Pluralidade marca o novo Conselho Editorial do Senado

 

Na tribuna, em discurso, uma das conselheiras do Conselho Editorial, a escritora Ana Luísa Escorel. Acompanham o conselheiro Aldrin Moura; a diretora-geral do Senado Federal e conselheira, Ilana Trombka; e o presidente do conselho, senador Randolfe Rodrigues (Foto: Gabriel Matos/Agência Senado)

Tomaram posse ontem, os novos integrantes do Conselho Editorial do Senado. São intelectuais, escritores, reitores, jornalistas e educadores que ajudarão a definir os títulos a serem publicados. Presidente do Conselho, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que pluralidade foi critério para a escolha dos nomes.

— A composição que aqui fizemos foi para garantir a diversidade de gênero, de regiões do nosso país, de valores e percepções culturais, de ideias e principalmente de opiniões. Em momentos em que se ameaça a democracia, é necessário afirmar cada vez mais a democracia, cada vez mais a pluralidade de ideias — explicou.

Com a crise do mercado editorial brasileiro, o Conselho Editorial deve cumprir a função de trazer a lume o valor da cultura, que, segundo Randolfe, enfrenta uma ofensiva de criminalização. Nesse cenário, ele fez um desafio aos novos conselheiros na busca de títulos a serem publicados:

— As senhoras e os senhores conselheiros serão caçadores de tesouros cujo valor deve ser visto não de forma amesquinhada, imediata, mas sempre na perspectiva do legado que queremos deixar. Vamos ser caçadores de tesouros. Quero que este conselho funcione aprovando obras para chegar a quem são nossos mandantes e patrões: o povo brasileiro, com sua diversidade.

Cultura

Diretora-geral do Senado, Ilana Trombka foi também empossada conselheira.

— Nessa reflexão sobre o que eu represento no Conselho Editorial, descobri que represento o orgulho de fazer parte de uma instituição que guarda um quinhão da sua atividade para a cultura, para a difusão da literatura, para um nicho de literatura tão pouco valorizado e explorado em nosso país — disse.

Ilana citou como exemplo o livro A Mulher Moderna, de Josefina Álvares de Azevedo (1851–1913), primeiro volume da Coleção Escritoras do Brasil lançado em março. Outro título, Ânsia eterna, de Júlia Lopes de Almeida e que teve a primeira edição em 1903, será relançado pelo Senado em 6 de setembro.

— Eu tenho certeza de que vamos trazer à luz não somente as mulheres que foram inviabilizadas, mas toda a cultura que, de alguma forma, não tem abrigo no mercado comercial, mas que precisa ter abrigo na história da cultura brasileira.

Admiração

A escritora, editora e designer Ana Luísa Escorel e o historiador Aldrin Moura Figueiredo falaram em nome dos conselheiros. Ela expressou os motivos que a levaram a aceitar o convite para compor o Conselho Editorial. Primeiro porque se trata, disse, de refletir e trabalhar para o livro. Segundo, pela admiração ao trabalho do senador Randolfe Rodrigues.

— A minha esperança é que esse núcleo, na medida das suas possibilidades, funcione como uma antítese produtiva e eficiente na área da cultura ao que o nosso país vive no momento. Estou muito agradecida pelo fato de o meu nome ter sido lembrado, até porque não integro nenhuma instituição.

Professor da Universidade do Pará, Aldrin Moura Figueiredo afirmou ser leitor das publicações do Conselho Editorial. Seus alunos também, disse.

— Acho que todos os membros estão aqui para integrar algo que está associado à educação, à leitura, ao livro, à ciência, neste momento importante de pensar o país.

Também fazem parte da nova composição do conselho Esther Bemerguy de Albuquerque (vice-presidente), Alcinéa Cavalcante, Ana Maria Machado, Ricardo Caichiolo, Cid Benjamin, Cristovam Buarque, Elisa Lucinda, Fabricio Ferrão, Ilana Feldman, Joãozinho Gomes, Ladislau Dowbor, Márcia Abrahão Moura, Rita Potyguara, TT Catalão e Toni Carlos Pereira.

(Fonte: Agência Senado)

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