Boca no trombone

O endereço da vergonha
Lílian Guimarães

Querem conhecer o endereço da vergonha? Pois bem, anotem aí: Avenida Paraíba entre Mato Grosso e Goiás, no bairro Pacoval, próximo ao Campo do Currú. O local é a descrição perfeita do esquecimento e pouco caso com a população, que ali habita.

Apesar de estar na área central da capital, a área parece mais a periferia do inferno, afinal, os ingredientes são bem sugestivos, para tal descrição. No perímetro da Avenida Paraíba, com Mato Grosso e Góias, asfalto é objeto de conto de fadas. A rua segue os passos daquela velha história, quando o sol aparece, a poeira invade as residências sem piedade, e quando chove, prepare as botinas para não ser devorado pelo lamaçal.

O segundo ingrediente da receita é o mato, esse é bastante farto, quase a Floresta Amazônica. Agora as espécies que ali habitam, dão um tempero especial, reforçando o medo e a revolta dos moradores, que convivem com sapos, lacraias, aranhas caranguejeiras, ratos, carapanãs (bem criados, que sugam nosso sangue sem piedade) e finalizo com o mosquito da dengue (como vasta oferta). E vez ou outra, ainda tem uma vaca, que se esbalda com tanta fartura de capim. Estou falando sério, basta ir lá para conferir!

Não pensem que acabou, pois o relato acima é apenas o começo de uma lista quase que interminável. Bem, falamos da rua intrafegável, do matagal, da vasta oferta de insetos e roedores, agora que tal falar da escuridão? Essa cega os olhos! É o retrato do breu. Durante o dia ainda contamos com a luz solar, mas quando anoitece só a luz das residências para nos salvar. Creio que iluminação pública ninguém nunca ouviu falar.

Vale relembrar, que no passado, houve um tal projeto, esquecido pelos gabinetes da vida. Reza a lenda que o Campo do Currú seria transformado em área de lazer, para as famosas partidas futebolísticas e na área entorno, uma pracinha para população que ali habita. O tal projeto, até chegou a ser iniciado, com a construção das arquibancadas em concreto, cabine de transmissão das partidas, e calçada, mas, pela metade da execução se perdeu com os ventos do descaso.

Hoje o tal lazer prometido virou história de terror, daquelas que até podemos contar para os nossos filhos quando eles não quiserem comer. Do tipo, se você não comer tudinho, vou te levar no Campo do Currú. É minha gente, o local é assustador!

E claro que a quem faça proveito do esquecimento. Se não tem iluminação, a área é coberta por mato, as ruas são intrafegáveis, a polícia não passa nem de brincadeira, então, quem aparece, quem, quem? A bandidagem. À noite, a arquibancada do tal campo prometido se tornou o ponto de encontro do fruto proibido. O cardápio é variado, vai desde drogas, bebidas, sexo até roubos as residências.

A lista é extensa, mas não maior que a revolta que cresce a cada dia no meu interior e de quem habita aquele local. Enquanto eu tiver voz e alguém não fizer algo por aquele local, podem ter certeza que vocês ouvirão relatos da tal AVENIDA PARAÍBA ENTRE MATO GROSSO E GÓIAS. Quem sabe as autoridades se comovam, afinal temos eleição este ano!

  • Alcinéa, já liguei tantas vezes para vários programas de tv, só é o mesmo que nada…acho que vão perceber quando alguém morrer por crime bárbaro naquele local. e não está longe disso!!!

  • A crescente ocupação desenfreada em Macapá faz cair a qualidade de vida da maioria que paga os impostos e estão sempre em dias com seus deveres. MAS trabalham mais. Sim, eles são brasileiros e merecem total atenção do poder público, são na sua maioria pessoas do interior do Pará ou do Nordeste

  • A minha rua não é diferente (Leopoldo Queiroz Teixeira, Novo Buritizal), comparo-a igual a cara de certos políticos nossos, ou melhor, caras de paus, pois é só chegar o período político, que eles vêm com promessas vâs de que a rua será urbanizada. Passa a política, depois de eleitos, eles esquecem o que prometeram. GOSTARIA QUE, SE ALGUNS DESSES LEREM ESTA MENSAGEM, POR FAVOR, PELO MENOS INTERCEDAM PARA QUE O PODER MUNICIPAL JOGUE ALGUMAS CARRADAS DE ATERRO NA REFERIDA ARTÉRIA, A FIM DE AMENIZAR A MURAQUEIRA E O LAMAÇAL.

  • A minha sugestão é que chamem a imprensa trezentas vezes, até que se resolva, talvez, este problema…Vou ficar torcendo por vocês, mas não desistam de lutar, aqui em Macapá só vence quem é mmuuuiiiitttoooo persistente, fé e perseverança para vocês!

  • Se na capital está assim, imaginem no interior… Fui recentemente ao P.A. Maracá no municipio de Mazagão, fiquei abismado com o que vi, uma vila rodeada pela pobreza, pessoas carentes mesmo, poucos orgãos do governo atuam naquela região, asfalto é sonho por ali, isso porque fica às margens de uma BR, único orgão do governo q vi por lá foi o RURAP, mas pasmem, os técnicos vivem em uma casa alugada, onde também funciona o escritório, não tem água, fiação elétrica é falha, cheia de remendos, sem falar que os ratos tomam conta, uma verdadeira falta de respeito com o servidor, lá ficam 3 homens, mas há previsão de ir uma Engenheira Agrônoma pra lá, que a meu ver não deveria jamais estar ali, banheiro sem condições para os homens imaginem para uma mulher usar. Governo poderia olhar mais pelo servidor, estão construindo um novo prédio, mas sem previsão para ficar pronto. Enquanto isso, alguns são beneficiados ficando na capital quando deveriam estar no interior, só porque são amigos do atual diretor. Com meu trabalho, viajo esse estado de ponta a ponta, já vi de tudo, mas no Maracá a situação realmente é lamentável. Falavam tanto do ex diretor Jaezer, mas hoje a coisa ta bem pior, pelo pouco que sei, governo deveria abrir uma sindicância naquele orgão, lá se vê de tudo, até assistente social que trabalha na contabilidade, quando esta deveria estar dentro de uma comunidade dessas por aí q tanto precisa desse profissional. Acontece de tudo, funcionário que pede exoneração, fica 8 meses afastado e hoje está voltando com apoio do diretor, só para esclarecer o absurdo esse servidor ainda encontra-se em estágio probatório… Realmente essas coisas só acontecem no Amapá mesmo,no governo pode tudo, só fazer um documento e assinar que ta tudo resolvido,triste…
    Mas esperar o que se nem a capital do Estado é tratada com o minimo de consideração por aqueles que tem o dever de cuidar e lutar por ela. É minha gente às eleiçoes estão na porta, vamos ver se dessa vez mudamos essas novela que insiste em perdurar no Amapá.

  • Não é só nesse bairro que as ruas estão intrafegáveis, no Jardim 2,Novo Horizonte, Infraero,Laguinho… é Macapá quase 100% nessa situação,os nossos vereadores e o prefeito não estão preocupados com isso.

  • Que vergonha! passo ali toda semana e está horrível. querem até fechar o pedaço de rua, pela mato grosso. Ninguém respeita o código de posturas minicipais. Só votarei num prefeito que respeite e faça respeitar o passeio público.

  • Parece q o carapana suga tanto o sangue do povo daqui, que as pessoas não tem sangue. Não se mobilizam e brigam pelos seus direitos: uma sociedade ainda imatura. Presa Fácil para boa parte da classe política aproveitadora.
    Ai, quando têm a oportunidade de mudar este quadro: nas eleições. Vendem ou votam errado.
    Mas tem algumas pessoas que já não aguentam mais, como nossa amiga q escreveu. Pena q está sozinha, mas está de parabéns por expor sua indignação.

  • Welcome to the Jungle!

    Macapá é assim… isso faz parte do jeito de morar do “povo daqui”!

    De quem é a culpa?

    Claro que essa pergunta é fácil… a culpa é de quem vota nos políticos….

    olhem… se não fosse a “mãos limpas” o governador seria reeleito e teríamos waldez como senador…
    novamente. culpa de quem? do eleitor!

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