que eles querem fazer, e qual é o sonho desta pessoa. Temos que configurar um processo para que eles consigam realizar seus sonhos. O sonho do aluno do século XXI é contribuir para o mundo com sua singularidade. A educação na atualidade não pode ser apenas reprodução de conteúdo, mas um guia, um orientador incentivando os estudantes na criação de conteúdo e conhecimento”, adita Moro.

(Assesp/Unifap)

Jornalista e poeta Alberto Perdigão lança seu novo livro neste sábado em Belém

Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras (Editora Radiadora) é o título do livro que será lançado pelo jornalista cearense Alberto Perdigão, neste sábado (22), em Belém,  a partir das 10 horas, no Núcleo Na Figueredo (Gentil Bittencourt, 449 – Nazaré).
O livro de 128 páginas é uma coletânea de 60 poesias escritas durante a crise sanitária e a crise política que ainda atingem o país.
As poesias de Perdigão falam de presença e ausência, de amor e desamor, e trazem reflexões sobre o silêncio e as sombras, numa linguagem que vai do lírico ao existencial. O autor e a obra serão apresentados pela jornalista e professora Regina Lima. A manhã de autógrafos de Alberto Perdigão é aberta ao público.

O autor
Alberto Perdigão, 58 anos, é natural de Fortaleza, onde atua como jornalista e professor. É autor dos livros Comunicação Pública e TV Digital: (EdUece, 2010) e Comunicação Pública e Inclusão Política (RDS, 2014). “Escrever este livro foi uma necessidade e uma libertação”, explica o autor. “O caminho, que sempre existe, a verdade, que sempre resiste, e a vida, que sempre insiste, me serviram de inspiração”, completa.

Homenagem
A obra é uma homenagem ao artista plástico cearense Sérvulo Esmeraldo (1929 – 2017), que completará cinco anos de falecido, no próximo dia 1 de fevereiro. A capa traz uma pintura feita por Esmeraldo, na praia do Poço da Draga, em Fortaleza, em 1950, quando o artista ainda não havia completado 21 anos. A imagem da marinha foi cedida pelo Instituto Sérvulo Esmeraldo e reinterpretada pelo artista gráfico e capista Gil Dicelli.

Venda
Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras está à venda no site da editora, em https://www.radiadora.com.br/product-page/%C3%BAnicos-poemas-de-solid%C3%A3o-saudade-sil%C3%AAncio-e-sombras. Entrega grátis em todo o Brasil.

Ficha
Únicos – poemas de solidão, saudade, silêncio e sombras (Fortaleza, Editora Radiadora, 2021).
Capa: Gil Dicelli.
Ilustração da capa: Sérvulo Esmeraldo.
Diagramação: Etevaldo Gomes.
Fotos: Gentil Barreira e Erasmo Silva.
Impressão: RDS Gráfica e Editora.

Livro de advogada amapaense é um dos 8 livros de cabeceira indicados pela revista Exame para inspirar empreendedores em 2022

A educadora financeira e advogada Adélia Glycerio, natural de Macapá, teve sua obra “Independência Financeira: 7 Princípios para Você Alcançar Seus Sonhos” indicada pela Revista Exame como um dos 8 livros de cabeceira para inspirar empreendedores em 2022.

 

Seja aos 10, 18 ou 50 anos de idade, sempre é tempo para começar se organizar rumo à liberdade financeira. Basta ter os conhecimentos e plano de ação certos. É o que afirma a escritora e educadora Adélia Glycerio, no livro Independência Financeira: 7 Princípios para Você Alcançar Seus Sonhos.

Ex-frentista e balconista, Adélia começou como a maioria dos brasileiros, do zero, para conquistar o conforto que tem hoje, aos 55 anos. Especialista em direito do trabalho, Adélia reúne conhecimentos técnicos, experiências e conquistas para conduzir o leitor ao sucesso, independentemente do saldo bancário ou conhecimento em finanças pessoais. Garante que qualquer pessoa pode alcançar objetivos, basta conjugar valores, regras e estratégias com visão a longo prazo.

A obra é dividida em sete princípios. Entre eles a Visão, em uma análise do cenário atual econômico, e Disciplina, com conceitos básicos que todos deveriam saber – inflação, juros, CDI, tipos de investimentos, entre outros. Além disso, a autora também compartilha planilhas de organização e dicas práticas de como eliminar dívidas, e noções de quando procurar um advogado para garantir direitos ou solucionar problemas.

Não espere por ninguém, aprenda a depender de si, aprenda a
plantar sementes para ter um futuro com dignidade e liberdade financeira

(Independência Financeira, p. 133)

Defensora da educação financeira escolar, a autora dedica o livro também a jovens a partir dos 15 anos. “Contém informações que deveriam ser transmitidas aos alunos do ensino médio para fazerem escolhas sábias, no que tange a carga tributária, que estamos sujeitos quando entramos na fase produtiva da vida”, avalia.

Independência Financeira não é sobre soluções mágicas para gerar riqueza, mas um guia completo para alcançar sonhos e aprender a lidar com os ganhos. Ensina a montar um plano de ação certeiro e inspira quem batalha diariamente pelo que deseja. A educação financeira liberta e a autora se coloca como prova disso.

Ficha Técnica:
Livro: Independência Financeira: 7 Princípios para Você Alcançar Seus Sonhos
Autor: Adélia Glycerio
Editora: Jardim dos Livros
ISBN: 978-65-88438-14-5
Páginas: 216
Formato: 16×23 cm
Valor: R$ 44,90
Link de venda: Amazon e Troia Editora

Sobre a autora:

Adélia Glycerio iniciou sua formação financeira por meio de vivências ainda em 1992. É advogada e atuou na área por 24 anos. É pós-graduada em direito civil, direito do trabalho, processo civil e do trabalho e com especialização no direito imobiliário. Há 5 anos exerce a função de Auditora Fiscal do Trabalho e há dois despertou o propósito de ser Educadora Financeira para compartilhar experiências que a tornaram independente financeiramente em 2015.

(Misael Freitas)

Maria Gessy Sales lança “Eu, Miguel de Cervantes: Memórias”

Um projeto de pesquisa intensa e audaciosa que levou 12 anos para ser publicado. Este é Eu, Miguel de Cervantes: Memórias, que mistura investigação biográfica com a literatura refinada da escritora e roteirista Maria Gessy Sales. Esta bioficção parte de verdades históricas, possíveis e poéticas contadas em primeira pessoa, que cumprem ao mesmo tempo o papel de divertir e informar.

A escritora criou a narrativa fictícia a partir dos achados dos restos mortais de Cervantes no subsolo do Convento das Trinitárias Descalças, em Madri. O enredo, então, foi construído como se as memórias recentes do romancista tivessem sido encontradas na escavação. É considerado um dos mais importantes escritores do Ocidente, ao lado de Dante, Shakespeare e Goethe.

Gessy revela que o célebre autor de Dom Quixote nasceu em uma família de fidalgos e se sentia privilegiado por fazer parte de um país poderoso. Porém, o curso normal da vida foi bruscamente interrompido quando ele se viu forçado a fugir da Espanha. A narrativa recria a juventude e o começo da vida adulta do espanhol. Em Eu, Miguel de Cervantes: Memórias, o leitor percebe que a vida do escritor é muito mais rica de aventuras, desenganos e superações do que a do próprio personagem que o consagrou: Dom Quixote.

Além de escritora, Gessy é roteirista premiada de cinema e teatro. A convite do escritor e amigo Ziraldo, roteirizou com ele os filmes “O Menino Maluquinho” e “Uma professora muito Maluquinha”. Ela revela que por toda a vida dedicou-se à literatura e à escrita e, por causa de uma pesquisa sobre Dom Quixote, passou a se interessar por Cervantes, desejo agora refletido na obra.

“Fiquei deslumbrada com sua vida de perigos e aventuras e quis dividir com um maior número de pessoas meu encantamento”, confessa Gessy. Mais do que entender a obra de Cervantes, este romance com fundo histórico aproxima o leitor da vida do escritor.

Ficha Técnica:
Título: Eu, Miguel de Cervantes: memórias
Autora: Maria Gessy de Sales
ASIN: B09FX4J77V
Formato: eBook
Páginas:  233
Preço: R$ 9,90
Link de venda: https://amzn.to/3q7Q9u2

Sobre a autora:
Maria Gessy de Sales formou-se em línguas neo-latinas pela PUC/RJ.  É roteirista, junto com o amigo Ziraldo, do premiado filme O Menino Maluquinho e Uma Professora Muito Maluquinha. Autora do libreto da Ópera O Menino Maluquinho, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, temporada de 2015. É roteirista premiada de séries de documentários literários e culturais durante mais de três décadas em que atuou com roteirista da TVE/RJ. Atuou como freelance escrevendo documentários para FBL Produções. A série Artistas Plásticos Brasileiros foi transmitida pelo canal Arte 1 e ainda hoje pode ser vista pelo Curta. Nas décadas de 1970 e 1980, escreveu duas coleções de livros didáticos de Língua e Literatura Portuguesa, pelas editoras Brasil e Ática.

(Ascom)

Poeta Rafael Masim lança “Amores, o Meio do Mundo e outras Contemplações” nesta sexta-feira

Rafael Masim, poeta amapaense, apresenta nesta sexta-feira, 7, o livro Amores, o Meio do Mundo e outras Contemplações, estreando assim, oficialmente, no mundo literário com esta obra que retrata sentimentos apurados na sinceridade e paixão pelo que aflora suas emoções. Para seu primeiro livro, o autor selecionou 49 poesias inéditas de seu arquivo pessoal. O prefácio foi escrito por Dalton Bello, amapaense que hoje mora no sul do Brasil. O lançamento será na livraria Samaúma, na galeria do supermercado Fortaleza da rodovia JK, às 18h30, com acesso controlado e publicações autografadas.

Amores, o Meio do Mundo e outras Contemplações nasceu sem a intenção de ser livro. As poesias foram escritas sob o olhar contemplativo de Rafael Masim, observador silencioso, que começou a descrever as impressões no papel, desde os 12 anos de idade. No entanto, não mostrava a ninguém seus textos e poemas. No auge da pandemia, o resguardo e a realidade o deixou mais sensível e pensativo, e com o apoio e incentivo de amigos e familiares, organizou as poesias, revelando as paixões que o movem e como o cotidiano, que para muitos é somente uma rotina, influenciam o poeta.

Dividido em três, seus amores, o meio do mundo e aspectos de ordem familiar, ambientais e sentimentais, o livro aborda o amor paterno e materno, fraterno, entre casal, e por Macapá e seus encantos naturais, como o rio Amazonas, a linha do equador, a chuva, e admiração por poetas que o inspiraram. “Extraí o que senti de mais poético em cada viés contemplado. Acredito na poesia como incentivo para a leitura, porque o leitor pode deixar transbordar as emoções e se reconhecer em algum verso, ou nos seres, sentimentos e objetos que poetizei, das árvores às pedras, dos grilos às pessoas. Poesia é um éter que reveste tudo e cabe ao poeta extrair este éter e transformá-lo em algo tangível, que é o poema”, expressa Rafael.

Rafael Masim é formado em Sistema Para Internet, especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior e atua como designer gráfico. Há quinze anos é Bombeiro Militar, tem três filhas, que considera seus maiores amores. Na infância começou a ter acesso às obras de grandes compositores e músicos brasileiros, influenciado pelo pai, jornalista e poeta, e mãe, servidora pública e amante da literatura e boas músicas. Começou a despertar para a poesia na adolescência, mas por autocrítica exagerada, descartava seus escritos, deixando poucos guardados. Além de poeta, Rafael Masim escreve crônicas e está em fase de construção literária de um romance.

(Mariléia Maciel)

De Fernando Canto sobre Elton Tavares e o livro Papos de Rocha


Por Fernando Canto*

O jornalista Elton Tavares me elegeu para escrever o prefácio do seu segundo livro de crônicas. Faço na boa, pois sei que estou remetendo o leitor a uma série de informações e sentimentos de um escritor que prima pela boa qualidade de seus textos.
É isso!

Seu bordão exprime tudo. Apesar de incontestavelmente realizar registros citadinos, se emociona fácil com as coisas belas. E mesmo que diga “já deixei de ficar preso à memória há tempos”, insisto que sua crônica registra sua contemporaneidade e fatos narrados no tempo. Ou não seria crônica e esta não viria etimologicamente de cronos. E não é porque o escritor esteja preso a seu espaçotempo, linha dimensional que se circunda irrestritamente de filetes memoriais. Sem dúvida, suas lembranças poderiam explodir nas sessões que faria “com um analista amigo meu”.

Ao falar de si, Elton Tavares se torna um paradoxo ambulantes se é que não é um oxímoro. Tem mais: ele fala de si mesmo como se colocasse palavras nas nossas bocas leitoras, latentes bocas do inferno, bocas devoradoras de letras e de pensamentos Tavarianos, pois diz claramente da soberba dos outros que todos nós gostaríamos de dizer.

Baseado (Hehehe!) na eterna frase de Vinícius, que se referiu ao uísque “como o melhor amigo do homem, pois é o cachorro engarrafado”, digo sempre que o celular é o melhor amigo do escritor, porque além de nos dar condições de armazenar ideias por meio de uma série de aplicativos, ainda permite que a escritura longa flua fácil, pronta para ser postada se o autor assim o quiser.

Mas esse aparelhinho nas mãos do Elton Tavares é um arquivo quente de tudo urgente. Sugere fotos, matérias e outras memórias ácidas ou suaves como um bálsamo das quais o autor se vale para exprimir seus pensamentos e ilustrá-las com maestria.

Eu admiro isso e me espanto com a velocidade da informação que surge do manuseio eletrônico e da sua intimidade com a comunicação na internet. Bom, ele é jornalista, né? Estabeleceu sua práxis, modo, estilo e atualização profissional com que se vale para exercer seu ofício e como cronista no limbo da virtualidade, por meio de suas “blogagens” e “saitagens”, dos quais diz (caradamente) e afirma ser um viciado.

Sua generosidade na blogagem é conhecida por todos os segmentos artísticos e culturais do Amapá: desde a linha eterna do Rock in Roll à música local, das artes plásticas às diversidades religiosas, questões de gênero e debates científicos. Mas é, sobretudo na literatura, que o ET desta terra publica sem frescura nenhuma incentivando, assim, nossa produção literária. Eu que o diga. Porém, escutem, amigos jacarés vacinados, ele incentiva primando pela qualidade e pelo compromisso dos contemplados não serem os “sem noção!” ou portadores de “galassequice”, como já falou na minha lata.

Elton é uma espécie de chiclete Adams da sua família. Podem conferir em algumas peças deste livro. E ele é “caralhadamente” sincero em suas posições, o que lhe dá um ar gordoaltivo de uma personalidade terrivelmente autêntica.

Tudo isso transparece em seus textos, pois afinal, ele mesmo diz: “uma boa crônica parece mais uma daquelas cervas véu de noiva de garrafas enevoadas, na taça, claro”. Ele revolve o tempo com um humor memorial-perturbador, como no caso da Santa Inquisição do Fofão, onde lembrei da psicose coletiva da episódica Operação Engasga-Engasga na Macapá provinciana de 1973. O autor vai a fundo e se projeta no futuro com as histórias das Lives musicais da pandemia. É prosaico na escolha de temas como a crônica sobre as vizinhas fofoqueiras e o “proibido peidar”, dístico escatológico do Empório do Índio, uma figuraça da cidade.

Enfim, o cara escreve sobre felicidade com o mesmo descolamento que fala sobre plágio jornalístico, cinema e futebol. Esses cenários enriquecem o livro, se considerarmos a variação e o significado do conjunto dos textos nele contido. Mas ele também é um espelho de confissões não-planejadas, vindas diretamente do pélago oceânico da alma e dos sentimentos do cronista, assim como um peso irônico, mas verdadeiro.

Para mim, esta obra também se apresenta, às vezes barulhenta, como o vento gerado pelas asas de uma ave gigante, mas que se torna amenizadora do calor equatorial e deixa no ambiente o perfume da autenticidade.

– É isso!”

*Fernando Canto é membro da Academia Amapaense de Letras, sociólogo, escritor, poeta

Fernando Canto lança seu 18º livro nesta terça-feira

O Coletivo Juremas apresenta nesta terça-feira (16), o lançamento do 18º livro do escritor Fernando Canto, intitulado “O Centauro e as Amazonas”, o evento acontece no restaurante Norte das Águas, em Macapá.

A obra reúne uma série de contos ficcionais, cujas histórias, segundo o poeta Enzo Rubio (responsável pela apresentação do livro), resultam da condição imaginária do autor, advinda da vivência amazônica, repleta de irrealidades e paradoxos.

A poeta Carla Nobre, que desenvolve sua pesquisa de mestrado, tendo como base, a prosa de Fernando Canto, salienta a genialidade do autor que passeia por várias vertentes da literatura, “Fernando Canto traz em sua trajetória caminhos para ser inserido em uma tradição, seu trabalho dá voz às populações ribeirinhas e a uma Amazônia mítica e desigual, com história de conflitos e uma ocupação carregada de domínio e lutas, numa construção estética que traz conhecimento acerca da sua região e também condensa vivências e crendices míticas.”

Em “O Centauro e as Amazonas”, o autor se utiliza desse universo mítico e fantástico, para dar vida aos seus personagens, com histórias repletas de metáforas e signos que se fundem ou se confundem com essas “(i)realidades cotidianas” da Amazônia.

Fernando Canto é paraense, da cidade de Óbidos e mora em Macapá desde a infância. É escritor e compositor. Um dos fundadores do Grupo Pilão (tradicional grupo de música amapaense). Sociólogo por formação e doutor em sociologia pela Universidade Federal do Ceará. Enquanto escritor e pesquisador, entre outras coisas, vê a literatura como uma das formas de registro memorial do meio em que vive.

O coletivo Juremas, responsável pela organização de lançamento, é um grupo que congrega música e poesia de mulheres e homens fazedores de cultura e antenados com o futuro, trabalhando temáticas especiais para o diálogo acerca da vida cotidiana, se utilizando da arte em todas as suas vertentes.

A programação conta com a participação de artistas e amigos de Fernando Canto.

As apresentações musicais confirmadas são de Osmar Junior, Amadeu Cavalcante, Fineias Nelluty, Nani Rodrigues, Fernanda Canora, Wendel Cordeiro e Edu Gomes. Declamações e Performances Poéticas serão apresentadas por Coletivo Juremas, Kassia Modesto e Negra Aurea.

(Texto: Mary Paes, assessora de comunicação)

Imperdível – Lançamento da “Antologia e iconografia poética” de Carlos Nilson Costa

O professor, artista plástico, poeta, escritor e imortal membro da Academia Amapaense de Letras (AAL), Carlos Nilson Costa, lançará, na próxima quarta-feira, 17, às 19h, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, o seu primeiro livro, intitulado “Antologia e iconografia poética”. A obra contém parte da produção literária do autor. São poemas, contos e crônicas que falam sobre sua vida, seus amores, sua família e as recordações da Macapá de sua juventude.
Neste dia Carlos Nilson completa 80 anos de idade e o livro traz 80 poemas.

Sobre o autor
Carlos Nilson Costa nasceu em Monte Alegre (PA), no dia 17 de novembro de 1941, mas chegou ao Amapá ainda muito jovem e aqui estudou, constituiu a família e realizou seus projetos profissionais e pessoais. Artista plástico, poeta, professor e um admirável ser humano, Carlos Nilson é formado em Matemática e tem especialização em Planejamento. Foi Secretário Municipal de Educação de Macapá, Secretário de Estado da Educação e membro titular do Conselho Estadual de Educação, dentre outras atividades que exerceu no serviço público com grande destaque, pela sua competência e dedicação, o que o coloca entre os mais notáveis educadores do nosso Estado.

Na imprensa publicou trabalhos nos jornais “Amapá”, “A Voz católica”, “Fronteira”, “O Liberal” e “Jornal do Dia” , revista “Latitude Zero”e apresentou programas de música erudita nas rádios Difusora e Educadora.

Durante muitos anos foi professor de Desenho no Colégio Amapaense. Para seus ex-alunos é um professor inesquecível; para os colegas de magistério é um exemplo de dedicação à educação.