Triste realidade – Amapá lidera estatísticas de suicídios

Há mais de uma década que o Amapá figura como um dos estados com maior número de suicídios, levando-se em consideração a média de ocorrência para cada grupo de cem mil habitantes. Em recente estudo feito pelo Banco de Dados do Sistema Único de Saúde e Sistema de Informação Estatística da Organização Mundial da Saúde o Estado do Amapá possui uma média de 10 a 12 suicídios por 100 mil pessoas, por ano. .

Em 2015 foram 28 suicidios, dos quais 16 somente na capital. Este ano, já foram registrados 14 suicidios dos quais 10 em Macapá. Os métodos utilizados são enforcamento e envenenamento.

Desde 2005, a OMS determinou recomendações para o combate no aumento do número de casos. Com isso, em alguns Estados e Municípios foram elaboradas políticas de prevenção ao suicídio, entretanto os resultados não são positivos.

Em novo relatório da OMS, que chama a atenção de governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública” que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.

Preocupado com o tema, o deputado Pedro da Lua apresentou projeto de lei 182/15 instituindo a Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio, o projeto entra na pauta desta quarta-feira, 1, na 46ª sessão ordinária da Assembleia Legislativa . A ideia é trocar informações sobre o suicídio. “Em muitos casos, de acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda. Os serviços de saúde têm que incorporar a prevenção como componente central. Os transtornos mentais e consumo nocivo de álcool contribuem para mais casos de suicídio. A identificação precoce e eficaz são fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que necessitam”, explica o parlamentar.

Na faixa etária de até 19 anos, a maioria dos casos decorre de morte por enforcamento, estrangulamento ou sufocação (63,1% entre homens e 42,9% entre mulheres), disparo de arma de fogo (21,4% entre homens e 9,2% entre mulheres) e pesticidas (17,6% entre mulheres e 3,3% entre homens).

No Amapá, o CVV – Centro de Valorização da Vida, Organização Não Governamental, já realiza trabalho importante há mais de 15 anos. Esse trabalho pode nortear a organização da Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio.

Em 2004, alguns sociólogos criaram um grupo de trabalho para discutir o sucídio enquanto fenômeno social e organizaram a I Semana Sobre Suicídio no Amapá. Do evento, surgiu a Carta da Vida, que propõe políticas voltadas à melhoria da qualidade de vida, prestação adequada de serviços de saúde e geração de emprego e renda para familias carentes. É que o GT chegou à conclusão que 90% dos suicidios decorrem de problemas financeiros ou passionais, como desemprego, separação ou traição conjugal.

(Texto: Jamaira Ferreira/Gabinete Deputado Pedro da Lua)

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