Nosso jeito de falar

O amapaense tem um jeitinho especial de falar, algumas palavras e expressões podem não ser entendidas por quem nunca andou por essas bandas.
Em abril de 2008 postei no meu antigo blog  um mini-dicionário de palavras, expressões e gírias amapaenses, que republico hoje aqui.
Afudega – afoba, apressa.
Ex:Nem te afudega que o show vai começar com atraso.
Amassa – aperta, tecla
Ex: Amassa nesse botão pra ligar o som.
Arreda aí – Afasta; dá licença
Ex: Arreda aí que que quero passar; Arreda esse sofá .
Bazuca – goma de mascar, chiclete
Ex: Me dá o troco em bazuca
Bora lá – Vamos lá.
Ex: Bora lá no shopping
Carapanã – mosquito
Ex: É nos meses de maio e junho que os carapanãs da dengue fazem a festa em Macapá.
Cabuçu – caipira, matuto
Ex: Aquele cara é muito cabuçu.
Bombom – bala
Ex: Agora até nos ônibus nos passam o troco com bombons
Cruzeta – cabide
Ex: Maria, coloca essa camisa na cruzeta
Embrulhar – cobrir com lençol.
Ex: Embrulha essa criança que está fazendo frio.
Engilhado – enrugado
Ex: Credo! Esse papel tá todo engilhado
Eras! – Eu, hein!
Escangalhar – quebrar, ficar com defeito.
Ex: O meu carro escangalhou.
Filho de pipira – pessoa que vive pedindo.
Ex: Esse menino pede mais que filho de pipira.
Gala seca – idiota, imbecil, otário
Gito, gitinho – pequeno
Ex: Esse sanduíche tá muito gitinho
Lá embaixo – no centro comercial
Ex: Sábado eu vou lá embaixo fazer compras.
Mato – interior.
Ex: Vamos passar o feriadão no mato.
Menta – qualquer balinha que provoca ardor ou frescor, tipo halls
Merendar – lanchar
Ex: Eu merendei um pastel com garapa (garapa é suco de cana)
Osga – lagartixa
Pão careca – pão francês
Papagaio – pipa. Empinar papagaio: soltar pipa.
Ex: Agora só dá pra empinar papagaio na praça. Na rua tá perigoso
Rapidola – rápido, sem demora.
Ex: Eu leio esse livro rapidola.
Torar – cortar ou quebrar.
Ex: Tora esse pão no meio pra nós

Égua, já leu e aprendeu tudo? Calma, eu não estou te xingando. “Égua” é uma das palavras mais usadas no Pará e no Amapá.
Serve para exprimir uma variedade de sentimentos, como explica o professor e jornalista Ivan Carlo: “Égua – essa é, depois de deveras, a única palavra brasileira que pode ser usada em qualquer situação. Você pode usar égua para expressar dor, tristeza, alegria, admiração, espanto e até mesmo enfado. Se, por exemplo, passar pela sua frente uma morena jeitosa, você pode exclamar deliciado: “Égua!”. E não se preocupe que ela não vai achar que você está chamando-a de eqüina. Se, por outro lado, descer um disco voador no seu quintal, não pense duas vezes. Grite: “Égua!”.
Achou tudo isso pai d’égua (legal, bacana)? Então qualquer dia tem mais.

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