Cada escritor com sua mania

Autora do livro “De amor e de fé” (prosa e poesia), Ângela Nunes tem algumas manias ou rituais na hora de escrever. Ela só escreve à mão e tem que ser num bloco de folhas amarelas. “Caneta serve qualquer uma, basta ter tinta, o resto é com o meu cérebro”, diz.
Gosta de escrever na madrugada, mas a qualquer hora do dia puxa da bolsa o bloco amarelo e faz  anotações. Se estiver no trânsito e surgir uma ideia ou inspiração, para o carro no acostamento e faz as anotações. “O jeito é parar e anotar. Depois ,de madrugada,desenvolvo o texto“, conta. Texto pronto, o neto Ruan se encarrega de digitar.

Outra característica da Ângela é sempre iniciar um texto pela conclusão.
Ah, e por que ela faz isso?
“Sabendo como termina fica mais fácil para desenvolver”, diz

Lançado em outubro de 2013, o livro “De amor e de fé” é uma coletânea de excelentes poemas e crônicas. Nessa obra, como destacou o saudoso escritor Joseli Dias, desfilam personagens como o romeiro que leva o filho para participar do Círio de Nazaré e presencia um milagre e um homem misterioso que surgiu no arraial de São José. Sobre sua poesia, Joseli dizia: “Ângela tece com maestria a palavra em poesias e revela de onde vem a força, a coragem e a ousadia do povo amapaense”.

Para o poeta e escritor Paulo Tarso Barros, membro da Academia Amapaense de Letras, os escritos de Ângela “nos remetem ao centro vital de uma Amazônia vivenciada por ela, onde estão suas raízes mais densamente submersas no universo das matas, mitos, lendas e o fluir de uma vida tão singela dentro do gigantismo que a natureza nos legou”.

Ângela Nunes é professora de literatura, foi diretora da Biblioteca Elcy Lacerda e presidente da Confraria Tucuju. Tem poemas e crônicas publicados em jornais, revistas e coletâneas e organizou algumas importantes publicações como a coletânea “245 quadrinhas de amor a Macapá” em 2003 em homenagem ao aniversário da cidade.

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