Natação: três gerações de ouro

Pai, filho e neto colecionam medalhas desde 1953

Anselmo sendo cumprimentado pelo então governador Janary Nunes

Professor de educação física aposentado, Anselmo Guedes, 77 anos, aprendeu a nadar com 3 anos de idade na Ilha Maracujá (Afuá) onde morava em 1945. Brincadeira de criança para ele era nadar nos rios e igarapés do interior.
Em 1949 a família mudou-se para Macapá e em 1952   o menino Anselmo logo descobriu a Piscina Territorial. Foi lá e humildemente pediu ao professor Expedito Cunha Ferro, o 91, que o deixasse nadar ali. Noventa e Um tinha olho clínico e apostou no menino que no ano seguinte já foi escalado para disputar uma competição nacional no Rio Grande do Sul. Voltou com a medalha de segundo lugar. Aos 14 anos, em 1956, Anselmo Guedes conquista, na piscina do Pacaembu (SP),o título de  bicampeão brasileiro de natação (50m costa e 50m livre). Festa no Amapá!
E a paixão pela natação aumentava  a cada dia. Veio o sonho de ser técnico, então foi fazer a faculdade de educação física no Pará e tornou-se um dos técnicos mais queridos e conceituados da região norte.
Anselmo Guedes com o filho Anselmo Junior: campeões de natação e flamenguistas

E como filho de peixe peixinho é, brincadeira de sua prole tinha que ser dentro d’água, tanto que a filha mais velha, Monique, sagrou-se campeã do Copão da Amazônia de Natação nos anos 1980.
Anselmo Junior, 40 anos, tem um grande baú cheinho de medalhas. Como o pai, aprendeu a nadar aos 3 anos de idade. “O papai dava aula na piscina olímpica e eu ia pra lá olhar, quando ele se descuidava eu pulava na água, queria brincar. Fiz o papai perder um monte de relógios pulando na água para me salvar”, conta Junior, que aos 10 anos de idade começou a participar de competições. Com 12 anos ganhou a primeira medalha de ouro disputando o campeonato estadual. Hoje já perdeu a conta de quantas medalhas ganhou, embora tenha ficado alguns anos parado, época em que se dedicou aos estudos (ele é formado em Administração e pós-graduado em Gestão). De volta às raias, já na categoria master, Junior participa de campeonatos por todo o Brasil e nunca retorna sem medalhas na mochila. Em 2015, por exemplo, no Norte-Nordeste, trouxe cinco medalhas: 3 de ouro, uma de prata e uma de bronze; no Torneio da Integração mais cinco de ouro e assim vai. Até difícil relacionar todos os torneios e campeonatos dos quais participa e traz medalhas (ia faltar espaço para listar tudo aqui. O mais recente que participou foi mês passado: o XXV Norte-Nordeste, em Fortaleza. De lá trouxe quatro medalhas de ouro (duas individuais e duas revezamento) e o título de bicampeão nos 50m peito, categoria 40+
O filho Tomás, que tem 11 anos de idade, estava lá assistindo a vitória do pai.

Anselmo Junior e o filho Tomás em Fortaleza (CE)

Como o pai e como o avô, Tomás aprendeu a nadar aos 3 anos de idade; competiu pela primeira vez em 2016, num torneio em Mazagão, conquistando suas primeiras medalhas. Já tem na mochilinha ouro, prata e bronze.

Anselmo pai curte a aposentadoria entre Belém e Macapá. Já não nada, mas caminha todas as manhãs. Gosta de conversar com os amigos, relembrar a juventude e falar coisas de Macapá “que conheço como a palma da minha mão”.
Anselmo Junior continua viajando disputando competições (já está entre os oito melhores nadadores brasileiros e continua treinando para chegar entre os primeiros), trabalha, faz academia duas vezes por semana, nada todos os dias, joga vídeo-game com o filho e assiste muitos filmes.

Tomás, menino inteligente e meigo, faz o quinto ano no Colégio Bartoloméa, se diverte jogando vídeo-game e leva a sério os treinos de natação na Piscina Olímpica, tendo como técnicos Marcos Bandeira e  Silvio Guilhermino, que foi pupilo de Anselmo pai. Na foto, ele exibe algumas das suas medalhas, inclusive a sua primeira de ouro.

  • Parabéns à todos da família. Gostaria de saber qual foi o ano da III Copão Amazônia de Natação, realizado em Macapá, na época ainda capital do território do Amapá, no período de 1 a 4 de outubro. Obrigado!

  • Excelente documentário, vale ouro para a história do nosso Amapá e Brasil, parabéns Alcinéa pelo registro destes atletas e mostrar ao mundo suas existências, eles são merecedores de todos os troféus, pois, são atletas determinados e objetivos; um grande abraço a todos voces.

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