O velho trapiche de muitas histórias, causos e lendas

O VELHO TRAPICHE

Ainda lembro do velho Trapiche Eliezer Levy, de muitas histórias, causos e lendas.

Nele atracavam embarcações de bandeiras de vários países e os gringos aproveitavam para tomar um sorvete, servido em taça de inox pelo famoso garçom Inácio, no Macapá Hotel.

Era desse trapiche que saíam os navios com destino a Belém. No final das férias iam lotados de universitários que voltavam para as faculdades (não havia ensino superior no Amapá). Nas tardes de domingo o velho trapiche era a passarela da juventude. Depois da sessão da tarde nos cines João XXIII e Macapá os jovens iam como em procissão passear ali. Um passeio obrigatório.

À noite era comum ver na ponta do trapiche um pescador solitário. Um pescador de peixes, ou de estrelas, ou de poesia ou de raios da lua.

Lembro da tão cantada em verso e prosa “Pedra do Guindaste” de muitas lendas. Uns diziam que meia noite a pedra transformava-se num navio de ouro maciço enfeitado com diamantes e esmeraldas. Outros contavam que era uma princesa encantada. E tinha gente que jurava ter visto “com esses olhos que a terra há de comer” a pedra se transformar em princesa quando o relógio marcava meia-noite em ponto.

Um dia colocaram uma imagem de São José, padroeiro de Macapá, em cima da pedra. Pouco tempo depois um navio chocou-se com ela e praticamente nada restou. No lugar foi construído um pedestal de concreto para São José, colocado de costas para a cidade, mas abençoando todos que aqui chegam pelo majestoso rio Amazonas.

  • Maravilha de trapiche! À esquerda foto vê-se a carreira do estaleiro naval do TFA. Aí ao lado tomávamos banho aos domingos. Também aí levei uma ferroada de arraia. Pense em dor desgraçada!
    Morava bem próximo! No inicio do canal da doca, hoje Mendonça Junior.
    Belos momentos!

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