Calendário agrícola do Amapá

Calendário agrícola do Amapá é elaborado pela Embrapa

São indicados períodos de plantio e colheita para arroz, feijão-caupi, milho e soja

A Embrapa elaborou um calendário agrícola para o Estado do Amapá, onde aponta os períodos potenciais e preferenciais para plantio e colheita das culturas de arroz, feijão-caupi, milho e soja no Cerrado amapaense. O objetivo é contribuir com as instituições que atuam na gestão de políticas agrícolas junto a produtores rurais, técnicos de assistência técnica e instituições financeiras, com relação aos índices mais seguros na implantação e condução de cultivos agrícolas.  O calendário agrícola é direcionado à região agrícola do Cerrado do Amapá, uma região em que o clima se caracteriza, ao longo do ano, por altas temperaturas e duas estações de chuvas bem definidas, sendo que a mais longa considerada o período de com excedente hídrico (segunda quinzena de dezembro a julho), e a mais curta com déficit hídrico (junho a novembro). Coordenado pelo pesquisador Luis Wagner Rodrigues Alves (Embrapa Amapá) e pelo analista Gustavo Spadotti Amaral Castro (Embrapa Monitoramento por Satélite/Campinas-SP), o calendário agrícola resulta de levantamentos de dados de campo, análises científicas, cruzamento de informações referentes ao clima local e resultados dos experimentos agrícolas realizados nos últimos anos no Amapá. Foram consultados pesquisadores, agricultores e representantes de cooperativas e associações que representam produtores locais. Apresentado com período definido por quinzena, para cada cultura agrícola (arroz, feijão-caupi, milho e soja), e detalhado em plantio e colheita, o calendário trata também, no caso da colheita, da indicação de concentração das atividades de maior potencial produtivo. Devido à dinâmica da atividade agrícola, os trabalhos continuam em colaboração com os integrantes do setor produtivo visando consolidar um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) que agrupe e analise informações e dados dos setores públicos e privados, do segmento agrícola nas esferas municipal, estadual e federal. A expectativa da Embrapa é de que o calendário auxilie no atendimento às principais demandas dos produtores e técnicos de extensão rural, que são conhecimentos relacionados às cultivares mais adequadas, época de plantio, sistema de manejo cultural e fitossanidade.

Cerrado do Amapá – As áreas de Cerrado do Estado do Amapá correspondem a 6,9% do território amapaense. De acordo com o levantamento da Embrapa Amapá, a área da BR-156, que liga Macapá ao município de Oiapoque, é “abraçada” pelo bioma Cerrado e esta área está totalmente fora da abrangência dos 72%da área protegida do estado do Amapá (Unidades de Conservação ou Área indígena). Com relação aos produtores de grãos do Cerrado do Amapá, 60% vieram da região Sul e 53% do Centro-Oeste. Quase a metade dos 15 produtores entrevistados pela Embrapa Amapá tem mais de 30 anos de experiência no ramo agropecuário, trazendo consigo a experiência adquirida em outras regiões de Cerrado, o que pode levar a uma melhoria significativa na tecnologia utilizada na agricultura do estado. Segundo dados da Embrapa Amapá, atualmente cultivam-se cerca de 20 mil hectares de arroz, feijão-caupi, milho e soja no Cerrado amapaense.

Recomendações de época para plantio e colheita

O plantio no Cerrado amapaense ocorre no primeiro trimestre do ano, período de intensas chuvas, em que o solo apresenta saturação hídrica. As recomendações de época de plantio e colheita para as culturas do arroz, feijão-caupi, milho e soja no Estado do Amapá são apresentadas na tabela abaixo (anexo).

Arroz

No Estado do Amapá, o arroz é cultivo principalmente em sistema de sequeiro. O período da “janela de plantio” é da segunda quinzena de dezembro, quando se iniciam as chuvas, até a segunda quinzena de abril. A concentração do plantio ocorre no mês de fevereiro. A colheita se dá, de forma geral, entre as primeiras quinzenas de abril e agosto, concentradas entre meados de maio e junho. O plantio na fase inicial do calendário (dezembro) propicia enchimento de grãos entre março e abril, meses com maior potencial de chuvas e, consequentemente, com maior potencial de perdas na colheita. A cultura do arroz é conduzida como principal, aproveitando os melhores índices de chuvas, e também pode ser escolhida como alternativa para rotação de culturas, substituindo soja ou milho.

Feijão-caupi

O feijão-caupi possui janela de plantio da primeira quinzena de maio à primeira quinzena de julho. A colheita se dá entre as segundas quinzenas de julho e setembro, concentrando-se entre a segunda metade de agosto e a primeira de setembro. É cultivado principalmente por pequenos agricultores e, recentemente, incluído como cultura principal ou de sucessão às lavouras de milho, soja e arroz, pelos agricultores empresariais. Tem como característica marcante não tolerar chuvas durante a colheita, em função de potenciais perdas físicas e de qualidade dos grãos colhidos. Por isso, o plantio deve ser programado para que a atividade de colheita ocorra em períodos de menor precipitação.

Milho

A cultura do milho possui longa janela de plantio. Estende-se da segunda quinzena de dezembro, no início das fortes chuvas, até a segunda quinzena de maio, sendo o plantio concentrado em duas épocas: a primeira entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro; e a segunda durante o mês de abril. A colheita ocorre entre o fim de abril e começo de outubro, sendo também concentrada em duas épocas; a primeira no mês de junho e a segunda entre as segundas quinzenas de agosto e setembro.

A grande variação de épocas de plantio e colheita de milho possibilita que ele entre em antecedência ou em sucessão à cultura da soja, e também possibilita que seja sucedido pela cultura do feijão-caupi. Isso garante aos produtores muitas opções de rotação e sucessão de culturas agrícolas.

Soja

A cultura da soja possui janela de plantio entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de maio. Essa longa janela de plantio se dá pela regularidade de chuvas ao longo dos meses de janeiro a julho. A colheita ocorre no período entre a segunda quinzena de abril e a primeira quinzena de setembro, sendo mais concentrada entre a segunda quinzena de julho e a primeira quinzena de agosto, época em que as chuvas já são mais escassas, viabilizando a colheita com boa umidade das vagens e dos grãos. O plantio nas primeiras épocas (dezembro a fevereiro) representa maior risco potencial de perdas por ocorrência de doenças, que podem ser minimizadas com plantio de cultivares resistentes, ou perdas da qualidade dos grãos na época de colheita. Uma observação de destaque é que, de acordo com o calendário agrícola, ocorrem mais de três meses sem a presença de soja vegetando no campo, possibilitando a implantação de futuro vazio sanitário para a soja, o que garante a sustentabilidade deste cultivo.

(Ascom/Embrapa-AP)

  • Só que agora, com o naufrágio do governo Dilma, também foi a pique o programa federal que vinha agilizando a legalização das terras tucujus. No governo w12, que assumiu o processo, isso fica igual a duplicação da Duca Serra, é mais incómodo que benefícios

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