Mia Couto é o vencedor da 25ª edição do Prêmio Camões

Da Folha de S.Paulo27/05/2013 – 19h50

Escritor moçambicano Mia Couto vence o Prêmio Camões

O escritor moçambicano Mia Couto foi escolhido nesta segunda (27) o vencedor da 25ª edição do Prêmio Camões, a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa. O autor receberá € 100 mil (cerca de R$ 265 mil).

Autor de romances como “Terra Sonâmbula” e “Jesusalém”, todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras, Mia Couto, 57, é o segundo escritor de Moçambique a ser agraciado pela premiação –o primeiro foi José Craveirinha, em 1991.

O prêmio, criado por Portugal e pelo Brasil em 1989, considera o conjunto da obra de autores de língua portuguesa. Nas 24 edições anteriores, Brasil e Portugal foram agraciados dez vezes cada um. No ano passado, o vencedor foi o curitibano Dalton Trevisan.

Karime Xavier/Folhapress
O escritor moçambicano Mia Couto, que participará da próxima Bienal do Livro Rio, no final de agosto
O escritor moçambicano Mia Couto, que participará da próxima Bienal do Livro Rio, no final de agosto

O anúncio da premiação para Mia Couto foi feito na tarde desta segunda no Palácio Gustavo Capanema, no centro do Rio. O júri que o escolheu foi composto por Clara Crabbé Rocha e José Carlos Vasconcelos, de Portugal; Alcir Pécora e Alberto Costa e Silva, do Brasil; João Paulo Borges Coelho, de Moçambique; e José Eduardo Agualusa, de Angola.

Segundo a Fundação Biblioteca Nacional, responsável no Brasil pela premiação, a decisão foi unânime. Em nota, a FBN destacou o romance “Terra Sonâmbula” como “um dos dez melhores livros africanos do século 20”. O jurado Agualusa destacou nos livros do colega a “criatividade linguística inspirada no falar das populações mais pobres de Moçambique”.

Mia vem neste ano ao Brasil, para a Bienal do Livro Rio, onde lançará o romance “Cada Homem É uma Raça” (Companhia das Letras).

  • Já li 3 romances de Mia Couto e gostei muito. Para quem quer ter uma ideia de seu estilo, destaco duas interessantes características: seus textos guardam congruências com o realismo mágico de Márquez assim como trazem intensa crítica social, revelando a riqueza cultural de Moçambique e a miséria econômica herdada do colonialismo e de uma guerra civil.

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