Chá da tarde

O NATAL DE UM MENINO POBRE
Raimundo Donato dos Santos

Era véspera de Natal!
E a voz do sino
Voltou a bimbalhar
No vilarejo.

La no triste casebre
De um menino,
A miséria encontrou
O seu destino,
E a pobreza marcou
O seu lugar.

Quantas noites
Chorou de fome e frio?!
Sem o afago da mãe
Pra o consolar!
Pois, perdera a coitada
Em um desastre;
Só o pai lhe restara,
Que em parte,
Mendigava
Para o filho sustentar.

Pobre inocente…
Recolhido em seu tugúrio,
Nenhum presente
O pai Noel viera dar!
Quantas crianças,
Recebendo suas caixinhas,
Para juntos com a família
Festejar!

Ante o opróbrio
Da dor que consumia
O coração do pai e filho
Já doente.
O genitor resolvera dar ao filho
Uma lembrança;
Um trenzinho de presente.

Foi, então,
À procura do que vira,
Descansando
Na vitrine de uma loja.
E…de repente…
Lá está,
Não é mentira;
E de uma vez
Conseguiu surrupiar.

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