Às margens do rio
Jaci Rocha
Trago as mãos ásperas
Do sal das lágrimas
Que já verti.
Sem ti, saudade virou poesia
Verbo que chega e fica
E não pede mais permissão…
Remo a canoa da vida
De um jeito manso e macio
Guiada por teu olhar
Na outra margem do rio…
Mas, ainda é agosto
e as marés rasas
não dizem como atravessar!
A tênue fronteira da vida
Não se enternece para o amor!
(Quem sabe, no cair do próximo luar…)
Roda a estação…
Roda, rosa-louca do tempo!
… e porque me geraste de amor
Eu te envio flores com meu pensamento!
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