Ainda sobre Banda Larga

Recebi do gabinete da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), com pedido de publicação:

” Prezada Alcinéa;

Tenho acompanhado as articulações permanentes e praticamente solitárias da deputada federal Janete Capiberibe (PSB) com vários entes públicos do Governo Federal no esforço para levar a internet banda larga ao Amapá num prazo de tempo menor do que os previstos atualmente e me permito fazer alguns observações em relação à nota “Banda Larga? Quando?”

O Governo Federal tem conhecimento das três possibilidades de implantação de Banda Larga no estado do Amapá para além do serviço precário e com altas tarifas que o usuário dispõe hoje:

A implantação via Linhão do Tucuruí, com a instalação da fibra ótica para transmissão de dados junto à linha de transmissão de energia que está sendo construída pela espanhola Isolux. A operação da Linha está previsa para até o final de 2012 e a transmissão de dados logo depois disso, com administração pela Eletronorte. A implantação consta nos cronogramas da Eletronorte e do Ministério das Comunicações, com prazos determinados, mas que foram alongados recentemente por conta da crise econômica na União Europeia, que obrigou esta distensão. O serviço de banda larga por esse meio é dado como certo, a partir de 2012 e não carece de compromisso ou esforço para que aconteça, a não ser que se queira que ocorra antes do prazo previsto nos cronogramas oficiais;

Além da banda larga pelo Linhão do Tucuruí, dada como certa, é possível transmitir dados desde a Guiana Francesa, até Calçoene e daí, via fibra ótica da Eletronorte, já existente, até Macapá, num prazo menor que 2013/2014. A Guyacom é operadora do serviço de telecomunicações na Guiana Francesa e dispõe de recursos da Comunidade Europeia para implantar a infraestrutura necessária. Em reunião na ADAP, a operadora francesa manifestou ao Governo do Estado do Amapá interesse para implantar a transmissão de dados desde a Guiana mas não encontrou ressonância a sua proposta. Agora, está em negociações com o Governo Federal e já travou conversa com a Operadora OI. A Eletronorte tem disposição para firmar contratos de operação do serviço com a operadora Guyacom. As informações foram dadas à deputada Janete Capiberibe pelos próprios interessados até o ponto que o sigilo do mercado permite.

Como lembrança, o estado de Roraima conta com acesso à internet banda larga com dados transmitidos desde a Venezuela, em acordo internacional firmado pelas operadoras do serviço e com aval dos governos federais e estadual. Quando a fibra ótica chegar ao Amapá pelo Linhão do Tucuruí, o tráfego de dados se dará também por este caminho.

A terceira alternativa para a transmissão de dados, permitindo que mais usuários possam acessar a internet com menor custo ao consumidor, é via rádio desde o Pará até Macapá. Há duas empresas com projetos de aperfeiçoamento desse serviço.

A deputada Janete Capiberibe, por sua vez, tem insistido em prazos menores do que a certeza dada pelo Linhão do Tucuruí. Por isso procura alternativas dentro do Governo Federal, com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério do Planejamento, Ministério das Comunicações, Casa Civil, Eletronorte e Telebrás, além das Operadoras OI e Guyacom, para promover a inclusão digital no estado do Amapá num período de tempo inferior ao que está determinado.

Parte das escolas tem recebido acesso gratuito à internet por obrigação contratual da Oi ao vencer a licitação para ser a operadora do serviço no estado do Amapá.

A descrença em outras possibilidades além do Linhão do Tucuruí leva à imobilidade, ao comodismo e ao isolamento, causando enorme prejuízo aos atuais 5 mil assinantes de internet no estado e aos potenciais usuários. A falta de ação contribui, definitivamente, para retardar a inclusão digital no estado do Amapá, mantendo o serviço com baixa qualidade e preço que chega a ser 5 vezes maior do que em outras localidades do país. Os prejuízos podem se ver, ainda, no direito à livre informação.

A ação comprometida do poder público junto com a sociedade civil organizada pode promover resultados positivos que tirem o Amapá deste quase isolamento digital.

Fico grato com a publicação em seu blog.

Cordialmente;

Sizan Luis Esberci

Gabinete da deputada federal Janete Capiberibe – PSB/AP”

  • Ela nao esta prometendo nada, eu entendi assim, esta mostrando interesse para tentar ajudar o problema

  • Bem, bem meus caros, em terra de poucos milionários e população carente de educação e muito menos consciente da sua obrigação política, com banda larga ou lenta, seria bom que o acesso a internet ampliasse para as camadas mais pobres, pois elas decidem ainda uma eleição. Culpa delas? Não! Sujeito como Wladez Goés que ficou riquíssimo (113 milhões de patrimônio!!! de acordo com revista Época). É por isso que não se investe em banda alguma, sá a do lado deles.

  • Caro Yashá, acompanho também seus comentários e devo lhe dizer apenas uma coisa: Parabéns…

    O que você diz é a mais simples verdade. A Janete fala em Banda Larga, o Camilo fala em Banda Larga, mas nada fizeram enquanto estavam no Mandato. Não vamos esquecer que o governo Capi acabou em 2002 e nesse época a internet já estava bem avançada no resto do Brasil.

    Vamos parar de falsas promessas. Banda Larga é coisa da iniciativa Privada. O resto é balela…

    Ficaram 8 anos dando importancia “ao azeite da castanha do Brasil” e agora criticam não termos internet…Vamos falar um pouquinho sério…

    • Lembrando que não se trata de um problema da deputada ou do grupo político dela. Qualquer grupo político daqui, se prometer banda larga, merecerá a mesma crítica. Isso porque todos partem do pressuposto errado: querem que seja responsabilidade do Estado, quando é coisa da iniciativa privada.

      • É… partem do pressuposto errado porque acertam, até agora, no pressuposto de que manterem quem possam manter sob a folha de pagamento no Estado garante mandatos, benesses e etc.
        Em relação ao comentário, vou na linha do meu comentário anterior (com uma ressalva para um engano meu: havia sim, banda larga em muitas capitais em 2002), fazendo uma pergunta: qual era a pasta estadual que a Dep. Janete dirigia à época? Chamava-se SEIC, não?

      • Discordo de você, Yashá. A constituiçao é clara, todos tem direito à informação. Portanto, o interesse tem de ser do estado e privado. Aquele trata das articulações políticas e deveres constituicionais, este está propensos às regras estabelecidas de acordo com a lei vigente. Agora, que a banda larga não seja para poucos, seja para todos realmente terem acesso, principalmente os menos favorecidos, em termos educacional e social. inclusão digital para quebrar a hegemonia do meio de comunicação local, que não informa, mente.

    • Não creio que condenar a não implantação da BL aqui enquanto o Capi governava o Amapá seja uma crítica contundente. Na época, por exemplo, a internet não tinha tanta importância como hoje e o uso de animações, figuras e vídeos não eram tão disseminados nos portais nacionais da época. Admito, porém, que a necessidade da BL estava começando a ser tornar fundamental naquele período.

  • Criticar, com intuito de querer a melhora de alguma coisa é bem diferente de, desdenhar, ser ironico, sei que no Amapá acontece mt coisa errada, mas será que é só aqui? é só aqui q tem buraco? só aqui tem corrupção? já fui em vários Estados, e sei que em td lugar tem problemas. Sou Amapaense, e acho inaceitável alguém q vem de fora falar mal daqui, Selvagerismo é não ter opinião, é achar certo criticar um Estado que está em pleno desenvolvimento, e não pode ser comparado com a Italia, éter o minimo de discernimento.

  • Assim como janete teve oito anos de governo, a harmonia tambem teve, porem o amapá, o governo, foi informatizado nos oito anos de janete. A mediocredade politica de certos, me choca, “pelo ao menos” ha quem tenha proposta e lute por isso, e quem critica e não mostra uma saída. Aí é o jeito tentar embaçar, o argumento de quem não tem proposta para o povo é a ignorancia. Mas eu acredito, o povo acredita e ela virá!

  • Banda Larga? No Amapá? é mais fácil ver um boi voando que ter banda larga aqui.
    Pessoal, é época de eleição. vão prometer até a mãe.
    daqui a pouco vão dizer que será de graça…a mãe e a banda larga.

    • Apoiado! Isso é promessa esfarrapada de político! Se quisessem mesmo a banda larga já estaria em solo tucujú a muito tempo! Em época de eleição vão prometer até trem bala ligando o Macapá a Belém!

  • Louvável a atitude da Deputada Janete em tirar o AP da idade da pedra lascada para o Chip.
    Entretanto, por que esse esforço não foi realizado quando a mesma esteve por 8 anos no Governo do AP? Por que só agora, heim?

    • Pq estariamos falando dos anos 90.. E a internet ainda não era tão popular assim, e até onde eu lembro, ela “chegou” aqui em 99, e para pouquissimos.

    • Ei Sr. OBERVADOR, “pere lá”!!
      Nem nos grandes centros, havia banda larga residencial no período que questionas.
      Melhor é pedir que os candidatos se comprometam com metas de expansão da rede … de esgotos. Que tal? Aí sim! O Dep. Rui Smith andou manifestando certo desconforto com a briga por rede de internet, em detrimento pela luta por esgoto (de fato, internet é uma política pública mais palpável, visível e tal…). Mas é necessário confrontar os governos: ele foi secretário de obras, não? Quanto de rede esgoto e água ele fez? Quanto o atual governo fez? Esse é, na minha opinião, um debate bacana. Tal como a obsessão por ter um carro novo estacionando-o na vala, soa estranho lutar por uma rede em detrimento da outra. Soa, sim, uma agenda eleitoreira.

  • Tenho observado várias postagens do Yashá, sempre criticando, menosprezando o que acontece no Amapá. Nunca vi ninguém tão desagradável, não gostas daqui?? vai pra Itália!! Lá deve ser TUDO diferente.

  • Já fica estranho essa nota da dep. janete. Se a reunião foi na ADAP (que é a agência de desenvolvimento do governo do Amapá) como houve falta de interesse???????
    A Guayacon não tem internet pra vender. Quem tem internet banda larga pra vender é a France Telecom. E então o interesse maior é do governo federal.
    Confundir não ajuda deputada.

  • Ah, mas então não se está falando de banda larga mesmo, né? É de uma banda larguinha (quase estreita), tipo aquela de Roraima. Aí, sim. Até acredito que se possa conseguir.

    P.S.1: Ter internet como a de RR já seria um avanço enorme pro Amapá.

    P.S.2: Ter internet como a de RR NÃO é ter banda larga. É só ter internet melhor que a do Amapá.

    • A BL de Roraima já é alguma coisa, mas concordo que 300 Kbps e 600 Kbps é uma piada hoje em dia.

      Li que tu és a favor de que haja incentivo para as empresas privadas venderem BL aqui, mas sinceramente eu duvido que os tradicionais incentivos, como a redução ou isenção de impostos, sejam suficientes para isso.

      • Ah, qualquer conexãozinha mais rápida já melhoraria em 300% a vida dos amapaenses. Só insisto que não é banda larga. Isso é outra coisa.

        Também acho que as empresas, mesmo com incentivos tributários, não viriam com força pro Amapá. Mas, mesmo desinteressadas e oferecendo serviço meia-boca, fariam algo muito melhor que os governos…

        • Eu não sou radicalmente contra o Estado atuando no lugar da iniciativa privada, pelo menos nesse caso. Em alguns lugares do Brasil, por exemplo, parece que o serviço de BL implantado por algumas prefeituras está dando certo. Em algumas favelas cariocas, também.

          Infelizmente não tenho conhecimento suficiente sobre os projetos supracitados, apenas sei que eles foram implantados, estão funcionando e outros serão colocados em prática.

          Eu fico feliz que alguém está fazendo alguma coisa para melhorar à nossa conexão com a internet ou pelo menos colocando o assunto em destaque.

          • Renan, em qualquer favela do RJ é mais fácil implementar BL do que na melhor casa de Macapá. E a razão é simples: logística. No RJ há empresas de grande porte com sistemas já instalados. Lá, quando um governo fala em fazer parceria pra levar internet até a favela, estamos falando de coisas viáveis, afinal eles têm internet ao alcance da mão. Não é que o Estado nunca consiga uma internet mais rápida pro Amapá. O Estado imprime dinheiro, Renan. Ele consegue tudo! O que eu digo é outra coisa: no Amapá não vai se conseguir a verdadeira BL – aquela que há nos centros desenvolvidos (aliás, BL só tem uma. O resto é outra coisa). Que qualquer melhora já seria boa, é inegável. Mas não chamemos de BL aquilo que não é BL, né?

  • INTERESSANTE QUE NÃO HA INVESTIMENTO NA EDUCAÇÃO E AINDA NÃO QUEREM O POVO AMAPAENSE SE COMUNICANDO, QUEREM O POVO BURRO PARA PODER VOTAR NELES. ACORDA GENTE.

  • Gostei muito!!! E gostaria de destacar esta parte “Como lembrança, o estado de Roraima conta com acesso à internet banda larga com dados transmitidos desde a Venezuela, em acordo internacional firmado pelas operadoras do serviço e com aval dos governos federais e estadual. Quando a fibra ótica chegar ao Amapá pelo Linhão do Tucuruí, o tráfego de dados se dará também por este caminho.” Bye Bye harmonia em 2010. Imitando PHA.

  • Alcinéa,
    Existe um outra possibilidade de levar BL ao Amapá que é através das operadoras de TV via parabólica. A Sky tem tentado convencer o Governo Federal, mas enfrentada a má vontade dos burocratas macomunados com as operadoras de telefonia, que não querem perder o filão da exclusividade. O Governo Federal poderia ao menos liberar o Amapá para as operadoras de TV via parabólica, haja vista que as TVs a cabo já fornecem o serviço. O que falta é o empenho do governo estadual para trazer a banda larga, empenho que não faltou em Roraima, que hoje tem energia elétrica e banda larga by Venezuela.

  • No way… Regrinha básica de mercado: não havendo interesse comercial, não há investimento. Sem investimento, não haverá internet de qualidade (estamos falando de banda larga de verdade, né? Não de algum arremedo, espero…).

    “Ah, mas é o governo que vai fazer isso, não a iniciativa privada.” Bom… Nem preciso dizer que não dará certo, né? Govero metido com internet? Piada…

      • Ué, mas dizer o óbvio é “não gostar de nada”? Ou não é óbvio que sem atrativos pro capital privado, não há investimento? O que dá certo pra mim? Fácil: dinheiro do Estado na educação de base, na saúde e na segurança pública. E só! Mais que isso é desculpa pra corrupção. Simples assim.

    • Em sua origem o projeto SPANY, que hoje é apresentado pela empresa francesa Guyacom, foi desenvolvido em conjunto com as empresas brasileiras NTC e Macomex. A SPANY tem sede no Brasil e conta com a participação dos sócios brasileiros e do CEO empresa francesa, Filip Van Den Bosch. Os sócios brasileiros investiram e contribuiram com os estudos e os investimentos iniciais do projeto, o projeto foi aprovado em 2009 pelo Conselho Regional da Guiana (http://www.cr-guyane.fr/actualites/cooperation-regionale-po-amazonie-2007-2013).

Deixe um comentário para Yashá Gallazzi Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *