Poeta em destaque – Mauro Guilherme

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Ele canta, toca e compõe belíssimas canções. Escreve excelentes contos, romances e poesias. É um dos escritores mais premiados. Nascido em Belém (PA) em 1965,  Mauro Guilherme mudou-se para o Amapá em 1991 trazendo na bagagem uma vasta produção literária.

“Aquele tempo que o tempo levou,
não foi tempo perdido.
Foi quando tudo começou.”

De dia atua como promotor de Justiça no Ministério Público do Amapá. De noite tira o terno e a gravata, pega a caneta e agendas e escreve, escreve, escreve… “Escrevo quando todos dormem”, conta.

“A lua está sumindo,
mas o sol pode não chegar.
Tudo isso é vida
tudo isso é tempo
que vai se partindo.
Tudo isso é santo.
Tudo isso é lindo.”

Gosta de escrever à mão, em agendas. Depois corrige, corta palavras, acrescenta outras e aí sim, coloca tudo no computador. “Escrevo em agendas para não perder os escritos. Tenho sempre uma no criado mudo do meu quarto”, revela. E já são muitas agendas. Cheinhas de poemas, romances e contos – vários deles já publicados e premiados.
Começou a escrever com 13 anos de idade, na época em que lia a coleção “Para gostar de ler” (Ed. Ática), que trazia contos, crônicas e poesia de grandes escritores. Ainda tem em sua estante a coleção quase inteirinha.
Ainda na adolescência se encantou por Augusto dos Anjos, depois Drummond, Bandeira e tantos outros.

mauro1Embora tenha começado a escrever poesias aos 13 anos, só 20 anos depois lançou seu primeiro livro de poemas: Reflexões Poéticas. “Depois que escrevo passo anos lendo e refletindo se o que escrevi vale a pena ser publicado. Se sim, então publico”, diz. Foi assim com os livros Reflexões poéticas (1988), Humanidade Incendiada (2003), Destino (2007), O Trem de Maria (2009), As Histórias de João Pescador (2010) e Histórias de Desamor (2012).
Por sua obra, já ganhou mais de uma dezena de prêmios, dos quais destaco os concedidos pela Associação Nacional de Escritores, União Brasileira de Escritores e UFPa.

“Nós que estamos aqui,
vamos indo,
vamos logo,
vamos todos,
vamos juntos…
Ruim andar sozinho
feito cão sem dono.”

Mauro Guilherme participa de várias antologias literárias.  No Amapá organizou as coletâneas “Poetas na Linha Imaginária”, lançada em 2013, e “Poesia na Boca do Rio”, com lançamento marcado para o dia 28 deste mês.

Sentimento de Rio

Olha o rio fugindo,
Sempre indo,
Nunca voltando.
Olha o rio seguindo,
Sempre partindo,
Nunca ficando.
Às vezes até parece,
Que ele passa chorando.

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  • Obrigado, Alcinéa, pela lembrança terna e amiga. Um pouco de mim está esmiuçado no teu texto, eu que realmente sou um apaixonado das letras, aliás, como tu mesma és. Em 2016 voltarei aos livros de poemas, depois de 13 anos ausente deles, só publicando poemas em antologias. Vamos e voltamos, como as ondas de um rio. Espero publicar os meus “Vaga-lumes na Escuridão”, pronto faz muitos anos.

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