20 anos sem George Harrison

 

Há 20 anos morria, aos 58 anos de idade, o ex-beatle George Harrison, para mim o melhor do quarteto e um dos melhores guitarristas de todos os tempos. Seu álbum “All Things Must Pass” é uma obra-prima.
Harrison nasceu em Liverpool em 25 de fevereiro de 1943 e morreu em Los Angeles em 29 de novembro de 2001.

“Something”, de sua autoria, foi a segunda música mais regravada dos Beatles. É dele também “Taxman”, “Within You Without You”, “While My Guitar Gently Weeps”, “Here Comes the Sun”.

Timbres e Temperos – O disco que apresenta ao mundo a riqueza da cultura do Amapá

Disco que apresenta ao mundo a riqueza da cultura do Amapá. Assim é Timbres e Temperos, o primeiro álbum de canções inéditas do trio formado pelo violonista, compositor e cantor Enrico Di Miceli, pelo poeta, escritor e também cantor Joãozinho Gomes e pela cantora Patrícia Bastos.

Timbres e Temperos conta  tem direção musical e arranjos do músico e compositor Dante Ozzetti, que soube valorizar ainda mais a criação musical do Amapá ao dialogar com uma sonoridade contemporânea e nacional. Nesse caminho, agregou ao repertório a guitarra e efeitos de Guilherme Held e o contrabaixo de Fi Maróstica, permitindo uma troca positiva entre os sons das diferentes regiões. Além do próprio paulista Dante Ozzetti na guitarra e violão, também participam do disco, de Belém o Trio Manari (percussão) e os macapaenses Edson Costa, o Fabinho (guitarra e violão), Alan Gomes (baixo), Nena Silva (percussão) e Hian Moreira (bateria).

Conheça o álbum, ouça na sua plataforma de música preferida https://tratore.ffm.to/timbresetemperos

(Clícia Vieira)

Elysson Perera lança o álbum Planeta Stelar na próxima sexta

Elysson Perera lança “Planeta Stelar”, álbum que tem patrocínio de Natura Musical
Texto: Paulo Rocha – Foto: Aog Rocha

Natura Musical e Ói Nóiz Akí apresentam o primeiro álbum de Elysson Perera. Intitulado “Planeta Stelar”, o disco reúne oito canções que serão lançadas no dia 12 de novembro no site do projeto Pororoca Sound (www.pororocasound.com.br) e nas plataformas digitais.

Nos últimos anos o cantor e compositor Elysson Perera conciliou a vida artística à função de engenheiro florestal no Amapá, e desadormeceu composições autorais que repousavam no fundo da gaveta e agora serão apresentadas ao público através da Paroroca Sound.

“O processo de criação de ‘Planeta Stelar’ começou há alguns anos, sempre tive muitas canções escritas, inclusive, ainda manuscritos com mais de quinze anos, porém, eu sempre fui muito desprendido com relação a gravar um disco. Para mim, a concretização de um álbum é algo muito simbólico, ao ficar pronto, um disco seria uma gaveta da alma aberta ao mundo. Por muitos anos a timidez me fez adiar tudo isso, após um delicado processo de curadoria e finalização de algumas letras e melodias, o que entrego ao público é uma seleção do que tenho produzido em boas parcerias nos últimos anos e que estará disponível para o mundo nas plataformas digitais”, é que  revela Elysson Perera.

“Assim como outros artistas convidados para a Pororoca Sound, Elysson Perera, também tinha projetos e sonhos engavetados pela falta de políticas públicas de cultura, sérias e afirmativas neste país. Com a materialização deste sonho que se tornou projeto em plena execução, graças ao investimento do programa Natura Musical, agora o artista começa pensar a autossustentabilidade da carreira. É mais um passo importante no processo de reconhecimento da cultura e das artes enquanto agentes de mudanças”, avalia Sandro Conceição, diretor de Produção do Projeto.

O encontro do artista com a produtora Ói Nóiz Akí rendeu bons frutos. Incluído no projeto de aceleração de carreiras artísticas na Pororoca Sound contemplada no Programa Natura Musical 2020, Elysson retornou à Casa Poliphonic, estúdio no qual já realizou alguns trabalhos. Sob a produção musical de Ppeu Ramos, o cantor iniciou uma residência artística musical revisitando referências que sempre o acompanharam, como The beach boys, Bob Dylan, Novos Baianos, Secos e molhados, Arnaldo Baptista e Sérgio Sampaio e outras da década de 60 em diante.

“Neste processo com Ppeu Ramos na Casa Poliphonic pesquisamos sonoridades diversas, elementos diferentes para soar anoso e orgânico ao mesmo tempo. Gradualmente, o disco se tornava sui generis incluindo sons experimentais com percussão em latas improvisadas e a inclusão das batidas da Caixa de Marabaixo, manifestação cultural com danças e cantos marcados por um rústico tambor que guarda a ancestralidade quilombola e a diversidade amazônica”, segredos revelados por Elysson Perera.

Com letras e melodias que se cruzam e se diluem através de jogos sonoros de modos tão aleatórios quanto a vida, o álbum ultrapassa os limites do tempo; é sugestivo, transita em formas e atmosferas criando uma paisagem sonora de tons impressionistas e de livre interpretação para os ouvintes.  Para Otto Ramos, responsável por teclados, sintetizadores e cordas no projeto, “o resultado dessa investidura é um álbum atemporal com recortes de vários momentos, ambientes e pessoas. Sobretudo, a percepção da vida no sentir deste compositor que já carrega – mesmo sendo no disco de estreia – uma vontade de apresentar ao mundo essas canções que se revelam para além do que ele imagina. Sonoramente é um disco leve mesmo com todas as escalas distintas nesse processo de gravação, tem potencial, tem vontade e o disco tá pronto.  Hoje, Elysson Perera representa a música do amanhã, no Amapá ou em qualquer outro lugar.”

Ficha Técnica do álbum
“Planeta Stelar”
Produtor musical: Ppeu Ramos
Co-Produtor: Elysson Perera

Participações
Otto Ramos: Teclados / Sintetizadores e Cordas
Israel Cardoso: Guitarra nas canções (Louca Criatura /Viagem Interestelar)
Forlan Gomes: Bateria na canção (Sorria menina)
Elysson Perera: (Voz, Violões e backing vocal)
Ppeu Ramos: (Violão/Guitarra/Bateria/Baixo/Caixa de Marabaixo/ Percussão/ Teclado)
Captação de áudio: Estúdio Casa Poliphonic
Mixagem e masterização: Ppeu Ramos

Amapá Jazz Festival será na Praça da Samaúma dias 29 e 30

O Amapá Jazz Festival retorna com força e organização nesta 13ª edição do evento, coordenado pela Associação dos Músicos do Amapá (AMCAP) com direção de Finéias Neluty. Neste ano o palco muda de endereço, mas continua com toda elegância na beira do rio Amazonas, na praça da Samaúma, no Araxá, com atrações regionais e uma justa homenagem ao músico Aymoré Nunes. O Festival será nos dias 29 e 30 de novembro, a partir das 19h, com a produção, prestígio, clima e segurança que são marcas do evento que valoriza a música instrumental e amapaense.

Grupo Amazon Music, Tom Campos, Canícula Blues, Finéias Nelluty e Negro de Nós são as atrações da primeira noite, que encerra em clima de festa com os swings da banda comandada por Silmara Lobato. A segunda noite tem Vinícius Bastos, Ingridy Sato, Nelson Dutra, Marrecos Land e pra celebrar o fim desta edição do festival, Patrícia Bastos sobe no palco da Praça da Samaúma. “Em 2020 fizemos o festival online devido a pandemia, e neste ano retornamos com público e as atrações locais, todas com grande prestígio e talentos reconhecidos” disse Finéias.

O Festival foi criado pela necessidade da popularização do jazz no Amapá, estilo que ganhava espaço nos eventos culturais, a adesão dos músicos mais jovens que tinham a atenção de quem já era apaixonado pelo estilo, mas que precisava conquistar a admiração de uma nova platéia. Dos bares, restaurantes e palcos públicos, o jazz ganhou um novo status com a formação do Amazon Music, que fez o público reservar as quintas-feiras para prestigiá-los na beira do Amazonas, em um grande encontro de músicos, fazedores de cultura e adoradores da música instrumental, que incentivavam um evento de grande porte.

Não demorou e o palco foi ampliado, nascendo assim, em 2008, o Amapá Jazz Festival, já com o carimbo e passaporte internacional, fazendo o intercâmbio de músicos nacionais e estrangeiros e sempre com uma merecida homenagem. Artur Maia, Esdras de Souza, Ney Conceição, o moçambicano Ivan Mazuze, Mestre Solano, a guianense Jean Marceline, o francês Pierre-Marrie, o Quarteto Invention, formado por músicos do Amapá e Guiana, Paulo Flores, foram alguns convidados de fora do Amapá que já cruzaram seus acordes com os artistas amazônidas.

Enrico Di Miceli, Val Milhomem, Joãozinho Gomes, Brenda Melo, Deize Pinheiro, são apenas algumas das atrações amapaenses que já tiveram destaque no festival. O homenageado, Aymoré Nunes, chamado de Aimorezinho, foi um multi-instrumentista que tocava com excelência piano, escaleta, violão, acordeom, gaita, flauta e guitarra, talento que o tornava indispensável nas rodas musicais, festas e bailes. Aluno do antigo Conservatório Amapaense de Música e da Academia Mestre Oscar Santos, participou de diversos grupos musicais no Pará e Amapá, escreveu seu nome em Fortaleza e Rio de Janeiro, e faleceu em 2018, deixando registrada sua história na música instrumental brasileira.

O Festival é o ápice, o evento que projetou a terra do meio do mundo no cenário musical internacional, mas a movimentação começa em agosto, quando os músicos participam do Jazz na Calçada nos fins de tarde de sábado, um esquenta para energizar a platéia para o grande momento, onde o rio Amazonas, o céu, o luar, o vento, ilustram as apresentações. “Neste ano teremos ainda a encantaria da samaúma, que é uma atração a mais. É a primeira vez que fazemos o festival nesta praça, que já tem um histórico de eventos culturais, e estamos garantindo a mesma segurança e organização de sempre” garante Finéias.

(Mariléia Maciel)

Belchior ganha homenagem no site do Itaú Cultural no dia que completaria 75 anos de nascimento

Nesta terça-feira 26 de outubro, o Itaú Cultural faz uma homenagem aos 75 anos de nascimento do cantor Belchior (1946-2017) em seu site www.itaucultural.org.br. Inspirada no verso dele “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, a publicação reúne depoimentos de personalidades importantes da família, da música e do jornalismo cultural para respondem a pergunta: como não morrer no ano que vem? Os convidados falam, ainda, sobre a importância do cantor em suas vidas e para a cultura do Brasil, além de revelarem suas canções preferidas dele.

Autor da biografia Belchior – Apenas um rapaz latino-americano, o jornalista Jotabê Medeiros utiliza uma frase do cantor para tratar do tema dessa efeméride, que diz “no ano que vem, para sobreviver, eu pretendo amar e mudar as coisas, que é o que me interessa mais”.

Já a cantora e compositora Ana Cañas, que definiu Coração Selvagem e Divina Comédia Humana como suas canções preferidas de Belchior, acredita que não morrer no ano que vem é um grito de resistência e celebração, retomando tudo que foi tirado das pessoas durante a pandemia. “Entre lágrimas de reencontros, beijos de carnaval, abraços festivos e catarses musicais, é a vida inflamada novamente. Não morrer no ano que vem é bandeira vacinada do resgate idiossincrático brasileiro, retomando a poesia que nos foi arrancada”, diz a artista, que estreou em 2020 um show com as canções do compositor cearense.

Também fazendo referência ao período da pandemia, o filósofo Jair Barboza conta que “se pensarmos nas doenças despertadas por essa situação, na perda de empregos, no que deixamos de viver, haverá um tipo de morte. Porém, no pensamento do filósofo, não existe morte, na verdade o que existe é a vida. A morte é um aspecto da vida. Sendo assim, a resposta seria que não morremos ano passado, não morremos neste ano e não morreremos no ano que vem”.

A publicação no site do Itaú Cultural divulga, ainda, um depoimento exclusivo de Vannick Belchior, filha do cantor, que iniciou recentemente sua carreira na música, explorando a trajetória do pai pelas memórias dos amigos do cantor e em releituras de alguns dos sucessos de sua carreira.

As canções preferidas de Vannick e dos convidados dessa homenagem ficam disponíveis para ouvir no Spotify do Itaú Cultural, em: https://open.spotify.com/user/itaucultural

Para conhecer mais a fundo a obra de Belchior, o público pode tem disponível um vasto material no verbete dedicado à sua trajetória, na Enciclopédia Itaú Cultural: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa101849/belchior

(Ascom/Itaú Cultural)

Diálogos Musicais – Chico Buarque e Ana Carolina

A Rita (Chico Buarque)

A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais

Levou seu retrato
Seu trapo
Seu prato
Que papel!

Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel

A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos

Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração

E além de tudo
Me deixou mudo
O violão

Resposta da Rita (Ana Carolina, Edu Krieger)

Não levei o seu sorriso
Porque sempre tive o meu
Se você não tem assunto
A culpada não sou eu

Nada te arranquei do peito
Você não tem jeito faz drama demais
Seu retrato, seu trapo, seu prato
Devolvo no ato pra mim tanto faz

Construí meu botequim
Sem pedir nenhum tostão
A imagem de São Francisco
E aquele bom disco estão lá no balcão

Não matei nosso amor de vingança
E deixei como herança um samba também
Seu violão nunca foi isso tudo
E se hoje está mudo por mim tudo bem.