Macapá amanheceu triste – Azevedo Picanço, ícone da comunicação, faleceu

Faleceu nas primeiras horas de  hoje, no Hospital São Camilo, o radialista Azevedo Picanço – ícone da comunicação no Amapá. O velório está sendo realizado na Capela Central Pax (Av. Mendonça Furtado 2447) e o sepultamento será amanhã, as 10 horas, no cemitério São José.
Azevedo por mais de 30 anos comandava programas de rádio, levando a boa música, informações e muita alegria aos lares amapaenses. Além disso, realizava todos os anos o baile “Caia na Folia”; flamenguista, promovia também o baile “Vermelho e Preto”; carnavalesco, foi intérprete de samba de enredo de Piratas da Batucada e, por várias vezes, apresentador oficial da Liga das Escolas de Samba.
Alegre, solidário, gentil, fez milhares de amigos e fãs durante sua passagem por este mundo. Gente que hoje chora sua partida, que se uniu em orações durante todo o tempo que ele ficou internado lutando pela vida, tentando se recuperar de três AVC e complicações decorrentes de diabetes.
Mas hoje, Dia da Consciência Negra, ele que tratava todo mundo de “meu preto” e “minha preta” partiu. Partiu nesta manhã de sábado, dia de rufar dos tambores e de missa do quilombo. Hoje os tambores vão rufar por ele.

Macapá está triste.

E agora, meu preto? Como é que a gente vai cair na folia sem você?
Meu amigo, muito obrigada pelas grandes alegrias que você nos proporcionou durante sua passagem por este mundo.
Obrigada pelos “tochas”, carinho e amizade.
Siga na luz, meu preto. Que Deus te acolha com um amplo sorriso e que os Anjos te recebam com confetes e serpentinas.

Marília Mendonça é homenageada por cartunistas brasileiros na exposição “Marília Maravilha”

Para celebrar a carreira e o legado de Marília Mendonça, o portal Festanejo apresenta a exposição on-line “Marília Maravilha”. A exposição, disponível a partir desta segunda-feira, 8 de novembro, conta com artes de cartunistas de todo o Brasil.O projeto é uma parceria do site com a Associação dos Cartunistas do Brasil.

Veja a exposição aqui

Um dos principais nomes do sertanejo atual, Marília ficou conhecida nacionalmente como a “rainha da sofrência”. Nascida em Cristianópolis e criada em Goiânia, a artista começou a cantar na igreja, ainda na infância.

Com 12 anos de idade, ela começou a compor suas próprias músicas e, mais tarde, passou a vender suas composições para artistas de notoriedade nacional. É a autora de hits como “Cuida Bem Dela” (Henrique & Juliano), “Muito Gelo, Pouco Whisky” (Wesley Safadão) e “Calma” (Jorge & Mateus).

Desde o lançamento de seu primeiro álbum, intitulado “Marília Mendonça Ao Vivo”, suas músicas não saíram das paradas sertanejas. Recentemente, a artista uniu forças com as gêmeas Maiara & Maraisa no trio Patroas.

“Marília Mendonça já havia virado caricatura em nossa exposição do ano passado sobre a música sertaneja. Mas logo que os cartunistas souberam da triste notícia começaram a publicar em suas redes sociais caricaturas e cartuns sobre a maior cantora da sofrência e do empoderamento das mulheres. Então, aqui fica essa singela homenagem nos traços dos cartunistas brasileiros”, declarou o presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, JAL Lovetro.

(Way Comunicações)

Aquelas tardes de domingo

Naquelas tardes domingo  o melhor programa era assistir filme no Cine Macapá.

A cidade era pequena e todo mundo ia a pé logo depois do almoço pro cinema. Ninguém reclamava do sol quente, ninguém se queixava do calor. A primeira sessão começava as 14h e a segunda as 16h.
Os meninos levavam dezenas de gibis embaixo do braço pra trocar na fila. As meninas sonhavam com o dia em que o Zorro tiraria a máscara.
Lembro de “seu Pedro” na portaria recebendo a molecada com um largo sorriso. De vez em quando deixava um entrar sem pagar ingresso, pois tinha uma pena danada das crianças que não tinham dinheiro para o ingresso.

Belchior ganha homenagem no site do Itaú Cultural no dia que completaria 75 anos de nascimento

Nesta terça-feira 26 de outubro, o Itaú Cultural faz uma homenagem aos 75 anos de nascimento do cantor Belchior (1946-2017) em seu site www.itaucultural.org.br. Inspirada no verso dele “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, a publicação reúne depoimentos de personalidades importantes da família, da música e do jornalismo cultural para respondem a pergunta: como não morrer no ano que vem? Os convidados falam, ainda, sobre a importância do cantor em suas vidas e para a cultura do Brasil, além de revelarem suas canções preferidas dele.

Autor da biografia Belchior – Apenas um rapaz latino-americano, o jornalista Jotabê Medeiros utiliza uma frase do cantor para tratar do tema dessa efeméride, que diz “no ano que vem, para sobreviver, eu pretendo amar e mudar as coisas, que é o que me interessa mais”.

Já a cantora e compositora Ana Cañas, que definiu Coração Selvagem e Divina Comédia Humana como suas canções preferidas de Belchior, acredita que não morrer no ano que vem é um grito de resistência e celebração, retomando tudo que foi tirado das pessoas durante a pandemia. “Entre lágrimas de reencontros, beijos de carnaval, abraços festivos e catarses musicais, é a vida inflamada novamente. Não morrer no ano que vem é bandeira vacinada do resgate idiossincrático brasileiro, retomando a poesia que nos foi arrancada”, diz a artista, que estreou em 2020 um show com as canções do compositor cearense.

Também fazendo referência ao período da pandemia, o filósofo Jair Barboza conta que “se pensarmos nas doenças despertadas por essa situação, na perda de empregos, no que deixamos de viver, haverá um tipo de morte. Porém, no pensamento do filósofo, não existe morte, na verdade o que existe é a vida. A morte é um aspecto da vida. Sendo assim, a resposta seria que não morremos ano passado, não morremos neste ano e não morreremos no ano que vem”.

A publicação no site do Itaú Cultural divulga, ainda, um depoimento exclusivo de Vannick Belchior, filha do cantor, que iniciou recentemente sua carreira na música, explorando a trajetória do pai pelas memórias dos amigos do cantor e em releituras de alguns dos sucessos de sua carreira.

As canções preferidas de Vannick e dos convidados dessa homenagem ficam disponíveis para ouvir no Spotify do Itaú Cultural, em: https://open.spotify.com/user/itaucultural

Para conhecer mais a fundo a obra de Belchior, o público pode tem disponível um vasto material no verbete dedicado à sua trajetória, na Enciclopédia Itaú Cultural: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa101849/belchior

(Ascom/Itaú Cultural)

Senado faz sessão especial em homenagem a Paulo Freire

O centenário do educador e filósofo Paulo Freire, que hoje, 19 de setembro de 2021, completaria 100 anos, será comemorado em sessão especial do Senado na segunda-feira (20), às 16h. A homenagem ao Patrono da Educação Brasileira foi sugerida pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 no Recife (PE) e é reconhecido pelo método de alfabetização desenvolvido na década de 1960 e aplicado com sucesso entre cortadores de cana-de-açúcar em Angicos, no Rio Grande do Norte.

Preso e depois exilado por 15 anos durante a ditadura militar, Freire espalhou sua pedagogia crítica pelo mundo. Autor da obra Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire é o terceiro teórico mais citado em trabalhos na área de humanas, em nível mundial. É também detentor de mais de 40 títulos de doutor honoris causa.

“Em um momento tão obscuro e tão triste pelo qual o nosso país está vivendo, que parece estar sem rumo, no qual a desinformação tomou conta do país, é importante e necessário fazermos essa homenagem ao centenário do educador e filósofo Paulo Freire. Não só para honrar toda a sua obra e legado, toda sua contribuição à educação brasileira e mundial, mas também para que possamos lembrar e alertar para a necessidade da educação na vida do povo brasileiro, da necessidade de uma política educacional duradoura e coerente”, justifica Jean Paul.

Fonte: Agência Senado

Tia Biló, a cultura viva do marabaixo

Tia Biló, a cultura viva do marabaixo
Por Cláudio Rogério

A madrugada de hoje, no silêncio dos tambores, anunciou a partida de Tia Biló. Eita, que além das estrelas, nas batidas do marabaixo, neste momento, nossa “Preta Velha” emana ao lado dos baluartes e ancestrais de nossa cultura mãe, seu leve e doce cantar.

Aqui neste chão da Amazônia, onde pisou por 96 ciclos do marabaixo, Benedita Guilherma Ramos, carregou mastros, coroas, fitas, murtas, ladrões, caldos, cantorias, gengibirras e muita fé em devoção à Santíssima e ao Divino, amém!

Nos campos do Laguinho, havia um jardim, onde Tia Biló significou a última açucena de Julião Ramos a desviver, mas como toda flor, deixou nestes campos, pólens de matriz africana para colorir mais e mais os jardins e campos da cultura nossa de cada dia.

Quis sim, Olorum chamá-la na primavera vindoura, para que seu povo aqui da terra Tucuju cantara ao som dos tambores, “tá caindo flor, tá caindo flor, lá no céu, lá na terra, oh! Lê lê tá caindo flor…”

E Biló da resistência, não se conformou somente as rodas de marabaixo, viajou além, e foram honrarias, prêmios, homenagens, ensinamentos, palestras e entrevistas. Agendas dignas de uma mestra na arte de fazer cultura popular do marabaixo.

Seus voos que inspiraram poetas, escritores e compositores chegaram à cena do rock amapaense, onde teve seu nome eternizado em uma banda, a “Tia Biló”.

Nos festejos, as bandeirinhas e fitas azuis e vermelhas sempre deram um toque de magia colorindo sua casa e seu barracão, onde povos se enalteciam aos fogos e cantorias, a chegada da manhã. E junto na fé, ali estava Tia Biló, agradecendo e pagando sua promessa, herança deixada pelo pai. Agora transmitida aos seus filhos, netos e todos seus seguidores.

Toda vez que ecoar uma caixa de marabaixo nos quatro cantos do mundo, ali, estará firme Tia Biló, mais viva e mais presente como nunca.

Assim, nos sentiremos protegidos, inspirados e seguros para mantermos sempre erguida e no topo dos mastros da vida, a cultura do marabaixo.

Salve, Tia Biló!

(Fotos; Aydano Fonseca e Gabriel Penha)

Tia Biló: a perseverança para manter viva a memória de Julião Ramos

Tia Biló: a perseverança para manter viva a memória de Julião Ramos
Por: Mariléia Maciel
“Eu tinha mamãe eu tinha, eu tinha meu passarinho, estava preso na gaiola,
bateu asas e foi embora…”

Esse ladrão cantado na voz poderosa da Tia Biló chamava o povo de volta pra roda de marabaixo, por mais cansados que estivessem, porque era força e fé que saia dessa mulher, única filha de Julião Ramos que ainda vivia entre nós. Hoje ela se despediu como um passarinho, bateu asas e voou, depois de 96 anos criando filhos, netos e bisnetos, recebendo fieis e marabaixeiros em sua casa, repassando ensinamentos e contando histórias permitidas por sua memória carregada de lembranças e saudades de seus antepassados.

“Pra onde tu vais rapaz? Eu vou fazer minha morada lá pros campos do Laguinho…”

Benedita Gulilherma Ramos nasceu em Macapá, no ano de 1925, e presenciou o nascimento da cidade, brincou no antigo Largo de São João, onde as famílias negras firmaram a Vila de Santa Engrácia, dançavam o marabaixo e professavam a fé na Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo. Quando estas famílias saíram do centro de Macapá, carregando a meninada e seus poucos pertences, tocando caixas e entoando ladrões e lamentos e começaram a ocupar onde hoje é Laguinho e Santa Rita, antes Favela, Tia Biló veio junto com o pai e mãe, Januária Simplícia Ramos e os irmãos Martinho, Joaquim, Apolinário e Felícia, iniciar a povoação deste reduto negro.

“…Eu tenho fé em Deus e na sagrada Maria, a quem Deus promete não falta,
serei feliz algum dia…”

A família foi se despedindo deste mundo, e ficou tia Biló, com seus descendentes, assumindo a responsabilidade de manter o legado deixado. Ela esteve até ontem entre nós, mantendo as tradições e a fé em torno das coroas, fitas, murtas e mastros, símbolos da resistência, que fazem parte do ambiente místico da casa do mestre Julião Ramos, onde se respira ancestralidade, da frente, onde as rodas de marabaixo acontecem e os mastros são erguidos, passando pela sala, dos santos e coroas, até a cozinha, onde as refeições são preparadas e servidas durante o período do Ciclo do Marabaixo.

O oratório da sala, o radinho no quarto, os lençóis floridos, as saias e calças muito limpas e perfumadas, o panelão do caldo, as garrafas da gengibirra, as caixas coloridas, os mastros e bandeiras, azuis, brancas e vermelhas, as grandes mesas e bancos, compõem o cenário da casa que conta a história do Laguinho e dessa família que está na sexta geração. Foram 6 filhos, 15 netos, 31 bisnetos e Tia Biló ainda conheceu seu tataraneto Gabriel

Como moradora do Laguinho, vizinha de personalidades como a Tia Biló, com quem tenho a satisfação de dividir meus dias ao longo destes quase meio século de vida, sempre freqüentei os lugares que vibram nossa cultura. Curiosa, sentava e sento para ouvir e histórias, muitas viram textos, outras guardo na memória. Foram muitas horas e dias de rodas de marabaixo, anoitecendo e amanhecendo, rezando, acompanhando os rituais no Curiaú ou nas ruas do bairro, registrando, divulgando, e Tia Biló é uma de minhas personagens preferidas, assim como Mestre Pavão, Tia Fé, Naíra, Dona Diquinha, Tia Zefa, e tantos que tive e tenho a oportunidade de contar as histórias vividas com eles, ou ouvidas pelos campos do Laguinho.

Foi um grande prazer conviver, sentar ao lado, rodar a saia com a família, fotografar e ouvir esta preta velha falar e cantar, vê-la desfilando na Boêmios do Laguinho, na missa dos Quilombos, sorrindo com simpatia para as fotos, chegando para cantar os ladrões na aurora da Quinta-feira da Boa Hora. Estas lembranças são como quadros que emoldurei em minha memória, e que hoje, com a despedida de Tia Biló vieram como filme que tive a oportunidade de participar como coadjuvante, para poder contar com detalhes.

“…Já vou-me embora já ergui minha bandeira, já vou-me embora
já cumpri minha missão…”

(Fotos: Márcia do Carmo}

Em outros 13 de Setembro

Banda do IETA
Alegoria do IETA e meninas do pelotão de troféus do C.A
Quem nunca sonhou desfilar na bicicleta toda enfeitada ou no pelotão de bandeiras?
E olha eu quando era baliza do Colégio Amapaense. Fui baliza do C.A. por vários anos
A banda do GM tendo à frente o Mestre Oscar