Vem comigo!

Vem comigo
Alcinéa Cavalcante

Vem comigo!
Vamos sair por aí plantando alegrias.
Traz um pincel, eu levo a tinta
e pintaremos de verde- esperança
todas as venezianas daquela ruazinha
por onde tantas vezes
passeamos de corações dados.

Vem comigo!
Vamos plantar dálias, rosas e poesias na velha praça
onde dividíamos o algodão doce no arraial do padroeiro.
Naquele tempo a infância era tão doce
que a gente até tinha medo de pecar.
(lembras?).

Vem comigo!
Vamos plantar papoulas vermelhas e amarelas
nos canteiros da ladeira
para enfeitar a cidade e alegrar os passantes.

Depois
– cansados e felizes –
tomaremos um sorvete.
Eu te darei um beijo sabor tucumã.
Tu retribuirás com um beijo sabor açai.

E o anjo que nos acompanha
ficará cheinho de ciúme
e disfarçando dará de asas
(tu sabes, poeta, que os anjos nunca dão de ombros),
mas Deus sorrirá
e acenderá estrelas na nossa estrada.
Por isso eu insisto: vem comigo vem!

 

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