Siga na luz, meu amigo Mauro Guilherme

Meu poetamigo meu amigo-irmão, o mundo fica menos poético, menos doce, menos musical, menos alegre, sem você. Segue na luz. Aqui a gente fica vendo o rio sempre indo, nunca voltando; sempre partindo, nunca ficando. Às vezes até parece que ele passa chorando.

Vítima de Covid faleceu hoje, aos 55 anos em Macapá,  o promotor de Justiça, poeta, cronista, contista, cantor e compositor Mauro Guilherme.
Escritor premiado, inclusive nacionalmente, Mauro é autor de mais de dez livros de poesias, romances e contos e organizou diversas antologias de autores amapaenses.
Era um grande incentivador dos escritores e poetas do Amapá. A todos estimulava e ajudou vários a publicarem livros. Dava uma grande valor a literatura produzida no Amapá, tanto que era um dos primeiros a comprar e divulgar as obras locais.

Participava ativamente dos movimentos literários.
“A existência do Mauro Guilherme foi rica, pródiga de talento e criatividade, e o seu legado literário, artístico e humano vai contribuir para todos nós que convivemos com ele e também para outras gerações, em um ciclo vital e perene da Arte, sempre tão necessária e essencial”, disse o presidente da Associação Amapaense de Escritores, Paulo Tarso.

O jornalista e escritor Elton Tavares, ressaltou que “Mauro foi um exemplo de empenho na disseminação da cultura e da literatura amapaense. Toda essa trabalheira aí de conversar com autores, organizar formatação dos livros, artes para capas e etc, só com muito amor pela arte literária”.

Nas redes sociais centenas de pessoas lamentaram a morte dele e destacaram suas inúmeras qualidades.

Mauro foi meu grande amigo. Não era apenas um irmão de poesia. Era um irmão de alma. Nossa AMIZADE era maiúscula mesmo. A partida dele me deixou triste demais. Durante todo o dia eu tentei escrever alguma coisa, mas as lágrimas embaçavam meus olhos e eu não conseguia ver, com nitidez, o teclado para escrever alguma coisa. Mas sei que tudo que eu pensasse escrever ou que tente escrever agora não será suficiente para falar da nossa AMIZADE e da sua importância para a literatura amapaense. Nem dos tantos sonhos que sonhamos juntos para valorizar cada vez mais os escritores e suas obras.

E os nossos saraus? Durante a pandemia não nos encontramos pessoalmente nenhuma vez; mas por telefone falávamos da saudade dos nossos saraus e encontros poéticos na minha casa e planejavamos um grande e longo sarau para depois da pandemia, juntando todos para matar saudade, declamar, cantar e trocar afetos. E, de repente, ele parte assim. Sem cantoria, sem sarau de poesia, sem avisar, sem despedida. Partiu como quem vai ali na esquina comprar um guaraná e já volta.
Gratidão, meu amigo, por sua amizade, afeto, ensinamentos… Ah, Mauro Guilherme, foi um privilégio muito grande ter sua AMIZADE (assim maiúscula mesmo).
Que Deus te receba na luz, conforte teus familiares e amigos.

(A foto na abertura desse texto é de um sarau em homenagem a ele. Homenagem feita pelos escritores da coletânea “Quinze dedos de prosa”  com direito a discursos e a entrega de uma  placa a ele como nosso reconhecimento pelo apoio dado aos escritores amapaenses. Dá pra ver a placa em cima da mesa. Né? Abaixo posto mais algumas fotos desse evento)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *