Governo e Pastoral da Terra criam força-tarefa para investigar grilagem de terras no Amapá
O avanço da grilagem de terras e o crescimento dos conflitos agrários no Amapá levou o Governo do Estado e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) a unirem forças. As duas instituições criaram uma equipe composta por agentes de órgãos ambientais, de regularização fundiária, de segurança pública e técnicos da Pastoral da Terra com o objetivo de investigar os litígios silenciosos que têm se espalhado pelos campos da região.
A decisão de formar a força-tarefa foi tomada no Palácio do Setentrião, nesta segunda-feira, 14, durante reunião comandada pelo governador do Amapá, Camilo Capiberibe. O encontro reuniu representantes da Diocese de Macapá – entidade a qual a Pastoral da Terra é vinculada -, do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, polícias Civil e Militar, Defensoria Pública e Procuradoria Geral.Bispo Dom Pedro Conti entrega ao governador Camilo Capiberibe o mais novo relatório da Pastoral da Terra sobre os conflitos no interior do Estado
Na ocasião, o bispo Dom Pedro Conti entregou ao chefe do Executivo o mais novo relatório da Pastoral da Terra sobre os conflitos no interior do Estado. Segundo o levantamento, nos últimos oito anos, houve aceleração da perda de território dos pequenos produtores amapaenses para os grandes posseiros e uma multinacional exploradora de matéria-prima para celulose.
De acordo com Sandro Gallazi, coordenador da CPT, 101 famílias de agricultores e extrativistas foram despejadas de suas propriedades em processos com suspeitas de regularização fraudulenta. Esses trabalhadores tiveram 91 casas destruídas e 64 roças devastadas. “Estamos preocupados, pois há relatos de violência contra esses camponeses”, acrescentou Dom Pedro Conti.
Há, ainda, outra preocupação: segundo o relatório, os conflitos, antes concentrados nas zonas rurais dos municípios de Cutias do Araguari, Itaubal do Piririm, Santana, Pedra Branca do Amapari e Porto Grande, agora começam a surgir em direção às cidades. Para Gallazi, esse avanço significa maior pressão contra áreas quilombolas – em geral, situadas próximas a perímetros urbanos das cidades. “Há casos em que empresas têm títulos de terras identificados como fraudes, conforme apurou a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amapá, e que a Pastoral da Terra denuncia para o Estado”, alertou o coordenador da CPT.
De acordo ele, as grilagens estariam acontecendo nos municípios de Tartarugalzinho, Itaubal e Amapá. “O Estado precisa se fazer presente com seu controle social em função da preocupação da Pastoral, que tem recebido fartos materiais que direcionam a um tratamento diferenciado em favor da grilagem de terras, o que pode aumentar os conflitos no Amapá”, denunciou.
(Secom/GEA)
2 Comentários para "Força-tarefa vai investigar grilagem de terras no Amapá"
As maiores grilagens de terra estão na região do Cunani. VI cerca feita por politico estadual, com mais de 15 km de extensão. Uma sacangem.
Por falar em sacanagem, quero ver o governador com aquilo roxo. capaz de desapropriar esse câncer chamado Amcel que está no Amapá tem quase quarenta anos. Isso sim, é uma vergonha.
Pessoas ligadas a grileiros tem acesso facil no IMAP. Eles ( grileiros) tem gente dentro do IMAP.