É preciso amar o vinho brasileiro

É preciso amar o vinho brasileiro
Renato Salviano

É preciso amar o vinho brasileiro. Não simplesmente por ser nacional, isso também, mas por sua qualidade, por toda tecnologia envolvida nos dias de hoje e por suas inúmeras premiações a nível mundial.

Aquele brasileiro consumidor de vinhos mais tradicional e de mais idade pode dizer que o vinho nacional não é bom. Esse é até perdoável. Explico. Algumas décadas atrás a elaboração de vinhos em nosso país era bem caseira. Limitava-se, basicamente, às pequenas famílias produzindo seu vinho para consumo próprio e venda. Em grande maioria, vinhos de mesa, muito conhecidos como os vinhos suaves e que de fato estavam muito aquém de vinhos de outros países.

Imigrantes europeus na produção de vinhos de mesa no Brasil

Por óbvio, não havia tecnologia empregada. Tudo era muito rústico e os produtores, em sua maioria imigrantes e parentes de imigrantes vindos da Europa, elaboravam sua bebida por métodos bem caseiros. Todavia, embora com algumas tacadas mais modernas anteriores, podemos dizer que o vinho nacional passou a se modernizar de fato em 1995.

A criação da APROVALE – Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, em 1995, culminou na modernização e salto de qualidade do vinho brasileiro. As vinícolas familiares, de olho no enoturismo, começaram a se organizar e modernizar. Sede da APROVALE no vale dos vinhedos: vinho e enoturismo de qualidade são o carro chefe

Os netos e bisnetos dos imigrantes europeus voltaram às suas origens, para estudar, aprender e trazer todo o conhecimento do famoso e conceituado velho mundo (França, Itália, Espanha e Portugal) para o Brasil. Muitos buscaram também países como Argentina e Chile, que a esta época já apresentavam produtos de boa qualidade, com muitos investidores europeus elaborando vinhos em grandes vinícolas.

Hoje em dia o vinho nacional é de extrema qualidade e briga de frente com vinhos importados. Mas a ideia não é pela briga. A intenção é que o brasileiro deixe de lado seu “complexo de vira-lata”, onde se acha que tudo produzido fora é melhor, e passe a apreciar o bom produto de seu país.

Para se ter uma ideia, o consumo de vinho nacional pelo brasileiro está longe de ser o maior. Os vinhos mais consumidos em nosso país são os chilenos, seguidos dos portugueses e dos argentinos. Por que não consumir nosso vinho? Fomentar mais trabalhos, mais desenvolvimento e conhecer a qualidade da nossa bebida?

Hoje o Brasil conta com vinícolas espalhadas em diversas regiões. O sul do Brasil, em especial o estado do Rio Grande do Sul, ainda é o maior produtor, mas estados como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás vem se destacando cada vez mais. Importante citar, ainda, os belos projetos vitivinícolas no nordeste brasileiro, como é o caso das vinícolas no Vale do São Francisco. Entrada da vinícola TerraNova, do Grupo Miolo, no Vale do São Francisco: destaque
para os espumantes e tintos na uva Syrah

Então, qual a sua desculpa para provar o vinho nacional hoje mesmo? Posso te desafiar? Convide amigos e organize uma degustação às cegas, com vinhos nacionais, da América do Sul e da Europa. Só não vá se assustar se der Brasil na cabeça!

Em dúvida de qual estilo de vinho nacional tomar? Quer organizar uma degustação às cegas e não sabe como? Procure uma loja de vinhos com sommelier a disposição! Ele é o profissional ideal para indicar o melhor vinho, para a ocasião necessária.
Você pode entrar em contato comigo pelo Twitter @RenatoSalviano ou pelos Instagrams @RenatoSalviano e @BoutiqueVinhoeCia.
Vai ser muito legal tirar suas dúvidas e conhecer suas experiências. Até semana que vem!

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