Ora bolas, me compra um busto

Este ano o maior mico do carnaval não foi pago na avenida do samba. Não foi a entrada da Império do Povo sem comissão de frente. O grande mico, o king-kong da quadra momesca, foi o anúncio da mudança de nome da Embaixada de Samba Cidade de Macapá para  Grande Amazônia.
O anúncio foi feito pelo presidente da escola, deputado federal Cabuçu, que justificou que tal mudança visa unicamente “buscar maior abrangência a todos os que moram na Amazônia, universalizar a agremiação e desta forma propagar o carnaval amapaense”.

Ora, ora, que desculpa mais esfarrapada essa. Não precisa e nunca precisou mudar nome de escola de samba para que isso aconteça. Há anos o carnaval do meio do mundo é tão conhecido fora do Amapá que já chegou a ser considerado o quinto melhor do Brasil. Gente do platô das Guianas e dos estados  Pará, Amazonas entre outros  participa do nosso carnaval, seja assistindo ou desfilando nos blocos e escolas de samba, com direito a cobertura dos jornais e TVs francesas. E não se pode esquecer também que nosso carnaval já chegou ao maior templo do mundo da folia momesca: a Marquês de Sapucaí com a Beija-Flor. Portanto, falar que a mudança de nome é para propagar, difundir o nosso carnaval, é desculpa esfarrapada ou desconhecimento de quem se arvora a falar de carnaval sem saber a diferença entre um surdo e um tamborim, ou a vaidade de querer aparecer, tentativa tola de escrever ( a lápis) seu nome na história.
Ora, me compre um busto!
Grave seu nome na história com projetos e ações em benefício do Amapá e seu povo, não tentando apagar – por pura vaidade, repito – a história e a cultura e golpear a memória daqueles que SIM fizeram história e cultura nesta terra.

A Embaixada de Samba Cidade de Macapá foi fundada em outubro de 1964, na avenida General Gurjão (entre as ruas Tiradentes e General Rondon) por um grupo de artistas e carnavalescos como R. Peixe, Alice Gorda (primeira e única Rainha Momo), Raimundo Barros, entre outros. Em plena ditadura fez história com seus enredos satíricos, revolucionou o carnaval amapaense, foi a primeira escola de samba no Amapá a levar alegorias para a avenida e quebrar o preconceito que existia na época contra “moças de família” que desfilavam nas escolas de samba.

Em nota divulgada sexta-feira passada, dia 20, o presidente da escola, deputado federal Cabuçu, diz que “a mudança do nome da agremiação iniciou há um ano, de comum acordo com os seus diretores”. Mas é preciso que eles saibam que a escola não pertecence a eles (diretores)  nem é propriedade de grupo político. A escola é da comunidade. E a comunidade não foi consultada, nem ouvida nem cheirada. Um desrespeito!
Na nota, Cabuçu diz ainda que “prima pelo crescimento do carnaval amapaense e, acima de tudo, pela expansão da arte e cultura do Amapá.”.
Ok. Então que tal, em vez de mudar o nome da escola, garantir emendas no orçamento da União para projetos culturais que promovam a expansão da arte e cultura com inclusão social?

Fica a dica.

  • Manoel Torres,cresceu acreditando que morava no Bairro do Trem,na segunda idade descobriu que era morador do bairro Central que termina na Avenida Capitao Pedro Baiao.Atravessou a Feliciano Coelho e Trem.Nao sei qual o iluminado que tirou a Avenida Ataide Teive do Trem.

  • Quero ver essa “comunidade” toda reunida ano que vem ajudar a colocar a escola na avenida, a diretoria está fazendo um ótimo trabalho a frente da escola, depois que essa diretoria assumiu é notório o crescimento da escola, que estava abandonada pelo filhos dos fundadores, esse ano por “perseguição” política a agremiação sofreu as consequências, fez um belo desfile e segundo o PÚBLICO que estava no sambodromo era a única escola que estava concorrendo “pau a pau” com o Piratão. Os “herdeiros” prezam tanto pela história da escola que chegaram a vender o terreno que era da agremiação ( e não houve todo esse alarde). Sou a favor da mudança, isso só vai engrandecer a escola e o nosso carnaval. Oh! Minha blogueira não queira politizar. VIVA A EMBAIXDA DE SAMBA GRANDE AMAZÔNIA

  • Acho muito interessante se falar em “ouvir a comunidade”, pergunto, aonde está essa comunidade ? Participo da escola e sinto a total ausência dessa dita “comunidade”.
    Vejo hoje o crescimento da escola, esta que foi abraçada pela comunidade de Mazagão, na consolidação de sua bateria.
    Os verdadeiros amigos da escola não são contra a mudança do nome Embaixada de Samba da Amazônia, que nasceu no bairro alto do samba virou tradição. Somos contra, o abandono da escola, que perdeu seu terreno, seus instrumentos, chegamos até sair mas avenida sem bateria e ao som de um CD e também sem comissão de frente. Isto sim vejo como atitude ridícula de alguém que um dia já foi presidente.
    Portanto, acredito que vale mais é o engrandecimento da escola, do que discussão de mudança de nome.

  • Um dos governadores que vieram nomeados pelo então Ministério do Interior, para assumir o comando da administração do ex Território do Amapá, disse uma vez, que o Amapá não tinha história. Eis aí, uma das razões da sua afirmativa. Aqui tudo se muda nome, e o que é mais grave, por proposta de pseudos políticos que elegemos. Na maioria das vezes, sem consulta popular. Não vou aqui nem elencar os logradouros públicos que já mudaram de nome. Parabéns Alcinéa pelo enfoque da sua matéria.

  • Por essa e outras foi que determinado governador daqueles que vinham nomeado aqui pro Amapá, ter dito que o “Amapá não tem história”, e muitos amapaenses fizeram “beicinho” para a afirmação do governador. O que se ver de tempo em tempo, principalmente, é um político querendo mudar o nome de logradouros públicos. Vou dar um exemplo que senti na pele. Desde dos meus 4 anos de idade, quando vim com minha família do interior do Estado morar em Macapá, era considerado que a Av. Ataide Teive, onde até hoje está minha residência, pertencia ao bairro do Trem. Portanto, cresci dizendo que morava no referido bairro, fato que já era da cultura dos moradores daquele trecho. Hoje, após ter Cresci bairro do Trem

  • Na outra passagem da turma da harmonia pelo poder houve uma séria tentativa de encabuçuzar a a cultura amapanese. A pauta do Bacabeiras foi quase que totalmente enabuçuzada. Agora os caras voltam a carga e confundem cultura com galhofa, teatro com palhaçada e Escola de Samba com bloco de sujo e para sujos. Lamentável que com tanta coisa para ser feita na área cultural a pauta seja única e exclusivamente o encabuçuzamento desta . Com todo respeito ao Pádua, Que por sinal era muito bom humorista e gente boa, não merece ser usado para promoção de ninguém ainda.
    Asdrubal Monteiro

  • Carnaval Amapaense, é no meio do mundo e para todos! e não somente a “amigos” políticos! querem novidades? Criem uma nova escola!

  • Infelizmente esse grupo político que assumiu a embaixada irá acabar com uma escola tão tradicional de nosso carnaval. A mudança de nome e um desrespeito a legado cultural que representa essa instituição. Podem escrever, quando a embaixada não servir mais para os interesses políticos desse grupo eles irão abandoná-la.

    • Esse grupo político que assumiu, é o mesmo que vem fazendo a agremiação crescer, veja o carnaval que esse grupo político vem fazendo. Mas infelizmente só quem pode ganhar o carnaval aqui é Maracatu, Piaratao ou Boêmios. Esse ano a escola fez um belo desfile e sofreu com injustiças causadas por “perseguição” política.

  • As justificativas para a mudança de nome são piores ainda. Alegar que tem o objetivo “buscar maior abrangência a todos os que moram na Amazônia”! Partindo desse principio Mangueira nunca seria maior, pois homenageia um morro carioca, Mocidade de Padre Miguel seria restrita aquele bairro carioca. Enfim, mudar de nome muda tudo, muda a identidade de uma entidade. Apaga a história de já escrita e toda uma nova propriedade.

  • Mana Alcinéa: Já dizia o Político Inglês Thomas Paine que viveu de 1737 à 1809 “O sublime e o ridículo são tão próximos que nem saberíamos separá-los”, entretanto, com a devida vênia, acredito que se voltasse a este mundo mudaria radicalmente seu pensamento, com atitudes RIDÍCULAS como esta do atual Presidente desta tão simpática Agremiação Carnavalesca chamada Embaixada de Samba Cidade de Macapá. Agora, imaginem vcs como seria o sentimento de fundadores que tanto bem fizeram para o nosso Carnaval, e já estão em outro Plano como: R.Peixe, Alice Gorda, Zuza, e tantos outros não menos importantes fundadores da Embaixada de Samba Cidade de Macapá? Infelizmente existem maus Políticos que se entrometem nos movimentos culturais, com o objetivo precípuo “de aparecer”, e acabam fazendo aquilo que o gato enterra. Como diz o Radialista José Caxias “Eu Vou Ti Contar”.
    Abs. Matta

  • Esse Cabra é genial. Vamos mudar o nome do Ypiranga para Amazônia Futebol clube e do São José para Sociedade Esportiva e Recreativa Mundial e assim ganharemos notoriedade e nos tornaremos o melhor futebol do mundo e da Região. Égua Não, Olha égua não…..
    Muleke que tá abestalhado com a proposta

  • Alcinea, vc está de parabens pela materia….e um sbsurdo o que esse Deputado esta propondo….ja que o assunto e carnaval quero deixar aqui minha revolta contra essas pessoas que ficam nas esquinas do percurso da Banda colocando, num volume altissimo, musicas de todo tipo de ritimo, menos de carnaval…esse e um outro absurdo ….

  • Sou mãe de dois netos de R.PEIXE, convivi com ele,R.Peixe suspirava arte . Concordo com o texto da Alcinea, acho que a Escola de Samba é da comunidade, mudar de nome, é fazer uma brincadeira com a história da Cultura Amapaense. Porque não seguir o exemplo do Império da Zona Norte, que consultou o bairro para mudar de nome. Concordo com Milene Santos e que depois dessa nova diretoria, a escola cresceu de forma significativa. Aplausos…Mas não dá o direito de mudar de nome bruscamente. Que fique bem claro que a Escola de Samba não é da Família Peixe é da comunidade, que precisa ser respeitada. Que os filhos não abandonaram, apenas deixou a vontade para que outra diretoria fizesse seu trabalho.

  • Nao precisa ser amante ou conhecedor do carnaval para entender que o meio pelo qual o deputado ta buscando espandir e difundir a nossa cultura é controversa. Nao gosto do carnaval, nem concordo com o dinheiro gasto nesse periodo, acho que deveria ser investido em outros setores da sociedade, onde tem mais carencias, que aqui nem precisa dizer que todos ja sabem, porém, compreendo que ao mudar o nome de uma agremiação que ja está nos anais da história cultural de um povo, é fazer pouco desta cultura. No mínimo o deputado cabuçu deveria propor a algum colega seu, deputado estadual a apresentar um projeto de lei para tornar essa escola de samba como patrimônio imaterial do Estado do Amapá, para que ninguém venha alterar a história construida regada a sacrifícios e lutas.

  • voce ta querendo politicalizar uma coisa que nunca foi politica.
    sou a favor da mudança para o engrandecimento do carnaval e da agremiação.
    o nome embaixada de samba grande amazonia so iria enaltecer mais ainda essa escola que vem numa crescente constante en seus desfiles fato esse compravado durante o desfile da escola no carnaval de 2015!

  • Também concordo com todas as suas palavras Alcinea,acho que o Sr. Deputado tem coisas bem mais importantes para fazer ao povo do Amapá em Brasilia.Já basta uma decisão tomada pelo Sr.Governador que acabou com as aulas no turno da noite em várias escolas alegando diminuição de despezas.No eixo FAB somente o CCA terá aula no turno da noite que receberá os alunos das demais escolas,mas,o problema é que alunos e pais de alunos matriculados no Tiradentes,Colegio Amapaense e outros não aceitam a transferência dos filhos desse jeito.Acho que com isso haverá muita evasão de alunos no turno da noite.

    • Opa! Isso é coisa séria. É verdade? Acabar com o turno da noite, diminuindo as já poucas vagas nas escolas, para reduzir despesa é de espantar Então, vamos fechar as escolas e acabar com essa despesa desnecessária com a educação.

    • Acho que as pessoas deveriam se Informar antes de fazer certas afirmações. A extinção do horário noturno em algumas escolas acontece simplesmente pela baixa procura por esse turno. Se torna inviável manter uma grande escola, por exemplo, com 10 salas onde matricularam-se uma quantidade de alunos suficientes apenas para ocupar cinco salas. Esse é um fenômeno que já vem sendo notado há alguns anos. Há tempos que se comenta no meio da Educação que há uma tendência do turno da noite se acabar. As pessoas não procuram mais o terceiro turno seja pelo aumento da violência, seja pela dificuldade de transporte, etc.Mas tem sempre alguém querendo politizar as coisas e tirar sarro dos professores. Ora, me compre um busto!!!

      • Realmente a justificativa é plausível. É por essas e outras razões que no outro governo as coisa sempre iam na contra a mao do desenvolvimemto, o pessoal pessavam muito baixo.

  • Não vi motivo para as duas irmãs blogueiras terem tamanha indignaçao. Espero que elas tenham sensibilidade para aceitar que a escola estava abandonada, principalmente pelos filhos dos fundadores, e que depois dessa nova diretoria, a escola cresceu de forma significativa. O ato de mudar o nome não me preocupa se os diretores da escola não apagarem a historia. Acho que o RPeixe ficaria muito mais satisfeito de ver a escola saindo na avenida em um grande espetaculo, independente do nome, do que ver a escola abandonada e sucateada pelos seus.

  • Também sou contra a mudança, mas não vi em nenhum instante um tom de intolerância no deputado Cabuçu quando ele falou sobre essa proposta na rádio. Ele disse que era apenas uma sugestão que ainda ia ser analisada. Mas concordo com você que uma tradição não pode ser apagada assim da noite pro dia. Outra coisa, não senti nem um tom de política na fala do Cabuçu.

  • Muito triste ler uma notícia desta. A cada dia temos que ler noticias desta natureza, que a rua tal não existe mais, a escola x mudou de nome para agradar a poucos, que a praça onde a gente brincava também mudou de nome, o teatro já querem mudar de nome, a escola de samba onde eu desfilo com respeito, eu desfilo, eu não brinco no Carnaval, pois, isso para mim é coisa séria, também, até isso, para satisfazer um bel prazer vai mudar de nome, sem consultar o povo. Vão arrumar o que fazer e não tendo, vão lá no cartório mudar os nomes dos filhos de vocês.

    • Triste mesmo,mas este é o “trabalho” (se é que pode se chamar assim),dos nobres deputados deste estado.Não foi àtoa que um deles foi eleito o pior do pais.Os nobres não tem interesse em melhorias relevantes p/o Amapá,dai a insignificância de seus igualmente “nobres” projetos,insignificantes,melhor dizendo.Cabuçu foi eleito pelo povo,tai ele mostrando serviço…kkkkkk

  • É isso mesmo querida Alcinéa, a consulta com a comunidade é de fundamental importância para modificações na escola, uma escola de nome e gerações não pode ficar trocando o seu perfil tradicional da noite pro dia, sem falar que quem faz “a escola” principalmente é a comunidade. Ao meu ver, tem coisas mais importantes a serem priorizadas!
    Parabéns pelo texto Acinéa.

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