Pela primeira vez na história um vice-governador do Estado do Amapá renuncia ao cargo

Pela primeira vez na história do Estado do Amapá um vice-governador  renuncia ao cargo.
Dizendo-se traído, enganado, cassado e cutelado, João Bosco Papaléo Paes (PSD)  protocolou na manhã de hoje sua carta de renúncia na Assembleia Legislativa.
Antes concedeu entrevista coletiva no Palácio do Setentrião (sede do governo) onde contou que em 2014 ao aceitar ser vice de Waldez Góes (PDT) foi firmado um acordo pelo qual em 2018 ele, Papaléo, seria o candidato do governo ao Senado em 2018. Este primeiro acordo foi quebrado quando Góes, que concorre à reeleição, convenceu Papaléo a desistir de tentar o Senado para continuar na vice. Papaléo aceitou. Mas eis que semana passada foi “cutelado” por Góes que decidiu que para se reeleger era mais negócio ter na sua chapa como vice o empresário Jaime Nunes (PROS) – o que foi confirmado na convenção realizada sábado.
Assim Papaléo considerou que foi “cassado” seu direito de disputar qualquer cargo eletivo este ano, uma vez que pela legislação eleitoral como já havia assumido o governo recentemente na ausência do titular só poderia ter registro de candidatura como vice-governador.
Na entrevista coletiva, Papaléo Paes ressaltou que secretários de estado influenciaram a “mente cansada” de Góes fazendo-o optar por Jaime Nunes na vaga de vice.
Ele contou que dias antes de ser “cutelado” estava  tomando café com o governador Waldez Góes quando quando o secretário da Fazenda entrou no gabinete propondo a vaga de vice para Jaime Nunes. “Ele entrou histérico dizendo que era preciso encaixar o Jaime porque não havia dinheiro para a campanha. Eu respondi que já tinha Gilvam e Lucas pro Senado, e eu para a vaga de vice. Ele  respondeu que eu precisava entender que se tratava de um projeto”.
Sem entrar em detalhes, Papaléo disse  que a Justiça Eleitoral tem que aumentar a vigilância para impedir o uso de caixa dois na campanha de Góes.

Com a renúncia de Papaléo Paes, na ausência de Waldez Góes assumirá o governo o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Tork.

Eis a carta:
Médico cardiologista, Papaléo Paes ingressou na política em 1990 como candidato do Prona ao governo do Amapá ficando em terceiro lugar.
Em 1992 foi eleito prefeito de Macapá, pelo PSDB, em 2002 elegeu-se senador pelo PTB.

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