TELA
Aluízio Botelho da Cunha
O pincel fixou sombras escuras
nas sobrancelhas da moça
e deu um tom de tardes prematuras
nos olhos claros
da clara judia.
(Também já esbocei olhos e sóis,
subjugando curvas
sobre rosto oblíquo)
Dei traços de luz
em cabelos cor de noite,
e auroras nasceram
do sol ardendo,
houvesse, embora,
eclipse solar.
Se eu modelar, um dia,
novas dimensões da tua presença,
atrairá teu corpo
a lei da gravidade dos sentidos.
(Extraído da antologia Modernos Poetas do Amapa – Macapá-AP, 1960)
2 Comentários para "Chá das cinco"
ESTE POETA QUE NEM SEI SE O CONHECI QUANDO MORAVA EM MACAPÁ(1957-1070) NEM SE O LI OUTRAS VEZES.O LEIO AGORA COM UMA IMENSA FELICIDADE DE
CONHECER ASSIM CRIATURA(POEMA) E CRIADOR(POETA)
UMA LINGUAGEM PRECISA IMAGENS FORTES E CLARAS E UM RITMO ATUALISSIMO MESMO PASSADOS 50 ANOS.
BELA GARIMPAGEM LITERÁRIA.PARABENS.
Jorge, é sempre um imennso prazer te ver aqui no blog.
O Aluízio Cunha era irmão do Álvaro da Cunha. Morava na Procópio Rola esquina com a General Gurjão.