Artista amapaense no Festival Digitália

O Digitália – Congresso Internacional de Música e Cultura Digital reunirá, em Salvador, de 1 a 4 de fevereiro de 2012, diversas iniciativas que relacionam o campo da música às novas tecnologias da informação e da comunicação, notadamente aquelas conformadas pela chamada Cultura Digital.

Dentre os 129 trabalhos  selecionados está o trabalho do poeta amapaense Herbert Emmanuel (foto), com a instalação multimídia poética “RES IST E”, nome também, de seu mais recente livro.
A instalação consiste de cinco projetores, com projeção de imagens simultâneas sobre uma tela de 10 metros, com sons, ruídos, vozes, criando um clima sinestésico envolvendo o espectador, que pode interagir com um dos vídeos.

Herbert é um dos grandes poetas amapaenses. Tem vários livros publicados, foi diretor do Teatro das Bacabeiras, presidente do Conselho Estadual de Cultura e faz parte do Tatamirô, grupo de poesia fundado por ele e Adriana Abreu, que tem levado a poesia amapaense a vários recantos do país.

  • RES IST E – INSTALAÇÃO POÉTICA VERBOVOCOVISUAL

    Por ocasião do lançamento do livro RES, foram feitos convites aos artistas Daniel Nec, Paulo Rocha, Adriana Abreu e Coletivo Psicodélico para que produzissem vídeos sobre o livro RES.
    A instalação consiste – dependendo do espaço – de 4 projetores, com projeção de imagens simultâneas sobre uma tela de 10 metros, com sons, ruídos, vozes, criando um clima sinestésico envolvendo o espectador.

    O Primeiro Vídeo – AUDIOBOOK RES – resultou da gravação dos poemas em português e em espanhol, realizado no estúdio Poliphonic Records do Coletivo Palafita, um dos nossos queridos parceiros nesta estrada poética. A lente do cinema possível de Paulo Rocha captou os momentos singulares desta gravação. A voz em português é minha; em espanhol é de Ivan Ibarra, músico chileno, que compõe o elenco da performance “Minhocas na cabeça” do Tatamirô Grupo de Poesia. A bela tradução do livro RES para o espanhol foi feita pelos poetas Leo Lobos e Cristiane Grando.

    O segundo vídeo – SER RES – é de Daniel Nec, autor do projeto gráfico do livro RES. Seu olhar enfatiza as múltiplas ranhuras do real, seus sonhos e ásperos desesperos.

    O terceiro vídeo – RES PSICODÉLICO – é uma produção do Coletivo Psicodélico, formado pelas talentosas artistas: Fiama, Emmi e Mick, “cujas imagens distorcidas, marcadas pela enérgica trilha, reforça a tensão psicológica provocada pelo vídeo”, estabelecendo um diálogo nervoso, visceral com o livro RES.

    O quarto e último vídeo – RES IST E – de Adriana Abreu, integrante do Tatamirô Grupo de Poesia, é uma homenagem explícita a um dos criadores da Poesia Concreta, o poeta Haroldo de Campos.

    Uma das influências indiretas sobre a minha poesia vem justamente da Poesia Concreta, mais especificamente dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. O poeta Mário Faustino foi um dos primeiros a reconhecer a importância do Movimento Concretista para a Poesia Brasileira. Aliás, não só a brasileira, pois, uma
    das grandes singularidades desse movimento, foi a sua dimensão internacional, influenciando poetas de outros países.
    Haroldo de Campos, junto com seu irmão e o amigo Décio Pignatari criaram um novo conceito de poesia e de tradução. A Tradução como transcriação e a poesia como um artefato verbovocovisual.

    Cada um desses vídeos, em sua singularidade, estabelece com o livro RES uma cumplicidade rizomática, atravessada de devires outros: água, pedra, planta, folha,
    desertos, vertigens, viragens, que podem se misturar-devorar, como partículas, aos perceptos, afectos do espectador.

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