Hoje Macapá completa 163 anos de elevação de vila à categoria de cidade.

Os 163 Anos da Cidade de Macapá
Texto de Fernando Canto

Hoje Macapá completou 163 anos de elevação de vila à categoria de cidade. Decretada pela Assembléia Legislativa Provincial e sancionada pelo presidente da Província do Grão-Pará, Henrique de Beaurepaire Rohan, a Lei nº 281 de 6 de setembro de 1856 foi selada e publicada no mesmo dia e registrada no livro 3.º de Leis e Resoluções Provinciais no dia 9 de setembro. Esses dados se encontram na “Collecção das Leis da Província do Gram-Pará”, Tomo XVIII, Parte 1ª.
Mesmo passando despercebida pelo povo e até pelos estudiosos, a data é importante para a História de Macapá porque é uma espécie de segunda certidão de nascimento (a primeira foi o decreto que elevou a localidade à vila, em 04.02.1758) de um lugar muito marcado pelas doenças e pelo esquecimento das autoridades. A cópia da Lei n.º 281 foi conseguida em Belém por amizade, visto que o volume citado na qual ela se encontra já é uma cópia doada pela Biblioteca Nacional ao Arquivo Público do Pará. Outra cópia envidraçada decora a parede do gabinete do prefeito, com registro de sua autenticidade em cartório.
Infelizmente muitos dos documentos e fotografias que poderiam ajudar a compor partes da nossa história foram extraviados no tempo ou simplesmente furtados por pessoas inescrupulosos ou por especuladores de valores de documentos históricos, segundo se comenta no mundo acadêmico. É possível que a criação de um Arquivo Público que pudesse reunir e catalogar essas fontes primárias viria facilitar a pesquisa dos interessados na área. Assim talvez os setores responsáveis pela cultura realizassem projetos voltados para a recuperação da nossa memória, por meio de ações de intercâmbio com outros estados e países que possuam documentos importantes para nós.
Sabe-se que até mesmo documentos recentes, da época em que Macapá foi decretada capital do Território Federal do Amapá, são difíceis de conseguir. A não ser com grande esforço pessoal, dedicação e tino profissional, como faz o professor Fernando Rodrigues e outros acadêmicos ao publicar trabalhos de relevância para a História local.
Lembro que desde o ano de 2001 eu alertava o poder público e quem de direito a montar comissão para os festejos de 250 anos de fundação da antiga vila de Macapá para 2008, visando promover nossa cidade no mundo inteiro. Infelizmente só se preocuparam em investir no resultado político que a Escola Beija Flor de Nilópolis traria do carnaval do Rio de Janeiro. E olha que foi muita dinheiro gasto.
Agora com a data de aniversário de Macapá se aproximando, necessário se faz realizar contatos com as autoridades das ilhas da Madeira e Açores (territórios portugueses), dada a necessidade de lembrar que foram os açorianos os primeiros colonos enviados para cá em 1751. Eles que nos povoaram e trouxeram, entre outras coisas, suas festas religiosas como a do Divino Espírito Santo que depois se incorporaria ao Marabaixo dos negros escravos. Bato também na antiga tecla que será preciso criar monumentos, concursos artísticos, históricos e literários para despertar mais no seio da juventude o amor e o poder de crítica em relação à cidade. Quem sabe não surgirão sinfonias que podem enriquecer a música brasileira um pouco mais, ou obra literária de grande valor. E paralelo a isso venham se discutir grandes problemas urbanos como o trânsito, os transportes coletivos, a aplicação do código de posturas, impostos, migração e outros temas que representem possibilidades de melhoramento da vida social.

  • Parabéns pelo excelente de nossa história. Aproveito o gancho pra fazer uma pequena crítica aos nossos governantes: estão acabando com nossa rica história, destruindo o Barão do raio Branco, nosso marco histórico da educação. Nossos prédios históricos estão indo abaixo pela fúria do furacão dos imbecís dos nosso estado. Também, pudera, esse governo que aí está, por não ser amapaense, tá nem aí pra isso. Mas, como diz o samba da novela: pode acreditar, um novo dia vai raiar e sua hora vai chegar. Obrigado

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