Abertura da Expofeira
Na década de 50
E este ano, ontem à tardinha
Abertura da Expofeira
Na década de 50
E este ano, ontem à tardinha
Miltom Sapiranga Barbosa, especial para o blog
Já como aluno da terceira série do curso primário, queria que o tempo passasse bem rápido, para logo chegar a quinta série e então poder prestar o exame de admissão ao ginásio, pois assim, além de melhorar meu grau de conhecimento para a vida, poderia vir a almejar uma vaga no quadro da “Turma do buraco”. Essa era minha grande meta, já que o programa, uma espécie de bolsa para estudantes, mantido pela PMM, iria aliviar a folha de despesas da minha querida mãe, que dava um duro danado, amassando açaí, lavando e passando roupa da vizinhança, além de trabalhar com a venda de mingau e tacacá para poder manter a casa.
Quando estava na quarta série, já estava estabelecido que quem tivesse notas boas podia prestar o exame. Utilizando deste benefício, tentei o Colégio Amapaense e não passei, e após concluir a quinta série, fiz exame na Escola Técnica de Comércio do Amapá (que depois foi CCA e hoje e Gabriel de Almeida Café). Fui aprovado. Aliás que só o Colégio Amapaense mantém o nome original desde sua inauguração.
Foi como aluno da ETCA que pude então ser um dos integrantes da famosa “turma do buraco”, junto com Raul Seabra, Odoval Moraes, Machado, Jackson Picanço, Maquizanor, Carneiro e outros tantos. Por três anos servi como bolsista da PMM e vivi três casos engraçados, que não poderia deixar de postar aqui.
1) – Raul Seabra, o namorador da turma e o mais enxerido, disse para a namorada que trabalhava num escritório e a turma ficou sabendo: um belo dia (sempre tem um belo dia) estávamos cavando buraco para plantio de mangueiras em frente ao HGM quando, como que saindo do nada, a namorada do Raul apareceu e ao vê-lo de picareta na mão, perguntou: “ é esse o teu escritório?” Na hora um gaiato completou: “é, e essa é a caneta dele”.
2 – Fomos destacados para derrubar as árvores que existiam na Praça do Aeroporto para que fossem feitas ali algumas melhorias. Sol quente, machado tinindo na madeira dura, o Raul jogou para cima uma das pedras que protegiam os canteiros e a mesma atingiu o Maquizanor que desmaiou (fingiu) e o Raul ficou apavorado, pois insinuávamos que ele havia morrido. Depois de muita zoação, a vítima voltou a vida para alívio do nosso amigo Seabra.
3 – Uma outra missão foi cavar buracos na praça em frente ao barracão da Fortaleza (onde funcionou o Círculo Militar) para arborização do local e lá fomos nós. Como a terra era fofa não demorou para que o serviço fosse concluído. Para aproveitar a folga no horário de trabalho, fomos tomar banho e fazer guerra com casca de melancia na praia. Guerra comendo solto, percebi que alguém tentava me surpreender e dei uma volta por trás de uma grande pedra e tasquei um pedaço de melancia no tutiço do inimigo. Quando a vítima se virou para ver quem atirara, para minha surpresa, constatei que era o apontador Dinamar, que tinha ido pegar o ponto do pessoal e como não viu ninguém na área de trabalho foi atrás. Quando ele tirou a camisa e a calça, ficando só de cueca, já me preparava pra correr, quando, para meu espanto, Dinamar se abaixou e juntou uns bagaços de melancia e entrou na guerra também.
Os alunos bolsistas da “turma do buraco”, no tempo do apontador, a guerra com casca de melancia, são lembranças da minha infância feliz vivida no meu querido bairro da Favela.
Propaganda veiculada em novembro de 1957 na revista Rumo
Frequentado pelos intelectuais, poetas e jornalistas, o Elite era o bar mais badalado de Macapá na época.
Olhaí o antigo prédio da ZYE-2 Rádio Difusora de Macapá, uma voz do Amapá a serviço do Brasil (como anunciava o locutor Pedro Silveira) na época do Grande Jornal Falado E-2, da rádio-novela, dos cantores de rádio, programas de auditório, gincanas e muita informação.
Naquela época para ser radialista tinha que ter vozeirão, excelente dicção, cultura e, claro, não falar besteira e muito menos falar errado.
O Humberto Moreira começou a carreira de radialista por lá, no Departamento de Esportes, e chegou a ser considerado o melhor narrador esportivo da região Norte.
Lembras de outros radialistas que passaram por lá? Quais programas você ouvia e dos quais participava mandando cartinha ou telefonando?
Lembras do “Carnê Social” que todo mundo ouvia para saber quem estava aniversariando e onde ia ter festa?
Quem diria que o bairro Central de Macapá já foi assim? Pois é. A ponte – onde essas figuras estão fazendo pose – ficava na avenida Mendonça Furtado entre as ruas Jovino Dinoá e Odilardo Silva, antigo bairro da Favela.
Aí havia um igapó onde a molecada ia pegar peixinhos em vidros de soro (Não é, Sapiranga?). Naquela época os frascos de soro eram de vidro e a criançada usavo-os como aquário.
Reconhece as pessoas que estão fazendo pose na ponte?
Avenida Mendonça Furtado