Por João Estrella e Joyce Martins, no Observatório da Imprensa
A mídia alternativa da década de 1970 representou, sim, uma frente de combate à ditadura. Espaços heroicos que, em uma sociedade amordaçada, afirmaram o compromisso com a livre expressão de ideias e a liberdade editorial. Somente isso já bastaria para que se tornassem marcos da história brasileira. Entretanto, a mídia alternativa da década de 70 transcendeu o combate à ditadura. Transcendeu as questões do seu tempo e lançou bases para uma revolução jornalística. Daquela época e daquelas experiências nascem temáticas extremamente atuais, ainda mais após as manifestações que, desde junho, varrem o país.
Do humor às reportagens investigativas, do debate entre engajamento político e neutralidade, da nova dimensão da imagem e do projeto gráfico como parte do conteúdo, da cultura e dos costumes como alvo de interesse, tais publicações anteciparam o futuro. Anteciparam os dias de hoje. Constituem, simultaneamente, núcleos decisivos de memória e referências para pensarmos o oficio do jornalista, os caminhos a serem trilhados pela imprensa nacional. (Leia mais)