Nota triste – Morre o escritor Walcyr Monteiro

Internado desde o início do mês para tratar-se de pneumonia, morreu na madrugada de hoje o meu amigo Walcyr Monteiro, 79 anos, grande escritor paraense.

Jornalista profissional, numismata, sociólogo, ufólogo, acadêmico das letras e do samba, Walcyr é autor de vários livros. Ficou conhecido em toda a Amazônia com o clássico “Visagens e Assombrações de Belém”, que conta os causos das lendas e da cultura do Pará. O livro rendeu produções audiovisuais, como dos roteiros do longa-metragem Lendas Amazônicas (1998) e do curta-metragem Visagem (2006).

Em 2014 ele esteve em Macapá e participou do Movimento Poesia na Boca da Noite. Walcyr  era meu amigo.

Walcyr participando em Macapá do Movimento Poesia na Boca da Noite. Na primeira foto eu declamando pra ele.

Leia a matéria do site Ver-O-Fato

WALCYR MONTEIRO – Morre o escritor paraense que retratou a alma e os mistérios da Amazônia

O escritor, jornalista, sociólogo e ufólogo, Walcyr Monteiro, de 79 anos, faleceu nesta madrugada na cidade que ele tanto amava e na qual ficou conhecido, dentre outras obras, pelo clássico “Visagens e Assombrações de Belém”. O velório será realizado a partir das 9h na capela do Memorial Max Domini.

No começo deste mês, Walcyr foi internado em um hospital para cuidar de uma pneumonia, mas a doença fragilizou outros órgãos, como explicam seus familiares no comunicado do falecimento, na página do escritor no Facebook.
Bom de papo e na arte de conquistar amigos, Walcyr, que no serviço público chegou a presidir o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), enriqueceu a literatura amazônica com um estilo próprio de contar nossas lendas e causos.
Em uma de suas últimas entrevistas, ano passado, ao jornal “Diário do Pará”, Walcyr Monteiro – integrante da Academia Paraense de Jornalismo (APJ) e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), dentre outras entidades – falou de seu “grande amor pela Amazônia, pelo Pará e por Belém”. “Antigamente, as pessoas colocavam as cadeiras defronte das portas das casa e contavam lendas, mitos e histórias de visagens, assombrações e encantamentos, tanto de Belém, como de toda Amazônia”, relembra.
Àquela altura, dizia o escritor, Belém não tinha edifícios, e, à noite, só as programações de cinemas, ou seja, não havia a vida noturna que há hoje. “Então contar e ouvir histórias era uma grande diversão. E isto aconteceu até chegar a televisão. Quando esta chegou em Belém, foi uma febre só: quem tinha dinheiro, comprou televisão, quem não tinha, virou televizinho, ou seja, ia ver televisão na casa do vizinho.
E as cadeiras saíram defronte das casas para defronte da televisão, que “roubou” a atenção de todos para as telenovelas. E com isto deixou-se de contar as histórias. Pensando que ia desaparecer esse traço cultural tão fascinante da Região (e muitas histórias, por falta de registro, realmente desapareceram), comecei a publicar aos domingos, no jornal “A Província do Pará”, as visagens e assombrações de Belém, que foi o passo inicial para os livros que se seguiram depois”.
Perguntado se as histórias que havia resgatado do imaginário popular poderiam cair no esquecimento, ou mesmo desaparecer, ele foi incisivo: ” acho que pode sofrer modificações, como acontece com todo o saber humano, mas desaparecer, cair no esquecimento mesmo, jamais”.
  • Meus sentimentos, a poesia ficou sem mais um guerreiro ilustre! Para família e todos os amigos meus sinceros sentimentos!

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