Diocese de Macapá abre inscrição para nova turma do Curso de Introdução à Teologia e à Pastoral

A Equipe de Serviço a Palavra da Diocese de Macapá abriu inscrições para a formação de mais uma turma do Curso de Introdução à Teologia e à Pastoral. A ficha de inscrição está disponível nas paróquias e demais organismos diocesanos e deverá ser entregue na Secretária do Centro de Pastoral, no bairro Jesus de Nazaré, até dia 20 de junho.

Os principais objetivos do curso são: formar lideranças leigas das paróquias, CEBs, pastorais e movimentos presentes na Diocese de Macapá; proporcionar uma interpretação teológico-pastoral dos conteúdos da fé cristã; preparar leigos/as para darem razão da própria fé, em diálogo com o contexto cultural contemporâneo.

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Protegei-nos, glorioso São José!

Hoje é Dia de São José, padroeiro do Amapá, vamos recorrer a ele para que proteja a todos nós, que nos livre de todo mal e que desperte em nós os sentimentos de  solidariedade e de amor ao próximo.

Oração a São José
Ó glorioso São José, digno de ser amado, invocado e venerado com especialidade entre todos os santos, pelo primor de vossas virtudes, eminência de vossa glória e poder de vossa intercessão, perante a Santíssima Trindade, perante Jesus Vosso Filho adotivo, e perante Maria, Vossa Santíssima Esposa, minha Mãe terníssima, tomo-vos hoje por meu advogado junto de ambos, por meu protetor e pai, proponho firmemente nunca esquecer-me de Vós, honrar-Vos todos os dias que Deus me conceder e, fazer quanto em mim estiver para inspirar vossa devoção aos que estão sob o meu encargo. Dignai-vos vo-lo peço ó pai do meu coração, conceder-me a vossa especial proteção e admitir-me entre os vossos mais fervorosos servos. Em todas as minhas ações assisti-me, junto de Jesus e Maria favorecei-me, e na hora da morte não me falteis, por piedade. Amém”.

Há 56 anos

Em 18 de março de 1966, na véspera do dia do Padroeiro São José e dia em que completava 51 anos de idade, o bispo D. José Maritano chegava ao Amapá. Eu estudava no Santa Bartoloméa Capitânio, um colégio de freiras. As freiras nos levaram para tomar bênção dele e beijar seu anel.
D. José Maritano foi o primeiro bispo diocesano daqui.
Ficou no Amapá de março de 1966 a agosto de 1983.

(Foto: acervo de Edgar Rodrigues)

Tire-o da minha frente 

Tire-o da minha frente 
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá 
Um andarilho estava no escritório de um ricaço, pedindo esmola. O homem chamou a secretária e lhe disse:
– Vê este pobre infeliz? Observe como os dedos dos pés dele saltam para fora do sapato, como as suas calças estão esfiapadas, o casaco em frangalhos. Tenho certeza de que não se barbeia, não toma banho, não faz uma refeição decente há dias. Corta o meu coração ver gente nessa deplorável condição. Por isso: tire-o imediatamente da minha frente!
Neste 6º Domingo do Tempo Comum, escutaremos o evangelho das famosas “Bem-aventuranças” na versão de Lucas. As mais conhecidas são aquelas de Mateus e, portanto, convêm fazer algumas comparações lembrando, porém, mais uma vez, que cada autor sagrado reelaborou as tradições que recolheu antes de escrever conforme a situação da comunidade onde vivia. A primeira diferença é que no evangelho de Lucas as bem-aventuranças são somente quatro e estão acompanhadas por quatro “ais”. Jesus convida os pobres, os que têm  fome, os que choram e os perseguidos a se alegrar. Ao contrário, com os ais, alerta os ricos, os que têm  fartura, os que estão rindo e aqueles que são elogiados. Esses “ais” não são ameaças de castigo ou algo semelhante, são um convite claro a não construir a própria vida sobre os bens materiais, as alegrias e os aplausos passageiros.
 As “promessas” de Jesus lembram a todos, de um lado e do outro, que nenhuma situação, neste mundo, é para sempre. Os sofrimentos e as perseguições dos pequenos acabarão, mas terão um fim também as falsas seguranças dos ricos e famosos. Será uma simples viravolta? Uns ocuparão os lugares dos outros? Se fosse assim, afinal, nada mudaria. As bem-aventuranças – e os ais – apontam a uma nova realidade: o Reino de Deus que começa a acontecer. É o Reino, sabemos, da paz, da justiça e do amor. Esses são os novos valores que Jesus aponta. Talvez nunca exista um sistema social e político que cumpra perfeitamente esse projeto. No entanto, como cristãos, devemos acreditar que seja possível nos aproximarmos dele, corrigindo as injustiças e construindo a fraternidade. Entendemos que Jesus quer que todos tenham uma vida mais alegre e feliz,  não por causas das riquezas materiais, mas em razão da amizade e da solidariedade. Se os ricos e poderosos não estão dispostos a partilhar nada e se os pobres e sofredores só cobiçarem os mesmos bens, não mudará nada. Por isso, as bem-aventuras e os ais do evangelho de Lucas são um teste para ver em que e em quem acreditamos de verdade. Cabe um belo exame de consciência.
Nós todos, eu também, não posso negar, somos doutores no equilíbrio, ou seja, em evitar os extremos. Sabemos que não devemos desejar riquezas demais para não ficarmos escravos da nossa própria ganância. Mas também não desejamos ser odiados, expulsos, insultados e amaldiçoados “por causa do Filho do Homem” (Lc 6,22). Como nos alegrar com as críticas e as perseguições? Será que Jesus não exagerou um pouco? Talvez não sejamos profetas tão bons, mas não nos enxergamos como tão falsos assim. Não daria para amenizar as palavras de Jesus? De fato, é o que fazemos todos os dias para poder pedir perdão das nossas fraquezas e apaziguar a nossa consciência.
Lembrarei somente duas coisas. Primeiro deveríamos ouvir mais a voz, ou o grito, dos sofredores, dos que estão às margens desta sociedade. Se, de alguma forma, esse choro não nos incomoda mais, é sinal de que já estamos do lado de quem tem medo de perder o conforto,  as seguranças ou os privilégios que ainda sonhamos ou construímos ao longo da nossa vida. Desse jeito, escolhemos tirar os pobres da nossa frente. A segunda consideração é a respeito das críticas que vamos atrair. Os mártires “de todas as causas justas” não escolheram sê-lo, simplesmente decidiram praticar o que acreditavam, conscientes ou não do risco que corriam. Quem ficou mais “alegre”? Os carrascos e os zombadores ou os “profetas” do Reino? Cada um responda, sem esquecer, por favor, os pobres que estão à sua frente. Com eles, é o Senhor que estamos desprezando.

Só com os pedaços descartados

Só com os pedaços descartados
Dom Pedro José Conti  – Bispo de Macapá 
Durante a construção de uma catedral, o mestre de obra e os melhores artesãos trabalhavam em oficinas instaladas no interno do canteiro. Certo dia,  apresentou-se ao mestre um jovem desconhecido que também se dizia artesão. Pediu para trabalhar, mas o chefe lhe disse que não precisava, porque já havia pessoal suficiente e todo especializado. O jovem insistiu:
– Não quero trabalhar as pedras, somente gostaria de fazer um vitral, usando as peças descartadas pelos outros. Basta-me um cantinho, não lhe darei nenhuma despesa. O mestre lhe permitiu que usasse uma barraca velha e abandonada, perto do local onde descarregavam todos os materiais inúteis. Os meses passaram e o pessoal quase se esqueceu do jovem que trabalhava tranquilo em silêncio. Chegou, porém, o dia em que ele colocou para fora a sua obra secreta. Era um vitral de incrível esplendor. Ninguém antes tinha visto cores tão luminosas. Era o vitral mais encantador de todos os demais da nova catedral. Todos queriam saber onde ele tinha encontrado pedaços de vidro tão brilhantes. O jovem estrangeiro respondia:
– Encontrei os fragmentos espalhados por aí, onde trabalhavam os operários. Esse vitral é feito com os pedaços que foram descartados como inúteis.
Neste 4º Domingo do Tempo Comum, continuamos a leitura do capítulo 4 do evangelho de Lucas. Estamos ainda na sinagoga de Nazaré e Jesus acabou de ler o trecho do profeta Isaías. Quem fazia a leitura podia também fazer um breve comentário. As palavras de Jesus foram: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. (Lc 4,21). Muita coragem e ousadia por parte dele, sem dúvida. Grande surpresa dos presentes, fascinados com as palavras que estavam ouvindo. O encanto, porém, durou pouco. Logo vieram os questionamentos e as pretensões. Reconheceram naquele homem o mesmo Jesus que ali, em Nazaré, tinha se criado. Na vila, viviam familiares e colegas dele. “Quem você acha que ele é?”. Com certeza, essa foi a pergunta que se espalhou rapidamente. Jesus respondeu assumindo a missão de “profeta”, ou seja, de alguém que fala em nome de Deus e, portanto, como todos os profetas do passado, o anúncio que trazia ecoava em Israel, mas também além das suas fronteiras históricas e geográficas. Não importa se esta mensagem será acolhida ou não. A “missão” do profeta é “falar” com a palavra e a vida.
A fama de Jesus, que havia se estabelecido em Cafarnaum, já se espalhara e, com certeza, despertava o ciúme e a inveja dos habitantes de Nazaré. Com mais propriedade, podemos dizer que a atividade de Jesus e a sua pregação “aos pobres” não correspondiam à imagem de “ungido” que circulava naquele momento. Esperavam um messias poderoso e triunfador, mas Jesus se apresentava como pobre, amigo dos pequenos e sofredores. Além de tudo, ele era fraco, porque iniciava a sua missão das periferias, bem longe dos centros do verdadeiro poder.  Em lugar de se questionar, de procurar entender mais e melhor o que estava acontecendo, os conterrâneos de Jesus, que afinal representam muitos outros que virão depois, decidiram expulsá-lo da cidade. Assim acontecerá ao longo de toda a vida de Jesus e, pelo jeito, acontecerá sempre. Como tinha dito Simeão na apresentação dele ao templo: “Este é destinado a ser… sinal de contradição” (Lc 2,34).
Não adianta esconder. Nos nossos dias, também, muitos consideram Jesus e a sua mensagem uma questão do passado, perdida há muito tempo. Talvez um discurso bonito, sentimental, ao qual recorrer numa hora difícil, mas que pouco ou nada traz de real e concreto. Fraternidade, compaixão, misericórdia, não enchem o bolso de ninguém. Todos nós, cristãos de ontem, de hoje e de amanhã, continuamos a ser desafiados a confiar ou não na Boa-Nova de Jesus. A tentação de jogar tudo fora é sempre muito grande. No entanto, os pobres e os pequenos, os descartados da sociedade, que, aqui e acolá, juntam as palavras de Jesus, constroem algo novo, brilhante, de cores nunca vistas. Agem no silêncio. Não divulgam, porque não disputam fama e sucesso com ninguém. Basta-lhes a luz do amor. A mesma luz de Jesus.

Domingo – Dom Pedro José Conti empossa novo pároco da igreja Jesus de Nazaré

Padre Gerson Lúcio assume o ofício no domingo, 9
Por Graça Penafort

O bispo da Diocese de Macapá, dom Pedro José Conti, dá posse ao padre Gerson Lúcio como pároco da Paróquia Jesus de Nazaré, na missa da Solenidade do Batismo de Jesus, neste domingo, 9. A celebração se inicia às 07h30 na igreja matriz e reunirá paroquianos, familiares e amigos do sacerdote .

Ele já está na paróquia desde maio de 2021, como administrador e agora preencherá a vacância deixada pelo ex-pároco, padre Luiz Miranda, do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (Pime), que agora está no Paraná.

A função do pároco é administrar a paróquia ”mas, sobretudo ser o ‘pastor ‘ seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, ensinando, oferecendo os sacramentos e organizando a evangelização da parcela do povo de Deus a ele confiado”, explica dom Pedro.

Desde que chegou à Paróquia Jesus de Nazaré, padre Gerson manifesta a intenção de se doar por uma igreja solidária e em saída.

” Minha expectativa é dar a minha contribuição para que essa comunidade paroquial possa crescer em quantidade, qualidade e santidade. E se torne uma paróquia mais missionária, servidora e acolhedora e que vá ao encontro de todos!”

Um amapaense vocacionado

Padre Gerson Lúcio dos Anjos Gomes, 40 anos, nasceu e se criou em Macapá. Entrou para o seminário com 22 anos e se ordenou no dia 15 de junho de 2019. No mesmo ano, foi destinado à Paróquia de São Benedito, onde exerceu as funções de vigário por dois anos. Há três anos, é diretor da Rádio São José FM. O sacerdócio é sua maior paixão.

“Ser sacerdote é uma honra para mim, um privilégio e um dom imerecido. Significa abraçar a cruz de Cristo, todos os dias, por amor e pela salvação de todos. Significa servir com generosidade e alegria”.

Aprender a gratuidade – Dom Pedro José Conti

Aprender a gratuidade 
Dom Pedro José Conti –
Bispo de Macapá

Chegamos ao domingo do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. De novo, sem podermos nos manifestar como gostaríamos, numerosos e alegres, a nossa devoção a Maria, a humilde serva do Senhor, a “bendita entre as mulheres”, a “bem-aventurada” porque acreditou. Neste ano, colocamos Maria ao lado de São José. Eles, juntos com Jesus, constituem aquela que chamamos de “Sagrada Família”, exemplo para todos nós de oração, trabalho e fé. Qual segredo “a mais” podemos aprender com essa família tão especial?

Talvez nos ajude o evangelho deste domingo. Encontramos uma pessoa que procura Jesus e tem um grande desejo: “ganhar a vida eterna”. Algo maravilhoso se, com essas palavras, entendemos não tanto o conjunto de todos os bens possíveis e imagináveis, mas, nada menos, que o próprio Deus, sumo bem e plena felicidade para todos. Inicialmente, Jesus lembra àquele homem os mandamentos da Lei de Deus, ou seja, um caminho de confiança, obediência e respeito. Para aquela pessoa, porém, isso não tem nenhuma novidade: conhece os mandamentos e os pratica desde a juventude. O que lhe falta? – Só uma coisa – responde Jesus – vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me! (Mc 10,21). O evangelho continua dizendo que aquele homem “foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico”. O comentário de Jesus vem em seguida: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” (Mc 10,23). Pelo jeito, os bens materiais, tão cobiçados pela grande maioria dos seres humanos, são um obstáculo muito grande para fazer parte do Reino de Deus. No entanto o próprio Jesus aponta a saída: o que parece impossível para nós, somente com as nossas forças, é possível para Deus. Se nós o pedimos, com fé e confiança, ele mesmo, Deus Pai, nos dá a capacidade de nos livrar das amarras da ganância e do lucro. Quando a luz de Deus toma conta do nosso coração e das nossas decisões, nós começamos a olhar e a entender as coisas da vida e do mundo com o olhar dele, que é de amor e, portanto, somente capaz de doar, doar tudo, doar a si mesmo, sem esperar ou pedir nada em troca. Podemos chamar este amor de gratuidade total. Por nossa vez, a este amor incondicional de Deus, nós podemos responder somente amando generosamente a ele e aos nossos irmãos.

Com Deus não tem negociação, cobranças, reivindicações, prazos… A “vida eterna”, que o homem do evangelho procurava, é um dom gratuito de Deus, é oferecida, doada, nunca será o resultado do nosso esforço ou um direito adquirido pelos nossos merecimentos. Jesus nos ensinou tudo isso; não foi para nos fazer sentir pequenos perante a grandeza sem medidas do amor de Deus, mas para transformar o nosso coração de interesseiro em generoso e compassivo. A sociedade que organizamos funciona com a troca de mercadorias, de serviços e de favores. Estamos tão acostumados com isso, que desconfiamos de quem nos oferece algo sem cobrar nada antes ou depois. Sempre perguntamos quanto custa aquilo que gostaríamos ter ou alcançar.

Também o homem do evangelho deste domingo queria saber o preço da vida eterna, quais obrigações devia cumprir, quais ofertas ou holocaustos devia fazer. Dar de graça aos pobres aquelas riquezas que tinham custado tanto tempo, trabalho, organização e esperteza não entrava na sua cabeça e no seu coração. Vale a pena nos perguntar se aprendemos a gratuidade nas nossas famílias, ou se também nelas já funciona a lógica interesseira do mundo. Filhos, crianças e adultos, que não sabem mais agradecer aos pais por tudo aquilo que fizeram por eles. Esposos e esposas que perderam a alegria de se doar e de se receber cada um como uma dádiva não merecida. Parentes que se odeiam por causa da herança deixada pelos pais e avós. Temos dúvidas que Jesus aprendeu a gratuidade também com Maria a José? Ele, o homem justo e obediente, acolheu Maria em sua casa, acreditando nos seus sonhos e na palavra dela. Ela, a serva do Senhor, ficou feliz de colaborar com o projeto de Deus sem saber tudo o que a aguardava e se teria merecido alguma recompensa. E Jesus? Ele deu tudo, até a própria vida, porque Deus é assim, só amor doação.

Fotos – Era assim o Círio antes da pandemia

Neste domingo dedicado à Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia, mais uma vez, por causa da pandemia, não teremos a tradicional procissão do Círio, que acontece em Macapá desde 1934. Mas haverá missa e carreata nas paróquias, almoço em família e muita oração.
Ao longo dos últimos anos fiz muitas fotos da procissão e hoje selecionei algumas para a gente relembrar como era a devoção antes da pandemia.

(Fotos: Alcinéa Cavalcante)