TELA
Aluízio Botelho da Cunha
(1933-1989)
O pincel fixou sombras escuras
nas sobrancelhas da moça
e deu um tom de tardes prematuras
nos olhos claros
da clara judia.
(Também já esbocei olhos e sóis,
subjugando curvas
sobre rosto oblíquo)
Dei traços de luz
em cabelos cor de noite,
e auroras nasceram
do sol ardendo,
houvesse, embora,
eclipse solar.
Se eu modelar, um dia,
novas dimensões da tua presença,
atrairá teu corpo
a lei da gravidade dos sentidos.
(Extraído da antologia Modernos Poetas do Amapa – Macapá-AP, 1960)
1 Comentário para "Chá da tarde"
Gosto de ler os poemas amapaênse sinto minhas raízes, muito bom, trabalho esse tema com meus alunos