Lembras quando a gente ia buscar sarará no canal?

canalEra assim o canal da Mendonça Junior na minha infância. E acreditem: era mais limpo que agora. Naquela época o povo era mais educado, não jogava lixo ali.

Lá a molecada fazia a festa tomando banho e juntando sarará (um bichinho que parece uma miniatura de caranguejo), muito usado em mingau de mucajá para anular uma espécie de gosma que essa fruta solta quando é amassada.

Minha vizinha, dona Lourdes, gostava de fazer esse mingau. E fazia como ninguém.

Quando era tempo de mucajá a molecada ficava na espreita e quando via chegar aqueles cachos enormes, geralmente trazidos pelo senhor Geraldo de uma comunidade aqui pertinho, a Ilha Redonda, a turma corria pro quintal da dona Lourdes e já se colocava à disposição para ajudar.
Essa ajuda consistia em ir catar sarará.
E a molecada toda ia – meninos e meninas – fazendo estripulias, pulando e correndo. Claro que toda essa felicidade não era só pelo desejo de ajudar ou pela vontade de tomar o delicioso mingau, feito na lenha, num panelão no fundo do quintal. Era por causa do banho no canal, das apostas para ver quem tinha mais fôlego, quem mergulhava por mais tempo, quem nadava mais rápido. E outras brincadeiras ditadas pela imaginação, como achar um tesouro (qualquer objeto) no fundo do mar (o próprio canal).

Eles fizeram Macapá mais cultural

Macapá 256 anos

Artistas plásticoss - CópiaArtista plástico Estevão Silva; poeta, compositor e artista plástico Frank Asley; e R.Peixe, um dos maiores artistas plásticos que o Amapá teve. R. Peixe era também carnavalesco. Foi fundador de Piratas da Batucada e da Embaixada de Samba.

Gente que fez Macapá mais musical

Macapá 256 anos

1970a - PROFESSOR TIAGO1970 – Professor Tiago, saudoso maestro e professor de música

Em sua equipada bicicleta com retrovisor, buzina e farol, ele rodava toda Macapá  falando de música, dando aulas particulares e  no Colégio Amapaense (quando a música era disciplina na grade curricular das escolas públicas).
Professor Tiago era muito querido e fazia questão de receber em sua casa seus alunos do Colégio Amapaense que queriam aprender um pouco mais do que era ministrado em sala de aula. Era também um paizão para os alunos, sempre dando conselhos, orientando e até ralhando.
Fui aluna dele no Colégio Amapaense e guardo bonitas e alegres lembranças.
E você? Teve o privilégio de conhecê-lo?

56 anos da morte de Coaracy Nunes

paulistinha1Destroços do avião “Paulistinha” que no dia 21 de janeiro de 1958 caiu na região do Macacoari

No acidente morreram o deputado federal Coaracy Nunes, o promotor público Hildemar Maia e o piloto Hamilton Silva.
Os três tinham ido participar da festa em louvor a São Sebastião naquela comunidade no dia anterior. No retorno, o pequeno avião apresentou problema, bateu numa árvore e explodiu.
Coaracy Nunes foi o primeiro deputado federal do Amapá. Estava exercendo o terceiro mandato quando morreu. Foi eleito pela primeira vez em 1946. Nesta época o Amapá tinha apenas 2.712 eleitores. Coaracy foi eleito com 2.385 votos.
Chamado de   “Deputado da Amazônia” foi reconhecido nacionalmente por suass ações em defesa  da região e não apenas do Amapá. Sua primeira grande luta ao assumir o mandato foi pela criação da SPVEA (depois Sudam). É de sua autoria o projeto de criação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e autorização da construção da Hidrelétrica do Paredão.
coaracy1aA chegada dos corpos de Coaracy Nunes, Hildemar Maia e Hamilton Silva no trapiche Eliezer Levy

antigo aeroporto de macapáO último adeus – Manhã  de 22 de janeiro  as urnas funerárias com os corpos de Coaracy Nunes e Hildemar Maia são embarcadas numa aeronave da Cruzeiro do Sul.
Hildemar foi sepultado em Belém; Coaracy Nunes no Rio de Janeiro, no cemitério São João Batista. O corpo do piloto Hamilton Silva está sepultado em Macapá, no cemitério N.S. da Conceição (Centro).

coaracyxNo sétimo dia a comunidade de Macacoari fez uma caminhada até o local do acidente onde foi celebrada a missa pelo padre Ângelo Bubani

Momentos inesquecíveis

ONovembro de 2008 – Recebo das mãos do professor Munhoz a Medalha de Mérito Cultural que me foi conferida pelo Conselho Estadual de Cultura. A solenidade ocorreu em 5 de novembro – Dia da Cultura – no Centro de Convenções João Batista de Azevedo Picanço.

No tempo dos bailes

osinimitaveisA foto é do início dos anos 70 – Banda “Os Inimitáveis” tocando no Manganês Esporte Clube, em Serra do Navio. O Manganês promovia os mais comentados e badalados bailes na época. Muita gente se abalava de Macapá para a Serra, enfrentando cinco horas de trem, só para participar destes bailes, principalmente se fosse com “Os Inimitáveis”, considerada uma das melhores bandas que o Amapá já teve. Era formada por Zé Crioulo,  Noé, Biroba,Manoel Cordeiro, Toinho,  Rodolfo Santos e Zé Maria Coquinho.

(Foto: acervo de Rodolfo Santos)