Um poema de Obdias Araújo

Eu dono do céu
Obdias Araújo

O céu deste agosto é de tal azul
que não se verá jamais
em nenhum outro agosto
em nenhum outro céu.

Um anil capaz de virar os olhos.
A modo que cega. Encandeia.
Este oceano índigo mundia
feito os olhos bipartudos
da Boiúna.

O céu parece que ferve
em ondas concêntricas e daqui
da rede no pátio eu tenho
um céu que é meu. Um céu
de pergaminho azul
desenrolado
sobre mim.

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