Mais de 140 ações contra a Unimed no Amapá

Deputado Paulo Lemos rompe contrato com Unimed Macapá durante sessão na AL
Texto: Junior Nery

O ato ocorreu por causa da  má qualidade dos serviços prestados no Amapá e em solidariedade aos familiares da professora Natanilce Silva e Souza, 37 anos, que morreu no início deste mês após ser atendida no Hospital da Unimed. Nesta segunda-feira, 13, a família e amigos da professora ocuparam a galeria da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) para clamar por justiça e empenho do Legislativo para apurar as causas da morte, ainda sem esclarecimento.

Em protesto, Paulo Lemos (PSOL) quebrou o próprio cartão de usuário e anunciou o rompimento contratual com a Unimed no Estado. “É inaceitável a forma como a cooperativa trata seus clientes. São centenas de casos conhecidos que nos leva a repudiar o atendimento feito pela Unimed Macapá. Eu também sou cliente, pago regularmente meu plano, mas a partir de hoje, rompo meu contrato com essa operadora”, esbravejou o deputado.

A ação do deputado exprime o sentimento de indignação de centenas de pessoas insatisfeitas com os serviços prestados pela cooperativa. Atualmente, mais de 140 processos tramitam na Justiça amapaense contra a Unimed Macapá. “A morte da professora Natanilce é apenas mais um dos diversos casos de falta de responsabilidade de uma empresa que se propõe a cuidar da saúde de seus clientes”, reitera Lemos.

Natanilce era professora da escola São José, que fica dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), casada e mãe de um filho. De acordo com o irmão, Natanaelson, houve negligência por parte dos médicos que não prestaram atendimento qualificado.

Ele conta que a irmã deu entrada no hospital da Unimed no dia 3 de abril, com fortes dores de cabeça e vômito. “Foi tratada com medicação básica de praxe e foi dispensada no mesmo dia, mesmo sem condições de voltar pra casa. Eles sequer a internaram”, relata Natanaelson.

Segundo ele, Natanilce retornou à Unimed no sábado, dia 4, sem sinal de melhora. “Os médicos sequer solicitaram de exames mais complexos para diagnosticar o real problema. Perguntávamos constantemente o que estava acontecendo e nos respondiam apenas que estavam apurando. Perguntávamos de que forma, e obtínhamos sempre a mesma resposta: estamos apurando”, conta. E mais uma vez, os médicos deram alta à paciente.

No domingo, a professora deu entrada novamente na emergência do hospital, desta vez, desacordada e, após atendimento, não resistiu e faleceu. “É inaceitável essa situação. E o pior de tudo, é que, até hoje, desconhecermos a causa-morte da minha irmã”, lamenta. A família chegou a solicitar ao Instituo Médico Legal (IML) para que apurasse a razão da morte de Natanilce, porém, o instituto não possui corpo especializado para este tipo de necropsia, senão em casos de morte violenta.

Por intermédio do gabinete de Paulo Lemos, os deputados Jacy Amanajás (PROS) e Dr. Furlan, respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão de Saúde e Assistência (CAS), da Alap, devem averiguar o caso de Natanilce. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Pedro Dalua (PSC) garantiu também apoio na apuração dos fatos.

Ascom/Paulo Lemos

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