O desabafo da jovem assaltada na Praça Barão

A jovem Jhenni Quaresma, acadêmica de jornalismo e poetisa, foi assaltada ontem em plena Praça Barão, quando participava da “Matinê”, evento cultural do Catitas Clube que reúne jovens, adultos e crianças. Jhenni foi assaltada ao lado de crianças que participavam do evento fazendo desenhos e pinturas nos bancos da praça. Ela perdeu para os bandidos sua câmera fotográfica.
Hoje, um pouco refeita do susto, ela enviou esse texto ao blog:

“Alcinéa, venho pedir um espaço no seu blog para compartilhar algo que aconteceu ontem (domingo):

Estava em um evento na Praça do Barão por volta de seis e meia da tarde quando dois sujeitos me abordaram com uma faca e levaram minha câmera fotográfica.

Ainda era cedo e eu estava pintando e fotografando crianças que pintavam alguns bancos da praça, havia muitas pessoas por perto e resolvi sentar um minuto perto de dois amigos que tocavam violão quando alguém chegou por trás e pediu a minha câmera, virei para ver quem era e ele colocou a faca na minha cintura e me ameaçou, entreguei a câmera e os dois saíram andando lentamente e disseram que fariam algo se eu gritasse. Pegaram duas bicicletas que estavam encostadas em um banco e foram embora. Alguns amigos correram na minha direção e outro ligou para a polícia. Uma das amigas que me socorreu foi a Andreza Gil, que há menos de um ano atrás foi também assaltada em outra praça. Tudo aconteceu muito rápido e costuma acontecer com várias pessoas, mas não vejo como algo tão simples assim.

O evento que tem entre seus objetivos ocupar espaços públicos, promover feiras de troca, divulgar as mais diversas formas de arte, começou ainda cedo, por volta de quatro da tarde e até o momento que saí, nove da noite, não vi um guarda municipal. Vi alguns policiais, lá do outro lado da rua, parados. Bem em frente a uma certa casa. Mesmo após ligarmos para a polícia avisando o que havia acontecido, nada. Conseguimos falar com alguns policiais quando corremos atrás de uma viatura que passava na outra parte da praça. Um policial nos disse que sabia onde havia uma boca de fumo e iriam lá verificar. (????)

No meio disso tudo isso ficou a dúvida: cadê os guarda municipais? Porque não é a primeira vez que acontece. Costumo andar de bicicleta pelas praças e faz muito tempo que não vejo um sequer!

Não dá pra colocar pelo menos um policial na praça? A Praça do Barão é um lugar muito freqüentado, tem muitas lanchonetes e quadras de esporte, não pode ficar assim…

Dá uma tristeza em saber que se as coisas continuarem desse jeito, daqui a pouco a gente não pode mais ir num domingo à tarde na praça por medo de ser assaltado. E me dá uma tristeza maior ainda em saber a resposta para as minhas perguntas, pois basta dar uma olhada nos diários oficiais, basta entrar em algum órgão público para descobrir onde estão nossos guardas municipais e policiais…

Muito obrigada!

Jhenni Quaresma”

  • Isso é uma vergonha, um total descaso da administração publica do município.Sou cidadão de Macapá e tambem já presenciei alguns guardas e cheguei a comentar que não dá pra fazer um bom serviço sem armamento e estrutura. Todo esse descaso deixa evidente que a implantação dessa guarda nada mais passou de jogada politica. Não é justo o que estão fazendo com esses jovens e com a população da nossa querida macapá.

  • Acredito que este grande fato lamentavel e de descaso com a segurança publica em Macapá, seja realmente levado ao conhecimento público, pois, os Guardas Civis Municipais de Macapá, vêm sofrendo com as precárias condições de trabalho às quais estão submetidos. Frequentemente a categoria é desvalorizada pela administração do município e um exemplo disto é o estado em que se encontram as raras viaturas usadas por estes agentes da segurança pública em Macapá.
    Os carros não apresentam a menor condição de uso e não são raras as vezes que quebram em plena via pública obrigando os guardas a empurrarem passando, inclusive, por situação vexatória.
    O excessivo tempo de uso dessas verdadeiras sucatas, aliado à falta de manutenção periódica, coloca em risco a vida desses profissionais que hoje se encontram em situação humilhante dado o descaso da administração pública com essa categoria.
    A guarda municipal é uma força auxiliar de segurança às demais instituições e, como tal, merece, por parte da administração municipal, um maior respeito e atenção, mas em Macapá a categoria parece não existir, uma vez que para o gestor público ela não é uma prioridade, mais senhores gestores, para a população ela é!!!!
    Infelizmente a população é que está padecendo e precisando de nossas intervenções, mais antes temos que ter condições em poder ajudar os macapaenses.

    • Concordo com você, porem não é novidade que se falta viaturas para o guarda se deslocar, por outro lado o comandante da guarda tão logo assumiu o posto se preocupou em ter a sua disposição uma pick-up de luxo para acompanhar o prefeito em seus eventos. Por outro lado a ausencia da guarda nas praça se dá ao fato de que os guardas estão quase todos lotados em destacamentos onde ganham gratificações e não fazem quase nada, quer exemplos? Veja: no canil tem aproximadamente 50 guardas para tomar conta de poucos “totós” que a gente só ver no 07 de setembro, GTO que tambem so se ver nos eventos onde esta o prefeito e no 07 de setembro, ta cheio de guarda na área da prefeitura ganhando R$ 1.000,00 de gratificação para ficar vigiando o predio, fora os que estão assumindo cargos e a disposição de “otoridades”. Ai falta guarda para atender as demandas para as quais a guarda foi criada.

    • Você está se referindo aos políticos de nosso estado?! Não quero estimular a violência, mas os políticos do Amapá é que merecem uns bons cascudos.

    • A segurança pública não se faz exclusivamente com policiais (ou guardas municipais), esta se constitui de um conjunto de ações, medidas e e políticas que vão desde a iluminação pública, a trafegabilidade das vias, a geração de empregos, ocupação da mão de obra ativa etc, porém é evidente que sem policiais ou guardas municipais não se faz segurança pública, acontece que atualmente vivemos o maior desvio de função que o estado já experimentou, existem mais de 500 policiais militares e 500 policiais e delegados civis desviados de função, a disposição de autoridades ou assumindo cargos que em nada diz respeito com a atividade para o qual fez concurso. O mesmo ocorre em relação a alguns guardas municipais. Além disso, temos situações que são no mínimo controversas, como os policiais militares no IAPEN e no CESEM, estes locais não são locais para PMS e sim educadores e agentes penitenciários. Este servidores da segurança pública fazem falta nos locais em que foram concursados, pois suas ausência causam sobrecarga sobre seus colegas de “farda” e desguarnecem a sociedade.

  • Falar, falar, falar é fácil o difícil é passar pelo que a minha filha Jhenni passou, ter uma faca apontada pra você, ver um vagabundo levar um bem seu e não poder fazer nada por que você ta indefesa. Mas se olhar para o outro lado da rua vê um monte de policias aqueles que deveriam está nas ruas protegendo a população, sem fazer nada por que estão vigiando a casa onde o senhor governador vai de vez enquando. (residência governamental) Revoltada………….

  • Colocar a culpa na polícia é a parte fácil! Chama o Ministério Público pra tomar conta da praça!!! A Sra, Alcineia que defende tanto o MP deveria deveria dar a idéia!

    • Caro amigo, não vou dizer qual acho que foi a parte mais fácil porque seria uma grande ironia, comigo principalmente. Quando escrevi o texto para a Alcinéa, quis usar um fato que aconteceu comigo para chamar a atenção para um problema que há muito tempo várias pessoas vem reclamando: O sumiço dos nossos queridos guardas municipais e policiais das praças. Sempre foi um problema, mas parece que nos últimos meses o problema cresceu de forma incrível, porque antes pelo menos se via alguns gatos pingados, mas agora quando desejo ver novamente a cor da farda dos guardas municipais, procuro algum evento que as “otoridades” da nossa terra estejam presentes. Por quê? Porque parece que essa é a nova função dos guardas e ninguém ficou sabendo!
      Tenho conhecimento das dificuldades que os policiais enfrentam para prestar um serviço com o mínimo de qualidade pelo menos, mas de quem é a “culpa” por essa situação de precariedade? Pois é… Quando questiono sobre o “Não dá pra colocar pelo menos um policial na praça?”, sei que não é o policial que se prontifica e pronto “vou ficar na Praça do Barão”, ele é designado pra lá e recebe a estrutura mínima para trabalhar… Já reclamei ao Ministério essa situação, quando participo de reuniões no meu bairro, quando posso estar presente em uma audiência maior, sempre coloco este ponto, o Ministério Público deve cobrar dos governantes que tomem alguma providência! Agora parece que só fazem algo quando a mídia divulga…

    • O cidadão comum esta largado e sem a atenção do poder publico.
      A poucos dias uma autoridade sofreu uma pequena agressão e foi o maior alarde, a policia investigou, foi aberto inquérito, os jornais publicaram notas de repudio, etc… . A população sofre em assaltos, agressões a todo momento e parece comum, ainda gera revolta em outras pessoas os desabafos das vitimas que poucos meios de comunicação ainda publicam.
      É cada dias mais comum responder aos questionamentos do porquê deste caos tucuju com a resposta do tipo : culpa de fulano, porque vc não vai cobrar de ciclano, não começou agora…
      É facil ficar encastelado sem se importar com o que acontece com os semelhantes, ate o momento que vc é vitima da situação, ai vc começará a ver o caos tucuju com outros olhos.

  • Nos eventos onde está o prefeito é notável a quantidade de guardas presentes, no eventos onde o governador esta tem tanto policial e é na maioria de graduados.
    Deixa a entender que estas corporações só estão servindo para fazer corte aos chefes de poderes.
    eu acreditava que pior do que estava o nosso Estado não ficaria, esta ficando.

  • A questão da segurança publica em Macapá esta ficando cada dia pior e muitas vezes simples medidas administrativas poderiam melhor esta situação, por exemplo:
    – O policiamento que em raras ocasiões vemos policiais militares passando de carro, não há patrulhamento a pé em nossas praças.
    Vemos sim muitas publicações no diário oficial de policiais assumindo cargos em gabinetes da vida, para motoristas ou vigias de casa de “ otoridade”
    – A guarda municipal que deveria fazer o trabalho de policiamento das praças simplesmente sumiu, não se ver mais a guarda municipal, alias, se ver sim, aos monte em frente a prefeitura, nos eventos onde o prefeito comparece, mas onde deveriam estar as guaritas estão abandonadas ( Araxá, Fazendinha, P. Floriano Peixoto…), que diga o povo do Cidade Nova I que foi enganado pelo comandante da guarda que veio no bairro e contou mentiras para a população e depois sumiu. Chego a pensar que se a guarda não esta mais servindo aos interesses da população, porque existir, só para dar gastos ao contribuinte?

    • Disse tudo.Os gabinetes estão lotados desses que deveriam proteger não só as “otoridades”,mas principalmente o cidadão(ã) comum,os quais pagam impostos e não veem o retorno.A cidade tá abandonada,entregue aos bandidos.

  • Casos assim nos deixam impotentes e triste em saber que nossa policia é apenas para mostrar sua bela farda e suas armas. Parecem de verdade.

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