Praça da Matriz em 1935(hoje Veiga Cabral). No coreto se apresentavam as bandas de música da Guarda Territorial e do Mestre Oscar. Foi ouvindo estas bandas que interpretavam de forma magistral clássicos da música que muitos casais começaram a namorar e casaram, aí pertinho do coreto mesmo, na bicentenária igreja de São José.
O poeta Arthur Nery Marinho – que veio para o Amapá em 1946 – chegou a tocar neste coreto e relembra a velha praça nesta poesia publicada no livro “Sermão de Mágoa”, em 1993.
Praça Antiga
Arthur Nery Marinho
Velha praça, velha praça,

tenho saudade de ti.
Não da bonita que estás
mas da que eu conheci.
A praça do tio Joãozinho
e do seu Naftali:
o primeiro era Picanço
e o segundo Bemerguy.
A praça do João Arthur
também a praça do Abraão,
a praça que outrora foi
da cidade o coração.
A praça em que se jogava
todo dia o futebol,
esporte que só parava
quando já dormia o Sol.
Parece que isto foi ontem,
mas tanto tempo passou,
o que deixou de existir
minha saudade gravou.
Vejo a barraca da Santa,
vejo ali o ABC.
Há muito tempo não existem
mas a minha saudade os vê.
Da igreja o velho coreto
eu avisto, neste ensejo.
Do mestre Oscar vejo a banda
e lá na banda eu me vejo.
Eu considero um castigo
não apagar da lembrança
o que me foi alegria
e agora é desesperança.
Velha praça, velha praça,
renovaste e linda estás.
Não tens, porém, a poesia
do que ficou para trás.
5 Comentários para "Chá da tarde"
“…tenho saudade de ti. Não da bonita que estás mas da que eu conheci…” Gostaria de que o Sec. heraldo Trindade desse uma atenção maior para a praça Nossa Senhora da Comnceição, pois está necessitando, não tem mais nem como ficar sentado a noite pois nem iluminação tem. Assim eu vou te falar, hein!
Lindo demais esse poema de Seu Artur.
Néa, se o coreto é de 1935, o sapiranga só nasceria 10 anos depois, mas quando me entendi, o coreto era de alvenaria e ficava no lado esquerdo sentido centro/favela. A casa ao lado da Igreja serviu de sede dos escoteiros são jorge e do juventus esporte clube. Atrás ficava a gráfica são josé. Derrubei muitas mangas e periquitos na mangueira que aparece na foto. Tinha uma outra bem ao lado e outra em frente ao elite bar. As que ainda existem na praça são da mesma época.
Pois é, meu caro Sapiranga.
Acho que esse coreto de madeira foi o primeiro a ser construído. Tenho uma foto do coreto já de alvenaria, mas a qualidade tá tão ruim. Vou postar e vamos ver no que dá.
Correto, querida amiga, é esse mesmo. Embaixo tinha uma espécie de depósito. Na época de arraial, nos reuníamos as proximidades e partíamos a caça das meninas, que na época, chamavamos de “caboquear”. Fui sexta na confraria e sai de lá encantado com a performance do Aimorezinho. Pena que não pude ficar até o final e nem encontrei você por lá para batermos um papo. Bj, te adoro.