Saudades do velho Hem

“Somos todos aprendizes de uma arte na qual ninguém é mestre”
(Ernest Hemingway)


Já contei pra vocês que sou apaixonada por Hemingway.
Pois bem, nesta tarde quieta e de céu cinzento em Macapá, sinto saudade dele.
Folheio um velho bloco de anotações que me diz que em 28 de outubro de 1954 Ernest Hemingway recebia o Nobel da Literatura por seu livro “O Velho e o Mar”, publicado dois anos antes.

Olho o “Velho e o Mar”, aqui diante de mim, na estante onde estão também “Por quem os sinos dobram”, “O sol também se levanta”, “Adeus às armas” (este foi o primeiro livro dele que li e daí começou minha paixão), “Paris é uma festa”, entre outros. Já li toda sua obra e tenho quase todos seus livros. Gosto do seu estilo, com frases curtas, parágrafos breves que nos dão a sensação de fotografias em movimento.
Fixo o olhar numa foto dele que guardo com todo carinho. Hem, sentado à beira de um rio, faz anotações à lápis num moleskine (eu também adoro fazer anotações em moleskine), e pergunto-lhe:

Meu velho e querido Hem, há quanto tempo não conversamos? Mais de um ano talvez. Que tal voltarmos a conversar hoje?

Numa outra foto,  Hem abre um  sorriso para mim.

Então peço-lhe que me fale, mais uma vez, sobre a relação do homem com o mar. Me encante, de novo, com a história daquele velho pescador, corajoso como ele só, que passou meses no mar, com seus sonhos e pensamentos, lutando pela sobrevivência, falando sozinho, e sem perder, em momento algum a confiança na vida.
Ernest Hemingway, como sempre, aceita meu convite. Então, retiro da estante, com o cuidado de quem colhe uma rosa orvalhada , o livro O Velho e o Mar, obra na qual ele revela total amadurecimento literário e nos transmite uma bela mensagem de confiança na grandeza interior do ser humano.
Excelente para começar o novo ano com fé no que virá.

E você, querido leitor, qual livro está lendo nesta primeira semana de 2013?

  • Mas que texto emocionante, Alcinéa. Agora fiquei com vontade de ler Ernest Hemingway. Vai ter que me apresentar um pouco mais sobre ele. Nessa primeira semana do ano eu comecei a leitura de “Ensaio sobre a cegueira”, Saramago. E que o ano seja de ótimas leituras a todos!

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