Estudo identifica semelhanças no recorte histórico sobre a literatura do Amapá e das Guianas

O Amapá, as Guianas e o Suriname não partilham só o clima e a biodiversidade amazônica. A fronteira também ajuda a entender semelhanças culturais na literatura baseada em personagens históricos. A afirmação é da pesquisadora e doutora em Estudos Literários, Natali Costa, que participará da primeira edição Pint Of Science em Macapá entre os dias 14 e 16 de maio. Trata-se do maior festival internacional de divulgação científica do país.


As análises da pesquisadora e professora da Unifap identificaram aspectos linguísticos e culturais comuns às duas regiões. A principal delas é reconstrução do passado com um novo olhar. Escritores amapaenses e guianenses partilham de um sistema literário que consiste na produção massiva de romances históricos.
“A literatura de fronteira nos mostra que as duas regiões possuem características próprias. Criam personagens fictícios ou tiram do anonimato figuras que ajudam a recontar fatos históricos”, destaca a pesquisadora. Que considera ainda esta construção textual como uma forma de visibilizar acontecimentos do passado e dar voz a personagens historicamente silenciados, como escravizados ou mulheres em condições de subalternidade.
Embora o Amapá e as Guianas apresentem esta similaridade nas obras literárias, Natali Costa aponta um dado relevante sobre o estudo. “Os escritores do Amapá e das Guianas estão preocupados em dar voz aos personagens que não foram destacados na história. E apesar disso, pouco se sabe sobre a produção literária nos dois lados da fronteira”, atesta a pesquisadora.
Natali e pelo menos dez pesquisadores devem integrar a equipe que inaugura o Pint Of Science em Macapá. Para a programação, a estudiosa espera abordar esta e outras informações inéditas sobre a produção literária na fronteira. “Eu quero deixar as pessoas com vontade de voltar para casa e quererem saber mais sobre o assunto”, anuncia Natali.
Dois bares da capital receberão os convidados do Pint Of Science para a troca de informações científicas e um bate-papo regado a descontração. O evento acontecerá simultaneamente em 21 países e aproximadamente 56 cidades brasileiras.

(Ascom)

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