O senador Randolfe Rodrigues anunciou no fim da tarde que sai da disputa pela presidência da República. Na carta que enviou agora há pouco aos militantes do PSOL e à direção nacional do partido, ele ressalta que sai da disputa presidencial se dedicar e cuidar mais do seu estado, o Amapá.
“Saio da pré-campanha presidencial para retomar em plenitude minhas tarefas como Senador e a importante função de representante do Amapá, empenhando-me em melhorar cada vez mais as condições de vida do meu povo e a qualidade da política em meu estado.”
No inicio desta semana, em entrevista a jornais e emissoras de rádio em Macapá, o senador já sinalizava isso quando disse que os interesses do Amapá estavam acima de sua candidatura a presidente.
Leia a carta que ele acabou de enviar aos militantes e a direção nacional do PSOL:
Aos Militantes do Psol
À Direção do Partido
O Brasil vive uma grave ofensiva conservadora. Cada vez mais forças sociais unificadas em torno de personalidades e discursos estão empenhadas em fazer retroceder direitos e colocar o Brasil na via expressa do neoliberalismo, agora com um viés abertamente de direita, sem o verniz social-democrata de antes.
As forças sociais progressistas, divididas em diferentes plataformas e organizações, sem uma liderança comum e agregadora e sem uma compreensão compartilhada do contexto e das tarefas necessárias para fazer o Brasil avançar, mostram-se frágeis frente ao avanço conservador. A sociedade se divide entre a justa indignação pela ampliação de conquistas e uma agenda de demandas difusas à procura de uma bandeira que as unifique.
A atual Presidente da República se demonstrou incapaz de estar à altura da tarefa de unificar o país em torno de uma proposta de avanços sociais combinados com desenvolvimento econômico, ousadia na conquista dos direitos civis, reforma urbana nas cidades, ganhar corações e mentes da nação brasileira e recuperar a credibilidade do país diante do mundo.
A candidatura de Aécio Neves se tornou herdeira da pauta conservadora, alijada do poder desde a saída de Fernando Henrique, o que o tornou incapaz de apresentar ao país nada mais do que as proposições oposicionistas requentadas do passado. É um novo ecoando as velhas propostas elitistas, incapazes de responder aos novos dilemas nacionais e de alçar a condição de amálgama nacional que o momento exige.
A candidatura de Eduardo Campos, que despontava como terceira via em uma disputa tencionada entre PT e PSDB, frustra o país, mostrando-se claudicante em palavras e atos contraditórios em declarações cada vez mais desencontradas, não dando à população a segurança necessária para ser identificada como uma efetiva quebra na bipolarização entre petistas e tucanos.
Num contexto de acirrado debate não em torno de ideias, mas em torno de vitupérios e acusações mútuas cumulativas, o país se prepara para uma campanha eleitoral sem líderes e sem ideias.
Percebendo o vazio, a nação vai se sentindo órfã, e essa orfandade vai aprofundando um sentimento de abandono que dá acolhida ao desespero e com ele, a propostas de corte fascista, como da pena de morte, panaceia direitista para a violência, que se alastra não apenas na falta de políticas públicas voltadas a minimizar o choque de interesses entre ricos e pobres, mas sobretudo na falta de autoridade, que não é dada pelas armas e pelos blindados do choque que violenta os jovens que protestam por direitos nas ruas, mas pela condução moral e intelectual que só uma liderança legítima pode oferecer a nação brasileira.
Lamentavelmente o ódio e a intolerância estão se tornando a matéria prima na caça ao voto em 2014. Por que isso acontece? Porque falta ao processo eleitoral lideranças capazes de falarem nome da nação, e falta à esquerda a capacidade de se renovar e estar a altura das tarefas que o Brasil exige.
A leitura incorreta do sentimento das massas e da indignação que explodiu nas jornadas de junho de 2013, levou a esquerda programática a acreditar que estávamos diante de uma “avenida de oportunidades”. É necessário neste momento ter humildade para fazer a autocrítica. Os modelos tradicionais da política estão em cheque, como também estão em cheque as direções, partidos e movimentos que não conseguiram se atualizar e abriram espaço para a pauta conservadora.
O Psol tem que estar a altura dos seus grandes desafios. Acredito que a principal figura de nosso partido neste momento, o Deputado Estadual Marcelo Freixo, deveria assumir a responsabilidade de liderar um processo de renovação da política brasileira em 2014.
Saio da pré-campanha presidencial para retomar em plenitude minhas tarefas como Senador e a importante função de representante do Amapá, empenhando-me em melhorar cada vez mais as condições de vida do meu povo e a qualidade da política em meu estado.
Quero agradecer o carinho de militantes que defenderam a nossa candidatura durante o 3º. Congresso Nacional do Psol no último 1º de dezembro em Luziânia em Goiás, e da mesma forma agradecer o esforço de companheiros por todo o país na construção não somente desta candidatura, mas também no sonho de uma sociedade livre, democrática e socialista.
Agradeço de igual forma a companheira Luciana Genro e acredito que se for à vontade do Partido a definição do nome dela como candidata, ela estará a altura do ponto de vista intelectual, político e moral. E para isso contará com o meu engajamento. Desejo à Luciana, minha companheira destes últimos meses, uma boa luta.
Tenho Fé e Esperança no Psol e no seu Destino! Acredito em um partido que esteja à altura do Brasil e do desafio geracional de construir uma esquerda para as novas gerações neste século XXI.
Senador Randolfe Rodrigues
12 Comentários para "Randolfe sai da disputa presidencial para cuidar do Amapá"
Uma pena! Não podemos falar outra coisa. O Senador Randolfe Rodrigues se elegeu com o voto do povo amapaense. Tem que trabalhar visando o povo amapaense. Falam tanto do Sarney, mas foi ele quem trabalhou e pegou a relatoria da PEC 133 no senado, e em tempo recorde, aprovou. E os nossos outros dois senadores? O que estão fazendo pelo Amapá? Para ser candidato a Presidente tem que passar primeiro pelo crivo pessoal, perguntar a si mesmo: Tenho condições de ser Presidente da República do nosso País? Não fez isso, e agora, como consequência faz esse papelão. Todos podemos errar, e somos falhos. Randolfe é um Senador da República, a fase de menino já passou, hora de se vestir de homem e trabalhar como Senador do Amapá, de um povo que precisa de bons representantes, que arregacem as suas mangas e representem dignamente esse povo sofrido. Emendas, projetos, visão, povo. Estar lá por estar lá é apenas vanglória pessoal. Não se pode nunca esquecer que esta lá, porque um povo lá o colocou. Esse mesmo povo haverá de cobrar e julgar esse mandato que lhe foi outorgado pelo povo.
Alardeou,alardeou.Gritou na mídia e para no fim com toda essa retórica desistir.O mais surpreendente é que algumas pessoas viam esse delírio de ser Presidente da República como viável.O tempo passou e as pesquisas apontaram um desempenho pífio.Assim,não houve mais o que fazer senão desistir.É melhor e mais viável tentar a eleição estadual.
Senador qualificado e desistiu por força da conjuntura nacional. Melhor prá gente! Agora, e tem o meu apoio, tem de colocar seu nome prá peleja estadual disputando o governo. Pode ser fundamental para q
“(…)cuidar do Amapá”!?????
Sinceramente não entendi !
Alguém se habilita pra me ajudar ?
Errata: quando lê-se: sai da disputa presidencial para cuidar do Amapá, subtende-se: sai da disputa presidencial por por ter chance zero em se tratando de numero de votos.
Foi a decisão mais acertada senador.Trabalhar em prol do povo que o elegeu é o seu compromisso maior.
atitude sensata! primeiro tem que cuidar do estado que o elegeu.
Oh Randolf…. Porque será que você desistiu…
Randolfe desistiu porque sua utopia não tomou forma. A famosa frase “se colar, colou”! Também não adianta tentar ludibriar seu próprio povo! Todos sabemos que Rodrigues é aliado dos desgastados Capiberibes! Está sem saída! Pra onde apontar o nariz vai colher derrota! É outra famosa frase: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”!
A verdade é que o senador Randolfe desistiu prq não queria passar um vexame nacional. Preferiu preservar a imagem ao colocá-la à avaliação. Sabia ele que seria um desastre. Rsrs
Atitude correta e sabia de nosso Senador… Uma pena não poder votar nele morando em outro Estado.
Randolfe dssistiu, por que não passou de um risco na pesquisa.