Chá da tarde

Declamei este poema no Senado, quinta-feira passada, na sessão da Comissão de Direitos Humanos. Para mim foi um momento marcante, principalmente quando ao término o poeta Thiago de Mello disse que estava comovido com minha poesia, me abraçou e me deu um beijo. E isso não tem preço.

Poema do Retorno
Alcinéa Cavalcante

Voltaste
driblando nuvens e pássaros
e trazendo nas mãos
estrelas azuis que me encantam.
Durante a tua ausência
tentei plantar a paz,
clamei pelo direito de ser livre
e colhi dores e desenganos
que abriram feridas profundas
e machucaram o meu verso,
inaugurando revoltas e frustrações.

Voltaste
trazendo no olhar marrom
esperanças que arranham
as minhas desesperanças.

Mais uma vez,
talvez inutilmente,
uniremos nossos gritos
pedindo liberdade para viver
amar
cantar
e sorrir.

Serão protestos aos crimes
cometidos contra a liberdade
os nossos gritos
(ainda que não encontrem eco).

Mas, se te faz bem,
posso dizer
que não é proibido
sonhar que todos os caminhos se abrirão
e a liberdade será uma realidade palpável.

(Do meu livro Estrela Azul)

  • Gosto muito da tua poesia. Às vezes são poemas delicados lavrados letra por letra em alumbramento. Noutras, são versos leves, lindos e soltos derramando em enxurrada.

  • Valeu, parabéns. Nunca um grito de liberdade será dado inutilmente. Espero que ele venha ecoar na mente de todos os caudilhos…abs do Companheiro e Amigo Virtual Jarbas Cordeiro, do Aparte.

  • Você achou as únicas palavras que caberiam para traduzir o sentimento do livre arbítrio e do amor. Maravilha, Embaixadora!

  • Parabéns! Fico feliz com você. Não tenho dúvida de que você realmente fez sucesso no Congresso.
    Beijo

  • Menina poeta, que lindo! Se um dia eu aprender a criar poesia, que seja como você. Encanto que canta nos recantos de doces poemas!!
    Carinhos!

  • Sempre que vou a Macapá programo ir ao “Poesia na Boca da Noite”, ainda não deu certo, por compromissos profissionais, mas vai dar. Os poemas são lindíssimos, este e o do seu pai, recitado pelo Senador Randolfe.

  • ao ler o poema, parece que te ouço dizê-lo. Podem me chamar de puxa-saco! Eu adoooro teu trabalho. Sempre me emociono. Estou com saudades do Poesia na boca da noite. Voltarei a frequentá-lo. Quero saber da agenda. Beijo grande.

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